Tétano em equinos: conheça os riscos, formas de prevenção e tratamento

Brown stallion head looking out of his stable

Publicado em 22 de novembro de 2024 às 09h11

Última atualização em 22 de novembro de 2024 às 09h11

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 Tétano é uma enfermidade que causa grande preocupação no cenário equino, por apresentar elevada mortalidade na espécie e tratamento extensivo e oneroso. “É importante estar atento aos sinais clínicos característicos da doença para o diagnóstico correto e rápida instituição do tratamento”, alerta Kauê Ribeiro, Médico-Veterinário e Coordenador de Comunicação Técnica da Vetnil®, companhia líder em medicamentos e suplementos para equinos no Brasil. 

Sua etiologia se dá pela ação de toxinas produzidas pela bactéria anaeróbica Clostridium tetani, um bacilo comumente encontrado no ambiente, em solos ricos em material orgânico, e no trato digestivo de humanos e animais, consequentemente sendo encontrada nas fezes. A inoculação traumática dos esporos por meio de feridas perfurantes é a via de transmissão mais comum. Esse microrganismo se instala em feridas profundas, por exemplo, perfurações em casco, no umbigo de potros, ou locais que favoreçam a anaerobiose (falta de oxigênio), e se multiplica produzindo toxinas que agem no sistema nervoso dos animais. É comum ocorrer a infecção a partir de algumas práticas de manejo e cirurgias sem higiene adequada, como castrações, ou ainda pela reutilização de agulhas para aplicação de medicamentos.

A doença ocorre por meio da ação das neurotoxinas liberadas pela bactéria, especialmente a tetanospasmina, que causa uma contração muscular exacerbada, resultando em rigidez. O aparecimento de sinais clínicos pode variar de acordo com a gravidade e o tempo de exposição e inclui espasticidade muscular, movimentos rígidos dos membros e de pescoço, trismo mandibular, disfunção mastigatória, disfagia e dispneia. Na maioria dos casos, o óbito ocorre por asfixia devido à paralisia dos músculos intercostais, o que gera limitação na expansão natural do tórax durante a respiração. Além disso, a toxina provoca uma hiperexcitabilidade, de forma que a estimulação sensorial pode causar espasmos prolongados, apresentando hipersensibilidade sonora, à luz e ao toque. A protusão de terceira pálpebra, posição de cavalete e cauda em bandeira são sinais característicos do tétano e auxiliam consideravelmente o diagnóstico.

Segundo Kauê, “o tratamento do tétano tem como prioridade combater a bactéria por meio da administração de antibióticos, além de soro antitetânico para neutralizar as toxinas circulantes no organismo e tratamento de suporte para controlar os sinais clínicos. Como complemento, os relaxantes musculares, como o metocarbamol, e os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) ajudam a aliviar a dor e os espasmos musculares. Além disso, é importante realizar uma adequada limpeza da ferida, quando presente, além de um manejo adequado com cama alta e evitar estímulos luminosos e sonoros que possam hiperestimular o paciente. Pode ser necessária fluidoterapia intravenosa para a restauração do equilíbrio hidroeletrolítico”. 

O principal método de prevenção é a vacinação anual dos animais, incluindo éguas prenhes no terço final da gestação. A administração de soro antitetânico previamente aos procedimentos cirúrgicos também auxilia na prevenção da doença. Além disso, é essencial adotar medidas de antissepsia na realização de práticas de manejo cirúrgico. A antitoxina do tétano deve ser administrada a qualquer cavalo com ferida penetrante ou laceração profunda, e a ferida também deve ser tratada e higienizada de forma adequada. 

“Quando a doença se manifesta, é fundamental identificar rapidamente os sinais clínicos e acionar um médico-veterinário para iniciar o tratamento o mais rápido possível”, orienta Kauê. O sucesso no tratamento do tétano em equinos requer, além de um diagnóstico precoce, uma abordagem ampla, com cuidados intensivos e suporte contínuo para promover a completa recuperação e garantir o bem-estar do paciente.

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