Fitohormônio e microRNAs – Mais florescimento para o tomateiro

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Publicado em 15 de dezembro de 2018 às 10h43

Última atualização em 15 de dezembro de 2018 às 10h43

Acompanhe tudo sobre Arroz, Biológico, Colheita, Hormônio, Hortifrúti, Polinização, Tomate, Trigo e muito mais!

Fabio Tebaldi Silveira Nogueira

Doutor, professor e pesquisador – Departamento de Ciências Biológicas – ESALQ/USP

ftsnogue@usp.br

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Fitohormônios são moléculas que regulam o crescimento e o desenvolvimento das plantas. Geralmente, pequenas quantidades desses fitohormônios nos tecidos já são o suficiente para promover enormes alterações nos vegetais.

Importante mencionar que os fitohormônios (muitas vezes referidos no meio comercial como “reguladores de crescimento”) estão presentes em praticamente todas as espécies de plantas conhecidas pelo homem, atuando no seu crescimento e desenvolvimento desde os primórdios de seu aparecimento no nosso planeta.

Dentre esses fitohormônios, um em especial é o ácido giberélico ou giberelina. A giberelina foi fundamental para a chamada “revolução verde” nas décadas de 60 e 70, a qual proporcionou o desenvolvimento de novas cultivares de trigo e arroz resistentes ao acamamento (tendência das plantas caírem) e com maior produção de grãos.

A descoberta do papel da giberelina na agricultura rendeu ao agrônomo norte-americano Norman Borlaug o prêmio Nobel da Paz em 1970.

 

Para o tomate

 

Em tomateiro, cultura importante para o Brasil, a giberelina possui papel fundamental no controle da altura da planta, além do desenvolvimento de flores e frutos. Um dos nossos estudos recentes demonstrou que a giberelina controla a produção de frutos partenocárpicos (sem sementes; da Silva e colaboradores, 2017).

Isto pode ser vantajoso para o agricultor, visto que a planta de tomateiro com mais giberelina, ou que é capaz de “responder” mais facilmente a esse fitohormônio, pode gerar frutos sem a necessidade de polinização e/ou fertilização, ou seja, sem a necessidade de gerar sementes.

Além disso, empresas do ramo de molhos/condimentos podem se beneficiar com o uso de frutos sem semente. Mais recentemente, nosso grupo de pesquisa descobriu que o fitohormônio giberelina pode também controlar o tempo de florescimento de tomateiro. Mais giberelina na planta atrasa a floração, enquanto menos giberelina favorece a floração (Silva e colaboradores, 2018).

 

Os MicroRNAs

 

Outro fator que controla o tempo de florescimento em plantas, incluindo o tomateiro, é o seu relógio biológico, ou seja, sua idade. Os mecanismos que controlam o relógio biológico ou idade da planta (também presentes em nós, seres humanos) envolvem moléculas denominadas de microRNAs.

MicroRNAs são pequenas moléculas de RNA (ácido ribonucléico) que controlam a produção de proteínas específicas em plantas. Essas proteínas, por sua vez, são capazes de modular o relógio biológico e “indicar” para as plantas quando devem florescer.

Em nosso trabalho (Silva e colaboradores, 2018), mostramos que o fitohormônio giberelina interage com esses microRNAs, auxiliando no controle do relógio biológico, ou seja, controlando o momento em que a planta “decide” florescer.

Esse conhecimento é fundamental para a geração de cultivares de tomateiro (e de outras culturas) precoces ou tardias, os quais permitem ao agricultor decidir o melhor momento da colheita.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro  de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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