Porta-enxertos da macieira – A escolha certa

Créditos Aires Carmem Mariga

Publicado em 15 de outubro de 2015 às 17h51

Última atualização em 15 de outubro de 2015 às 17h51

Acompanhe tudo sobre Água, Enxertia, Fruta, Pulgão, Viveiro e muito mais!

 

Frederico Denardi

Marcus Vinicius Kvitschal

MaraisaCrestaniHawerroth

Engenheiros agrônomos da EPAGRI

 

Créditos Aires Carmem Mariga
Créditos Aires Carmem Mariga

O uso de porta-enxertos para fruteiras de clima temperado é uma prática milenar. No entanto, os maiores avanços em melhoramento genético de porta-enxertos para a macieira foram obtidos nos últimos 50 anos.

A evolução histórica quanto às características intrínsecas ao uso e desenvolvimento de porta-enxertos pode ser segmentada em três fases:

 Pé franco e seedlings: é a fase na qual foi dada ênfase à facilidade de multiplicação via sementes e à capacidade de induzir vigor e sustentação à copa em produção;

 Porta-enxertos clonais: dando enfoque às demandas locais: fase em que foi iniciado o melhoramento genético de porta-enxertos de macieira, com seu início em 1917, dando origem às séries inglesas “Malling“ (“M“), “Merton Immune“ (“MI“) e “Malling Merton“ (“MM“). Nessa fase, os atributos facilidade de propagação vegetativa, boa compatibilidade na enxertia, boa capacidade de induzir vigor à copa e resistência ao pulgão lanígero – PL (Eriosomalanigerum), foram os principais atributos incorporados aos porta-enxertos desenvolvidos.

Além desses, outros programas de melhoramento genético de porta-enxerto desenvolvidos no Hemisfério Norte tiveram por objetivo central a resistência a frios intensos, resistência à podridão do colo – PC (Phytophtoracactorum) e vigor superananizante para cultivo em solos de alta fertilidade na Polônia, República Tcheca e Rússia.

 Porta-enxertos clonais com enfoque universal: desenvolvidos a partir da década de 70, marcaram uma nova era no uso de porta-enxertos para macieira. Essa fase é marcada pela ênfase às demandas de caráter global, tais como facilidade de propagação, qualidade dos perfilhos nos viveiros, compatibilidade na enxertia, capacidade de controlar o vigor da copa, de induzir precocidade à copa, produtividade e qualidade dos frutos, resistência à PC, ao PL e ao fogo bacteriano – FB (Erwiniaamylovora).

O objetivo dos porta-enxertos são frutas de melhor qualidade - Créditos Aires Carmem Mariga
O objetivo dos porta-enxertos são frutas de melhor qualidade – Créditos Aires Carmem Mariga

Panorama

O cenário atual do setor produtivo da macieira em nível mundial indica que os porta-enxertos das categorias mais vigorosas, procedentes de sementes (seedlings), caíram em desuso, dando espaço aos porta-enxertos clonais com maior capacidade de controlar o vigor, desde os superananizantes aos semiananizantes.

Além da melhor capacidade de controlar o vigor da copa, ao longo do tempo foram desenvolvidos diversos novos porta-enxertos ao redor do mundo, nos quais foram agregadas características como resistência às pragas e doenças, resistência ao frio intenso, compatibilidade de enxertia, facilidade de propagação no viveiro, bem como capacidade de induzir maior precocidade, produtividade e qualidade de frutos à copa.

Nesse sentido, é possível destacar os porta-enxertos desenvolvidos pelo programa de melhoramento genético da Universidade de Cornell, EUA, da série Geneva®, dos quais 45 vêm sendo estudados pela Epagri desde 1987, com o objetivo de testar sua adaptação às condições edafoclimáticas brasileiras.

Resultados de pesquisas

Após 27 anos de pesquisa, seis deles: ‘G.202’, ‘G.210’, ‘G.213’, ‘G.757’, ‘G.874’ e ‘G.896’ estão sendo indicados pela pesquisa, considerando as boas perspectivas de uso comercial no Brasil.

Dentre as dezenas de porta-enxertos desenvolvidos nessa série e selecionados para estudos avançados, treze já foram introduzidos no mercado brasileiro, que são: G.11, G.16, G.30, G.41, G.65, G.202, G.210, G.213, G.214, G.222, G.890, G.935 e G.969. Nessa série de porta-enxertos são comuns as seguintes características: a) resistência à PC e ao FB; b) alguns com resistência ao PL; c) alguns tolerantes à DR; d) indução de maior precocidade de produção e de alto potencial produtivo à copa; e) poucos rebrotes e burrknots; f) resistência ao frio intenso.

 

O pesquisador FredericoDenardi observando a ótima floração - Créditos Aires Carmem Mariga
O pesquisador FredericoDenardi observando a ótima floração – Créditos Aires Carmem Mariga

Características

Quanto à precocidade de frutificação e à eficiência produtiva, todos os ananizantes citados e os semi-ananizantes ‘G.210’ e ‘G.969’ são equivalentes aos ananizantes ‘M.9’ e ‘M.26’.

Para o caráter habilidade de propagação, apenas o ‘G.41’ parece ter alguma limitação, por ser difícil de enraizar.Todos os demais parecem ser ao menos mais fáceis de propagar que o ‘M.9’.Em estudos conduzidos na Epagri, o ‘G.213’, o G.757, o G.874 e o ‘G.969’ mostraram ser mais fáceis de multiplicar que o ‘M.9’.

Resultados de pesquisa obtidos nos últimos seis anos mostram que o ‘G.11’, ‘G.213’, ‘G.214’, ‘G.874’ e ‘G.935’ induzem melhor brotação e mais ramificação, bem como melhor abertura dos ramos da copa.

Além disso, vários porta-enxertos da série Geneva® se destacam por induzir à copa boa precocidade, alta produtividade e boa qualidade de frutos e, como o G.210, possuem sistema radicular com predominância de raízes de absorção (finas), em relação às raízes estruturais (grossas).

Alguns porta-enxertos da série Geneva® mostraram boa tolerância à DR, possivelmente relacionada à melhor capacidade de absorção de nutrientes e água do solo.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

Empresa mineira leva resultados de projetos de sustentabilidade e economia circular à COP30

2

Safra de café 2026/27 no Brasil deve avançar 13,5% e chegar a 70,7 milhões de sacas

3

Tipos de graviola: variedades, características e mais

4

Floresteca: a maior produtora de teca do mundo

5

PLC Distribuidora: caixas que fazem a diferença

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

Graviola - Crédito: Shutterstock

Tipos de graviola: variedades, características e mais

Crédito TRC

Floresteca: a maior produtora de teca do mundo

PLC (1)

PLC Distribuidora: caixas que fazem a diferença

Pepino Murayama F1
Agristar do Brasil

Produtividade e tolerância a doenças elevam o padrão das lavouras de pepinos no Brasil