Cultivo de flores comestíveis merece hidroponia

Crédito Internet

Publicado em 16 de julho de 2015 às 10h48

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h40

Acompanhe tudo sobre Adubação, Alecrim, Alface, Almeirão, Boro, Brotos comestíveis, Cebola, Cebolinha, Colheita, Flor comestível, Girassol, Hidroponia, Hortifrúti, Irrigação, Jambú, Lavanda, Manjericão, Mostarda, Pepino, Pimenta, Poda, Rabanete, Rúcula, Tela e muito mais!

 

É sabido por todos que os produtos hidropônicos, além de mais saborosos, por não terem contato com o solo se mostram também mais saudáveis, livres de patógenos e agrotóxicos. Imagine o resultado ao se tratar das flores comestíveis

 

Glaucio da Cruz Genuncio

Doutor em Nutrição Mineral de Plantas ” UFRRJ

glauciogenuncio@gmail.com

Everaldo Zonta

Doutor em Agronomia – UFRRJ

Elisamara Caldeira do Nascimento

MSc em Fitotecnia – UFRRJ

 

Crédito Internet
Crédito Internet

A necessidade de diversificação da produção em hidroponia é constante, dada a profissionalização do setor e a garantia de preços mínimos dos produtos comercializados. Associado a este fator, o crescimento do consumo de flores comestíveis abre um mercado importante no setor de produtos hidropônicos.

Segundo a Epamig, a produção flores comestíveis no estado de Minas Gerais ocupa o segundo lugar no Brasil (São Paulo encontra-se no primeiro lugar) e esse mercado apresenta um potencial de expansão de cerca de 12% por ano.

O volume comercializado de uma única produtora, empresária que se especializou na produção de flores comestíveis, é de aproximadamente 12 mil molhos anuais, com a média de 20 unidades de flores comestíveis por molho. Esta produção é escoada para mercados específicos localizados em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

Para estudo quanto ao escoamento de produção, valores comercializados e espécies mais requeridas, é altamente recomendável que se faça um estudo mercadológico baseado em um plano de negócios.

O sistema de hidroponia para flores comestíveis requer conhecimento e acompanhamento técnico - Crédito Janine Farias
O sistema de hidroponia para flores comestíveis requer conhecimento e acompanhamento técnico – Crédito Janine Farias

Espécies comestíveis

Visando a produção de flores comestíveis em sistema hidropônico e baseando-se em artigos científicos publicados sobre este tema, pode-se verificar que a principal flor comestível pesquisada é a Capuchinha ou Nastúrcio (Tropaeo lummajus).

A capuchinha é uma planta que tem como centro de origem o Peru. Destaca-se pelo seu uso como planta ornamental desde o século XVI, quando foi levada, pelos espanhóis, ao continente Europeu.

Tanto a flor como os brotos da capuchinha destacam-se pelo crescente uso no preparo de saladas, principalmente associadas às saladas que utilizam alface e rúcula como base. Já em relação às suas características organolépticas, tais flores e brotos apresentam-se com gosto levemente apimentado, sendo rica em vitamina C, vitamina A e carotenoides. Os frutos ainda verdes também podem ser consumidos na forma de conserva, sendo as suas partes comestíveis de sabor picante e aroma suave.

Outra flor bastante apreciada é a flor de jambu, tipicamente brasileira, que destaca-se por ser muito consumida na região norte e nordeste (Acmella oleracea L.). Possui sabor intenso e diferenciado, que anestesia levemente a boca. É da flor que se obtém o princípio ativo que causa dormência na língua e boca, ao se consumir o tacacá, prato típico da região Norte.

Outra flor comestível que merece destaque é a lavanda (Lavandula angustifólia). Devido à sua diversidade quanto aos usos culinários, é utilizada no preparo de biscoitos, bolos, cheesecakes, geleias, tortas e chá, dentre outros.

Já as violetas (Viola odorata) são, no Brasil, amplamente utilizadas para fins ornamentais, porém, podem ser usadas na confecção de saladas e geleias, via de regra.

Dentre outras flores, pode-se destacar a flor da aboborinha, utilizada na gastronomia para a decoração de pratos e no preparo de saladas e risotos. Destaca-se por ser rica em vitamina C, minerais, flavonoides e ácido salicílico. Por outro lado, as flores de amor-perfeito (Viola tricolor), hemerocallis (Hemerocallis sp), cravina (Dianthus chinensis), girassol (Helianthus sp), crisântemo (Dendranthema grandiflorum), tagetes (Tagetes patula), petúnia (Petunia sp), camomila (Matricaria recutita), dente-de-leão (Taraxacum officinalis), cebolinha (Allium fistolosum), trevo (Oxalis deppei), manjericão (Ocimum basilicum), alecrim (Rosmarinus officinalis), mostarda (Sinapsis alba), pepino (Cucumis sativus), rabanete (Raphanus sativus), cebola (Allium cepa) e de almeirão (Cichorium intybus) podem ter diversas utilidades, tais como: preparo de saladas, gelatinas, patês, sopas, sucos, chá, bolos, aromatizante, além do efeito da ornamentação do prato.

O-mercado-se-mostra-disposto-a-pagar-um-valor-agregado-pelas-flores-comestíveis-Crédito-Internet
O-mercado-se-mostra-disposto-a-pagar-um-valor-agregado-pelas-flores-comestíveis-Crédito-Internet

Fique atento

É importante ressaltar que as flores utilizadas na alimentação não são as mesmas comercializadas em floriculturas. As flores comestíveis devem ser produzidas de forma especializada e não se pode utilizar qualquer tipo de agrotóxico ou outro tratamento químico no seu cultivo, pois o tempo entre a produção e a comercialização é muito curto.

Além disso, é fundamental saber que não são todas as espécies que podem ser ingeridas. Existem flores que apresentam princípios tóxicos e não devem ser usadas na alimentação de forma alguma. Exemplos são a violeta africana (Saintpaulia ionantha), o copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica), a azálea (Rhododendron indicum), o bico de papagaio (Euphorbia pulcherrima) e o lírio (Euphorbia pulcherrima). Assim, é imprescindível que se pesquise sobre o produto a ser produzido antes de iniciar qualquer trabalho.

Entre os benefícios da produção de flores em hidroponia está a maior garantia de qualidade do produto - Crédito Janine Farias
Entre os benefícios da produção de flores em hidroponia está a maior garantia de qualidade do produto – Crédito Janine Farias

Hidroponia para flores comestíveis

O custo de produção das flores comestíveis é alto. Tal fato deve-se à alta exigência por qualidade com o mínimo defeito apresentável. Assim, no processo produtivo aproveita-se, em média, apenas 30% da produção.

Foi daí que surgiu a ideia de se plantar em hidroponia, justamente visando reduzir as perdas e otimizar a qualidade dessas flores. O investimento em novas tecnologias relacionadas a estufas, telas, sistemas de irrigação e produção de mudas é um fator determinante para ampliação da renda do produtor.

Como o uso de agroquímicos deve ser nulo, os tratos culturais estão ligados à poda, limpeza da área, tutoramento das plantas, quando necessário, manejo da irrigação, temperatura e adubação, além da aquisição de sementes de qualidade. Neste aspecto, as sementes podem ser adquiridas dos mais diversos locais e produtores, incluindo produção própria.

A colheita das flores tem momento certo para acontecer - Crédito Internet
A colheita das flores tem momento certo para acontecer – Crédito Internet
Deborah Gaiotto, produtora de flores comestíveis na Fazenda Maria, no interior de São Paulo - Crédito Arquivo pessoal
Deborah Gaiotto, produtora de flores comestíveis na Fazenda Maria, no interior de São Paulo – Crédito Arquivo pessoal
O Jardins das Ervas Dei Falci é pioneiro na produção de flores comestíveis em Minas Gerais - Crédito Divulgação
O Jardins das Ervas Dei Falci é pioneiro na produção de flores comestíveis em Minas Gerais – Crédito Divulgação
O nicho de flores comestíveis está em franca expansão - Crédito Internet
O nicho de flores comestíveis está em franca expansão – Crédito Internet

 

Essa é parte da matéria de capa da revista Campo & Negócios Hortifrúti, edição de julho. Adquira a sua para leitura completa!

 

 

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

Estágio na SLC Agrícola: inscrições abertas para o programa 2025/2

2

Óleo de bagaço de oliva: conheça os benefícios dessa nova opção na cozinha

3

Estudo mostra que repetição do fogo ameaça resiliência da Amazônia

4

Cultivo de canola cresce no Sul e bioinsumos impulsionam produtividade

5

Silagem de moringa: alternativa nutritiva e promissora para alimentação de bovinos

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

Fonte: Eating Well

Radicchio: o que é e por que incluir na sua alimentação

Manga com manchas escuras causadas por antracnose

Antracnose na manga: causas, sintomas e como tratar a doença fúngica

PG 38 (Médio)

Jiffy: substratos de alta perfomance e sustentáveis

satis na hortitec 2025

Satis anuncia ingresso no mercado de biodefensivos na Hortitec 2025