Como controlar plantas daninhas no feijão

O plantio direto serve de barreira físicae impede o desenvolvimento das plantas daninhas

Publicado em 6 de outubro de 2014 às 12h45

Última atualização em 6 de outubro de 2014 às 12h45

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O plantio direto serve de barreira físicae impede o desenvolvimento das plantas daninhas - Crédito Leonardo Oliveira
O plantio direto serve de barreira física e impede o desenvolvimento das plantas daninhas – Crédito Leonardo Oliveira
No agroecossistema as plantas que crescem sem serem semeadas tendem a competir com os cultivos semeados - Crédito Leonardo Oliveira
No agroecossistema as plantas que crescem sem serem semeadas tendem a competir com os cultivos semeados – Crédito Leonardo Oliveira
Quando não controladas adequadamente, as plantas daninhas ), dificultam a operação de colheita a depreciam - Crédito Leonardo Oliveira
Quando não controladas adequadamente, as plantas daninhas ), dificultam a operação de colheita a depreciam – Crédito Leonardo Oliveira
As plantas daninhas competem diretamente pelos insumos, prejudicando a sanidade e produtividade do feijoeiro - Crédito Leonardo Oliveira
As plantas daninhas competem diretamente pelos insumos, prejudicando a sanidade e produtividade do feijoeiro – Crédito Leonardo Oliveira
Em média, o ciclo do feijoeiro varia entre 80 e 90 dias, tendo algumas variedades mais precoces - Crédito Leonardo Oliveira
Em média, o ciclo do feijoeiro varia entre 80 e 90 dias, tendo algumas variedades mais precoces – Crédito Leonardo Oliveira
Leonardo Oliveira Cardoso, Engenheiro Agrônomo, consultor da Cerrado Consultoria e Pesquisa Agrícola
Leonardo Oliveira Cardoso, Engenheiro Agrônomo, consultor da Cerrado Consultoria e Pesquisa Agrícola

O manejo de plantas daninhas é um componente importante em muitos agroecossistemas, e a definição de plantas daninhas não é tão fácil. Existem várias maneiras de conceituar o que se entende por planta daninha e uma delas diz que “planta daninha é aquela que está fora de lugar“. Um exemplo, citado por Tarcísio Cobucci, engenheiro agrônomo, consultor e especialista neste cultivo, é um campo de feijão, onde plantas voluntárias de milho provenientes de sementes do cultivo anterior são consideradas plantas daninhas.

No agroecossistema as plantas que crescem sem serem semeadas tendem a competir com os cultivos semeados e podem provocar efeitos negativos. Entretanto, em alguns casos, a completa eliminação destas “plantas naturais“ pode ser pior do que simplesmente baixar sua população.

Alguns efeitos benéficos destas plantas podem ser, por exemplo, a diminuição de erosão, a reciclagem de nutrientes, a formação de cobertura morta e o favorecimento de insetos benéficos. Desta forma, o agricultor deve manejar as plantas daninhas de forma a obter o máximo de benefícios para as culturas e para o meio ambiente.

“As plantas invasoras são plantas daninhas ou são plantas cultivadas? O manejo de plantas daninhas deve buscar o controle completo destas espécies? Estes são alguns questionamentos que devem ser feitos antes da determinação do manejo mais adequado, o qual deve partir de algumas premissas: minimizar a competição com as plantas cultivadas; maximizar os benefícios das plantas daninhas no sistema; e minimizar os efeitos nocivos no ambiente“, considera Tarcísio Cobucci.

Ciclo do feijoeiro x daninhas

Por ser o feijoeiro cultivado nas diversas épocas do ano, sob diferentes sistemas de cultivo (solteiro e consorciado) e nas mais variadas condições edafoclimáticas, o mesmo pode sofrer interferência de diversas espécies de plantas daninhas. Além disso, por tratar-se de planta de ciclo vegetativo curto, torna-se bastante sensível à competição, sobretudo nos estádios iniciais de desenvolvimento vegetativo.

Quando não controladas adequadamente, as plantas daninhas, além de competirem por fatores essenciais (água, luz e nutrientes), dificultam a operação de colheita e depreciam a qualidade do produto, servindo, ainda, como hospedeiras intermediárias de insetos, nematoides e agentes causadores de doenças.

Em média, o ciclo do feijoeiro varia entre 80 e 90 dias, tendo algumas variedades mais precoces. Diante desse curto ciclo, alguns cuidados são necessários com o controle de plantas daninhas. “Antes do plantio, fazer um levantamento para verificar quais as plantas daninhas predominantes, para definir bem o herbicida a ser usado no momento da dessecação na área a ser plantada, e se é por plantio direto. Dependendo do histórico da área a ser plantada, podemos usar herbicidas pré- emergentes (plante-aplique) para ajudar na diminuição do banco de sementes das plantas daninhas“, ensina Leonardo Oliveira Cardoso, Engenheiro Agrônomo, consultor da Cerrado Consultoria e Pesquisa Agrícola.

Ainda segundo ele, a aplicação de herbicidas pós-emergentes seletivos são as opções mais usadas e funcionam muito bem, desde que obedeçam os primeiros estádios iniciais das ervas daninhas para obter melhor controle delas.

Tabela 1 – Nocividade de algumas espécies de plantas daninhas predominantes na cultura do feijão.

Espécies

Nome comumAbundância relativa2Nocividade

Brachiaria plantaginea (Link) Hitch 

Capim-marmelada

5

alta

Cenchrus echinatus L.

Capim-carrapicho

5

alta

Digitaria sanguinalis (L) Scop

Capim-colchão

5

alta

Eleusine indica (L.) Gaertn

Capim-pé-de-galinha

5

média

Rottboellia exaltata L.1

Capim-rotboelia

4

média

Setaria geniculata (Lam.) Beauv.

Rabo-de-gato

5

média

Lolium multiflorum Lam.

Azevém

4

moderada

Paspalum plicatulum Michx

Capim-cuiabano

5

moderada

Paspalum urvillei Stend

Capim-de-raça

4

moderada

Acanthospermum hispidum DC

Carrapicho-de-carneiro

5

alta

Bidens pilosa L.

Picão-preto

5

alta

Galinsoga parviflora Cav.

Picão-branco

5

alta

Senecio oligophy Baver

Flor-das-almas

4

média

Indigofer campestris Bronen

Anil-falso

1 – Atualmente Rottboelia cochinchinensis (Lour.) Clayton.

2 – 1 = muito escasso; 2 = escasso; 3 = pouco abundante; 4 = abundante; 5 = muito abundante.

Fonte: Arevalo & Rozanski (1991) adaptado de Blanco (1978).

Prejuízos ao feijoeiro

O feijão sofre muito a infestação de plantas daninhas. Isso por ser uma planta de ciclo relativamente rápido, o que a torna muito sensível à matocompetição inicial, competindo por água, luz e nutrientes, prejudicando desde seu desenvolvimento inicial até a colheita, e gerando até uma depreciação do produto final.

Opções em controle das plantas daninhas

Entre as alternativas para controlar as plantas daninhas, Leonardo Oliveira recomenda o controle químico, com o uso de herbicidas registrados para a cultura do feijão, obedecendo o estágio da planta daninha e utilizando a dose recomendada.

“Práticas de manejos, como pós-colheita, utilizando herbicidas dessecantes, não deixando que plantas daninhas se desenvolvam e multipliquem na entre safra, e o controle cultural, utilizando práticas como o plantio direto com braquiária, milheto, crotalária, etc., que servem de barreira física, (cobertura morta) impedem o desenvolvimento das plantas daninhas, além de trazer outros benefícios, como o fornecimento de matéria orgânica e a preservação da umidade no solo, sempre dessecando com antecedência para evitar problemas no plantio“, considera o agrônomo.

Quanto custa?

A dessecação tem um custo aproximado de R$ 60,00/ha, enquanto os pós-emergentes em torno de R$ 80,00 a R$ 110,00/ha, dependendo da infestação. Para Leonardo Oliveira, o custo-benefício do manejo é bastante positivo, porque as perdas ocasionadas pelas plantas daninhas poderão ser bastantes significativas, chegando a 30-40%, reduzindo a produção, afetando a colheita e prejudicando a qualidade do produto final“, conclui.

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