China torna-se o 6° maior importador de café do Brasil e país enfrenta desafios para exportar grão

Sacas de café prontos para exportação em porto brasileiro
Planta de café / Arquivo

Publicado em 3 de janeiro de 2025 às 13h59

Última atualização em 3 de janeiro de 2025 às 13h59

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Reconhecido como um dos produtos mais emblemáticos do comércio exterior brasileiro, o café ocupa um papel estratégico nas exportações do país. Líder mundial no segmento, o Brasil responde por cerca de 38% da produção global. Em 2024, o setor viveu um desempenho excepcional, batendo recordes históricos. Dados recentes do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) indicam que neste ano foram exportadas 46,4 milhões de sacas de 60 kg, superando em 3,78% o recorde de 2020, de 44,7 milhões de sacas.

No comparativo com o acumulado de janeiro a novembro de 2023 (35,1 milhões de sacas), o crescimento foi de 32,2%. Já o valor total das exportações do grão em 2024 chegou a US$ 10,4 bilhões até outubro, alta de 57,7% em relação ao ano passado.

Contudo, o crescimento expressivo nas exportações de café evidenciou gargalos logísticos que comprometem a eficiência do comércio exterior brasileiro. De acordo com o Cecafé, os entraves no processo logístico resultaram em 1,7 milhão de sacas não embarcadas até outubro, o que gerou uma perda significativa de US$ 489,7 milhões (R$ 2,7 bilhões) em receita cambial. Além disso, os desafios nos portos impuseram custos adicionais de R$ 30,4 milhões para os associados da entidade, incluindo despesas com armazenagem extra, detentions, pré-stacking e antecipação de gates.

Dentro desse cenário, a China vem aumentando significativamente o consumo de café no país. Tradicionalmente, os principais destinos do café brasileiro incluem Alemanha, Estados Unidos, Bélgica e Itália, mas em 2023, o mercado chinês avançou 14 posições no ranking de compradores, tornando-se o sexto maior destino do café brasileiro.

Com estimativa de 6,2 milhões de sacas consumidas no ciclo 2024/2025 — acima das 5,8 milhões do período anterior —, o consumo de café na China segue em alta, impulsionado por parcerias estratégicas. Entre elas, destaca-se o recente acordo com a rede Luckin Coffee, que prevê a exportação de 4 milhões de sacas, reforçando a necessidade de maior eficiência logística para aproveitar esse potencial.

Para Helmuth Hofstatter, CEO da Logcomex, empresa líder em soluções de tecnologia para planejar, monitorar e automatizar as operações do comércio exterior, essa alta demanda não apenas representa novas oportunidades, como também acentua os desafios logísticos do Brasil:

“Ao longo do ano, observamos como os atrasos nos portos, a escassez de contêineres e o espaço limitado nas embarcações podem dificultar o comércio exterior brasileiro. Com o aumento das exportações para a China, temos a oportunidade de destacar o enormepotencial do Brasil como produtor de café. No entanto, os atuais gargalos logísticos podem dificultar o atendimento ao crescente mercado chinês”, explica.

Atualmente, 69% do faturamento com as exportações de café vem de cargas originadas em Minas Gerais, com o Porto de Santos (SP) responsável por 69% do volume exportado. A concentração logística e os custos elevados geram a necessidade de soluções que melhorem o fluxo das operações e ampliem a capacidade de resposta dos exportadores.

Para lidar com esses desafios, é fundamental que o setor invista em inovação e em ferramentas tecnológicas capazes de trazer mais eficiência para a cadeia logística. Hofstatter explica que as tecnologias disponíveis hoje podem transformar o comércio exterior, ajudando empresas a monitorar tendências, antecipar problemas e otimizar recursos.

Ferramentas como a plataforma Shipment Intel Ocean Export oferecem dados em tempo real, permitindo que exportadores avaliem cenários e explorem alternativas de forma mais ágil e estratégica. “Nosso foco é entregar soluções que tornem o comércio mais eficiente, mesmo em momentos de alta demanda”, afirma Hofstatter.

“O uso estratégico da tecnologia não é apenas uma tendência; é uma necessidade para que o Brasil mantenha sua posição competitiva no comércio exterior. Superar gargalos logísticos e preparar o setor para um mercado mais dinâmico depende de ações que unam inovação, planejamento e o uso inteligente de dados, beneficiando exportadores e toda a cadeia produtiva.”, finaliza Hofstatter.

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