Beterraba de verão exige variedades com resistência às doenças foliares

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Publicado em 5 de setembro de 2017 às 10h17

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h30

Acompanhe tudo sobre Baby leaf, Bandeja, Beterraba, Defensivo, Hortifrúti, Inhame, Oliveira e muito mais!

Felipe Oliveira Magro

Engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Turismo de Jundiaí-SP

Pâmela Gomes Nakada Freitas

Engenheira agrônoma e professora assistente, FCAT/ UNESP

Antonio Ismael Inácio Cardoso

Engenheiro agrônomo e professor titular, FCA/UNESP

ismaeldh@fca.unesp.br

 

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A beterraba tem elevada importância nutricional, rica em vitaminas A, do complexo B e vitamina C, além de possuir a betalaína, um poderoso antioxidante. Produto de muita procura, notando-se pelos dados da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), a beterraba tem ocupado o 10° lugar no ranking das hortaliças denominadas “legumes“, englobando as hortaliças fruto e tuberosas, desde 2014 a 2016, observado volume de 30,9; 28,6 e 28,0 t, respectivamente.

Doenças

A principal doença da beterraba é a cescosporiose, ou mancha de cercóspora, causada pelo fungo Cercosporabeticola, o qual é favorecido por temperaturas e umidade elevadas, condições que predominam no verão. Há também doenças causadas por bactérias como a mancha bacteriana (Xanthomascampestrispv. Betae), a qual também é favorecida por umidade elevada, entretanto, está presente em menor escala em cultivos de beterraba.

Prejuízos

A cercosporiose é uma doença muito destrutiva, causando necrose foliar intensa, enfraquecimento das plantas e redução dos rendimentos. É um patógeno que destrói o interior da célula para alimentar-se dos nutrientes.

Inicialmente, pequenas e rodeadas por uma pigmentação arroxeada nas faces superior e inferior da folha, principalmente nas folhas mais velhas, as manchas também pode ocorrer nos pecíolos.

As manchas possuem coloração acinzentada devido à estrutura produzida pelo fungo. A planta, sob ataque, diminui a sua capacidade fotossintética. Quando em grande número, as lesões coalescem (juntam-se), ocasionando o crestamento (definhamento) da folha e dá-se uma grave perda das mesmas.

 Os danos causados pela cercóspora são classificados como direto, sendo as manchas necróticas presentes no limbo foliar, e indireto, quando, em virtude da redução da área foliar fotossinteticamente ativa, reduz-se a taxa de fotoassimiladostranslocados para as raízes, consequentemente o potencial produtivo da cultura, portanto, é um fator que influencia significativamente no tamanho das raízes e, logo, na produtividade.

Alguns comerciantes e produtores comercializam a beterraba em maço, juntamente com suas folhas, conferindo um atrativo, no entanto, quando a cercóspora está presente, deprecia a aparência do produto.

A beterraba ocupa o 10° lugar no ranking das hortaliças “legumes“ - Crédito Bejo Sementes
A beterraba ocupa o 10° lugar no ranking das hortaliças “legumes“ – Crédito Bejo Sementes

Nicho de mercado

Atualmente, essa cultura tem expandido mais um nicho de mercado, apesar de estreito, tendo o consumo de baby leaf (folhas jovens) ocupado lugar principalmente nas gôndolas de boutiques de hortifrúti.

No entanto, este segmento é gravemente afetado quando a cercóspora está presente, pois deprecia a aparência do produto. Além do mais, devido ao menor ciclo da cultura, não permite o uso de defensivo agrícola para o controle da doença.

Resistência

Segundo os catálogos das empresas que comercializam as sementes, são duas as cultivares de beterraba no mercado apontadas como tolerantes ao fungo Cercosporabeticola, enquanto as resistentes são três, uma delas classificada como resistência moderada, enquanto as demais como de alta resistência.

Entre os híbridos, uma beterraba está classificada como tolerante, enquanto três são resistentes. Todas estas informações são encontradas nos catálogos das empresas detentoras dos materiais, cabendo ressaltar que a tolerância e/ou resistência pode depender das raças do patógeno e das condições ambientais.

Alternativas

Produtores no Estado de São Paulo vêm utilizando a produção de mudas em bandejas de poliestireno expandido (“isopor“), ou de plástico rígido, nos meses de dezembro a março, devido às altas precipitações pluviais, pois as mudas são produzidas em estufas agrícolas que as protegem das chuvas.

Estas apresentam alguns benefícios para a beterraba cultivada no verão, como redução do ciclo da planta no campo, fazendo com que a mesma fique menos tempo exposta às condições de temperatura e precipitações elevadas.

Além disso, possui outras vantagens, como: melhor aproveitamento das sementes híbridas, facilidade para realização dos tratos culturais iniciais (irrigações e pulverizações), melhor população (estande), com menos falhas, aumento da homogeneidade das plantas e menor dano à raiz no ato do transplante.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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