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Novidade – Cultivares de sojas resistentes a nematoides

Lavoura de soja - Crédito Shutterstock

Publicado em 17 de julho de 2014 às 00h00

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h04

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Lavoura de soja - Crédito Shutterstock
Lavoura de soja – Crédito Shutterstock

A Embrapa Cerrados e a Fundação Bahia lançaram cultivares de soja BRS 7980, BRS 8180RR e BRS 8280RR. Adaptados para o oeste baiano e outras regiões agrícolas do cerrado, os novos materiais aliam múltiplas resistências a nematoides com alto potencial de produtividade, além de poderem ser utilizados em áreas de refúgio para a soja Bt.

Representante da chefia da Embrapa Cerrados, o supervisor de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia da Unidade, Sérgio Abud, observou que o fortalecimento da parceria com a Fundação tem viabilizado o portfólio de materiais de ciclos superprecoce a médio, que atendem de São Paulo ao Norte do país. “Hoje, conseguimos oferecer ao oeste da Bahia três variedades resistentes a nematoide de galha, com ampla adaptabilidade às regiões de cerrado e alta estabilidade“, diz.

Refúgio

Sérgio Abud também falou sobre a possibilidade de uso dos cultivares para o refúgio estruturado em lavouras de soja Bt. “A área de refúgio é muito importante para a produção de mariposas não resistentes à tecnologia Bt. Essas variedades possibilitam o refúgio, fazendo com que essa tecnologia se mantenha por um período maior, garantindo a sustentabilidade dos sistemas produtivos“, expõe.

Materiais

O pesquisador André Pereira, da Embrapa Cerrados, falou sobre a preocupação que o setor produtivo deve ter com os problemas fitossanitários, a exemplo dos nematoides que atacam as culturas agrícolas. “A questão dos fitonematoides aumentou com a expansão da soja. É um problema silencioso, mas que tira o sono do produtor“, aponta, lembrando que a soja e o milho são componentes de sistemas de produção do algodão, importante para o oeste da Bahia.

Segundo o pesquisador, o único caminho para enfrentar o problema é o desenvolvimento, por meio do melhoramento genético, de materiais resistentes e tolerantes. O cultivar BRS 8180RR tem ciclo de 107 a 136 dias e apresenta resistência aos nematoides de galha Meloidogyne incognita e a Meloidogyne javanica. Possibilita safrinha no Mato Grosso, sendo tolerante ao vírus da necrose da haste e à chuva na colheita. Na Passarela da Soja 2014, obteve produtividade média de 74,8 sacas/hectare. O material pode ser utilizado no refúgio para materiais Bt do grupo de maturidade 8.1.

Com ciclo de 108 a 126 dias, o cultivar BRS 8280RR apresentou produtividade média de 65,6 sacas/hectare na última Passarela da Soja. Também resistente a M. javanica e a M. incognita, pode ser inserido no refúgio para materiais Bt dos grupos de maturidade 8.2 e 8.3.

Mas o material destacado por Pereira é o cultivar BRS 7980, que tem resistência aos nematoides de cisto Heterodera glycines (raças 1, 3 e 5), de galha M. javanica e M. incognita, e, a campo, apresenta baixo fator de multiplicação do nematoide das lesões radiculares (Pratylenchus spp.). Também é resistente à podridão radicular de fitóftora (Phytophthora sojae). O material permite safrinha de milho e algodão no Mato Grosso.

“Supondo que um caractere é expresso por 22 genes, temos 2,3 bilhões de possibilidades. Esse material é realmente um achado, e foi possível porque pudemos testar muitas linhagens quanto a características de resistência“, explica o pesquisador. Ele também destacou o potencial de produtividade do material, que já chegou a produzir 73 sacas/hectare.

Aprovação

Produtores e representantes de empresas sementeiras da região de Correntina (BA) já testaram os novos cultivares e aprovaram a experiência com os materiais, cujas sementes estão disponíveis no mercado para a safra 2014/15. Elas são comercializadas pelas empresas-membros da Fundação Bahia.

Cesar Poczwardowski é gerente da Fazenda Paraná, que produz soja, milheto e sorgo em 900 hectares. Na safra 2013/14, ele plantou 70 hectares da soja BRS 7980 numa área onde não havia conseguido colher nada no ano anterior. “O estande (número de plantas por hectare) foi baixo e colhemos entre 55 e 58 sacas/hectare, o que foi uma evolução satisfatória“, considera.

Poczwardowski também salientou algumas características do material: “A arquitetura de planta boa, é bem galhada, sem problema de acamamento. Fizemos o manejo de lagartas e não tivemos problema“, observa.

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