Adubação foliar para espécies florestais funciona?

Publicado em 25 de junho de 2018 às 07h18

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h54

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Roberta Camargos de Oliveira

Engenheira agrônoma, doutora e PhD em Agronomia – Universidade Federal de Sergipe (UFS)

robertacamargoss@gmail.com

Fernando Simoni Bacilieri

Engenheiro agrônomo e doutorando em Produção Vegetal, ICIAG-UFU

ferbacilieri@zipmail.com.br

 

Crédito Painel Florestal
Crédito Painel Florestal

Os nutrientes essenciais às plantas desempenham funções específicas no seu metabolismo. Nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S), por serem requeridos em grandes quantidades (kg ha-1), são conhecidos como macronutrientes. Já boro (B), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), zinco (Zn), molibdênio (Mo), cobalto (Co) e níquel (Ni) são requeridos em pequenas quantidades (g ha-1), logo, denominados de micronutrientes.

A adubação foliar consiste no fornecimento destes elementos essenciais dissolvidos em água para absorção pelas folhas.

Resultados

A técnica revela excelentes resultados e complementa o manejo nutricional das culturas. Inicialmente, as aplicações foliares eram realizadas em casos extremos, levando em consideração a diagnose visual nos momentos em que as plantas começavam a apresentar queima de bordos, amarelecimento e demais sintomas típicos de deficiência, de forma que era um mecanismo curativo para que a planta continuasse a crescer e para os sintomas desaparecerem.

No entanto, com o avanço da tecnologia e possibilidade de análises foliares que permitam diagnosticar os teores dos nutrientes nas folhas, a prática passou a ser incorporada por produtores como ferramenta para fornecer as quantidades de nutrientes que as plantas precisam de forma mais confiável, seguindo as reais necessidades.

Com isso, é possível alcançar aumento de produtividade, reduzir perdas e promover o uso mais racional dos recursos naturais.

Culturas beneficiadas

As aplicações podem ser realizadas em culturas florestais como pinus, teca, seringueira, acácia, paricá, araucária, pópulus, mogno, com destaque para o eucalipto, por compor mais de 70% da área total de florestas plantadas no Brasil.

O País se destaca como um dos maiores produtores de florestas plantadas do mundo, isto é, devido não só à área ocupada, mas também à qualidade da madeira, ao crescimento acelerado, às adaptações edafoclimáticas, melhoramento genético e práticas adequadas de manejo, em especial o aspecto nutricional, pelo fornecimento de nutrientes via solo e foliar.

A carência de nutrientes no solo, após a restrição hídrica, é o fator que mais interfere na eficiência de uso dos nutrientes. Sabendo disso, tecnologias que favoreçam o crescimento e desenvolvimento de um sistema radicular são necessárias, a exemplo dos bioestimulantes que, além de nutrientes, podem ser compostos por aminoácidos, ácidos orgânicos e fitohormônios também fornecidos via aplicações foliares, sendo estes registrados como fertilizantes foliares e capazes de estimular por meio de diferentes maneiras o desenvolvimento das plantas.

A técnica revela excelentes resultados e complementa o manejo nutricional da floresta - Crédito Fibria
A técnica revela excelentes resultados e complementa o manejo nutricional da floresta – Crédito Fibria

Pelas folhas

Assim como as raízes, as folhas das plantas também possuem mecanismos de absorçãodos nutrientes em sua superfície para mobilizarem para o interior do vegetal, sendo utilizados nas funções fundamentais das plantas, em especial a fotossíntese.

A velocidade de absorção via foliar varia conforme o nutriente (polaridade, raio iônico e concentração), a cultura (superfície da folha, polaridade e cerosidade) e o ambiente (temperatura, umidade e ventos). A aplicação segue os mesmos equipamentos utilizados pelos produtores na aplicação de outros produtos (herbicidas, inseticidas e fungicidas).

Todos os nutrientes podem ser aplicados via foliar, em diferentes proporções, sendo algumas misturas e associações com outros estimulantes vegetais possível, desde que sejam compatíveis e não reajam entre si.

Cuidados

Apesar da possibilidade do N, P e K serem aplicados via foliar, a alta quantidade requerida pelas espécies inviabilizaria a técnica.Recomenda-se, portanto, que estes sejam aplicados via solo, podendo ser complementados via foliar em fases de desenvolvimento de maior demanda.

Os nutrientes que mais afetam o desenvolvimento do eucalipto são o P, K e B. Portanto, estes são os que merecem maior destaque. A aplicação via foliar de B, inclusive, é prática recorrente, especialmente em situações de estiagem, devido à incidência mais pronunciada da seca de ponteiro de eucalipto, causada pela baixa mobilidade deste elemento dentro das plantas e que é acentuada em condições de déficit hídrico.

Limitações

Vale ressaltar que qualquer nutriente que estiver em deficiência será limitante ao desenvolvimento das plantas, sendo o balanço entre os nutrientes de grande relevância. Lançar mão de análises foliares e comparar com os teores ideais em cada fase de desenvolvimento é um investimento importante, pois serve de parâmetro para as tomadas de decisão a respeito de qual nutriente deve-se aplicar, qual a quantidade e a proporção mais adequada entre eles dentro da planta.

Permite, também, entender a dinâmica solo-planta-ambiente, ao observar a relação entre o que é aplicado e o quanto a planta efetivamente consegue absorver, translocar e assimilar.

Essa matéria completa você encontra na edição de maio/junho de 2018 da Revista Campo & Negócios Floresta. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

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