Esporos causadores de doença na cebolinha-verde

Uma das maneiras de reduzir o uso de agrotóxicos é conhecer as condições que favorecem a ocorrência da doença, que envolvem o ambiente, o patógeno e o hospedeiro.
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Publicado em 26 de fevereiro de 2024 às 15h50

Última atualização em 26 de fevereiro de 2024 às 15h50

Acompanhe tudo sobre Cebolinha, Controle, esporo, Monitoramento, Prevenção e muito mais!

Leandro Luiz Marcuzzo
Doutor e professor – Instituto Federal Catarinense (IFC/Campus Rio do Sul)
leandro.marcuzzo@ifc.edu.br
Jaqueline Carvalho
Engenheira agrônoma – IFC/Campus Rio do Sul

Diversas doenças incidem sobre a cultura da cebolinha-verde. Entre elas, a ferrugem, causada por Puccinia porri (Sowerby) G. Winter (sin. Puccinia allii); a queima das pontas das folhas por Botrytis squamosa (Walker) e o míldio por Peronospora destructor (Berk.) Casp. são comumente encontrados em condição de temperatura amena e alta umidade, promovendo a destruição da parte aérea e, como consequência, a redução da produtividade.

Botrytis em cebolinha
Crédito Leandro Marcuzzo

Formas de controle

Uma das maneiras de reduzir o uso de agrotóxicos é conhecer as condições que favorecem a ocorrência da doença, que envolvem o ambiente, o patógeno e o hospedeiro. Em relação ao patógeno, o detalhamento da dispersão anemófila de esporos no ar em área de cultivo constitui uma informação de relevância no avanço do manejo fitossanitário.
Diante do exposto, este trabalho teve por objetivo avaliar a flutuação de esporos de P. porri, B. squamosa e P. destructor no ar em área de cultivo de cebolinha-verde.

Pesquisa

O experimento foi realizado de junho a dezembro em propriedade agrícola com histórico natural da doença na cultura de cebolinha-verde, localizada no município de Lontras (SC), com coordenadas geográficas aproximadas à latitude de 27º10’S, longitude de 49º30’W e altitude de 360 metros do nível do mar.
A coleta dos esporos no ar foi realizada por um coletor de esporos tipo “cata-vento”, posicionado a 0,4 metros de altura, localizado no centro do experimento. No interior do coletor havia uma lâmina de microscópio (7,5 x 2,5 cm) untada com vaselina, a qual era substituída semanalmente.
Em laboratório, a lâmina foi dividida em dois pontos centrais e adicionou-se duas gotas de azul de metileno 33% diluído em água. Foram depositadas lamínulas (1,8 x 1,8 cm), correspondendo a uma área de 6,48 cm².
Por meio da visualização em microscópio ótico com a objetiva de 10 vezes, quantificou-se o número de esporos de cada patógeno, coletados semanalmente.

Condução

Os esporos de P. destructor se concentraram em junho a agosto com 11, 16 e 15 esporos coletados respectivamente em cada mês (Tabela 1). Em novembro e dezembro apenas 1 esporo foi avaliado. B. squamosa apresentou maior valor em junho, com 12 esporos e 02 em julho, não sendo mais coletado após esse período.
P. porri foi diversificado, apresentando, de junho a dezembro, respectivamente, 45, 65, 31, 54, 173, 76 e 62 esporos coletados. A maior concentração de P. porri ocorreu em outubro, possivelmente decorrente do aumento da temperatura (Figura 1).

Figura 1. Distribuição de esporos de Puccinia porri, Peronospora destructor e Botrytis squamosa coletados semanalmente em lavoura comercial em Lontras, SC.

Tabela 1. Número de esporos de Puccinia porri, Peronospora destructor e Botrytis squamosa coletados semanalmente em lavoura comercial de cebolinha-verde em Lontras (SC)

A presença de esporos é um indicador da ocorrência para o início ou incremento de doença em cebolinha-verde.

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