Consórcio de forrageira e milho safrinha são eficientes na reestruturação do solo

Crédito Ademir Torchetti

Publicado em 23 de dezembro de 2015 às 07h00

Última atualização em 23 de dezembro de 2015 às 07h00

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O manejo de forrageiras é um fator importante no consórcio com o milho safrinha. O pesquisador Emerson Borghi, da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas, TO), explica como se deve realizar o manejo de acordo com a finalidade do consórcio, quais espécies utilizar conforme as características de solo, temperatura (diurna e noturna), precipitação, altitude e histórico de uso da área, entre outros fatores.

“A depender do propósito, a maioria dos consórcios utiliza os gêneros Brachiaria e Panicum. “Entre as espécies, as mais empregadas são B. brizantha cv. Marandu, B. ruziziensis e P. maximum cv. Mombaça. Outras espécies apresentam grande potencial, como B. brizantha cv. Piatã, B. brizantha cv. Paiaguás e P. maximum cv. Massai“, enumera.

A adoção do cultivo consorciado pode servir para amplos objetivos, a saber: a) alimento para a exploração pecuária no período de outono até o início da primavera, e, posteriormente, para formação de palhada no Sistema de Plantio Direto (SPD); e b) planta exclusiva para produção de palhada, proporcionando cobertura permanente do solo até a semeadura da safra de verão subsequente ” há, ainda, a possibilidade de recuperação/renovação de pastagens degradadas.

Para o caso do cultivo do milho safrinha com forrageiras tropicais, em virtude do curto período entre a colheita de grãos e a dessecação para a safra seguinte, muitos produtores têm adotado a consorciação para viabilizar a produção de cobertura morta para o SPD.

 

A braquiária está entre as forrageiras mais empregadas na consorciação com milho - Crédito Miriam Lins
A braquiária está entre as forrageiras mais empregadas na consorciação com milho – Crédito Miriam Lins

Finalidade

A B. brizantha é excelente forrageira para ser utilizada no sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), visando à formação de pasto e à diversificação da produção. Borghi esclarece que a B. ruziziensis, apesar de apresentar menor produtividade de massa seca em relação à B. brizantha, na ILP destaca-se por rápida cobertura do solo, boa composição bromatológica, palatabilidade, excelente reciclagem de nutrientes, facilidade na sua dessecação e produção uniforme de sementes, pois só floresce uma vez.

Enquanto isso, a B. brizantha floresce de forma desuniforme, o que favorece a criação de bancos de sementes no solo, que podem atrapalhar as semeaduras subsequentes.

Já as espécies do gênero Panicum, como P. maximum cv. Mombaça e P. maximum cv. Massai, são excelentes opções para os produtores que necessitam de pastagem para utilizar em rotação lavoura-pastagem em anos alternados (por exemplo, dois anos de lavoura, dois anos de pecuária).

Benefícios do consórcio

 

A grande vantagem desse sistema em muitas regiões produtoras do nosso país, validada tanto pelas pesquisas como em diversas áreas produtoras do Brasil Central, é a possibilidade de até duas safras de grãos e mais uma safra de pecuária, garantindo a sustentabilidade da atividade agrícola e da pecuária, segundo afirma o pesquisador da Embrapa.

“Esse sinergismo entre os componentes do agroecossistema possibilita a otimização dos recursos naturais, além da diversificação econômica da propriedade, diminuindo os riscos e as dificuldades de se trabalhar com apenas uma safra por ano agrícola“, pontua.

A prática do cultivo consorciado é considerada uma das melhores alternativas para a sustentabilidade dos sistemas agrícolas tropicais. Tais aumentos são resultantes da diversidade de produção, melhorando o ambiente de produção pelas alterações provocadas nas características químicas, físicas e biológicas ao longo do tempo de adoção do sistema.

Outro grande benefício do cultivo consorciado, ressaltado por Borghi, é o incremento de produtividade das culturas ao longo do tempo de adoção do sistema.

Possibilidades

Existem alguns experimentos sendo realizados em algumas regiões, e instituições que já avaliaram consórcios com duas espécies (uma gramínea e uma leguminosa) concomitantemente ao milho safrinha.

Em Ipameri (GO), informa Emerson Borghi, o consórcio de milho safrinha com B. brizantha cv. Marandu e Guandu tem demonstrado resultados bastante promissores na produção de forragem com maior qualidade, pois a leguminosa tem a função de incrementar os teores de proteína bruta, sem comprometimento à produção de grãos no milho.

Porém, há a necessidade de mais estudos e pesquisas nas diferentes condições brasileiras, para que essa tecnologia possa ser recomendada seguindo os objetivos que serão buscados pelos produtores nos diferentes sistemas produtivos no Brasil.

Essa matéria você encontra na edição de dezembro 2015 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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