Associação Caatinga celebra em 3 de outubro o Dia Nacional da Abelha com foco no trabalho com meliponicultores

Crédito: Éden Barbosa
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O Brasil celebra, em 3 de outubro, o Dia Nacional da Abelha, uma data que busca sensibilizar a sociedade sobre a importância desses polinizadores para o equilíbrio da natureza e para a vida humana. As abelhas desempenham um papel essencial na polinização de plantas cultivadas e nativas, processo responsável pela reprodução de grande parte das espécies vegetais e pela formação de frutos e sementes. Estima-se que cerca de 70% dos alimentos consumidos no mundo dependam, direta ou indiretamente, da ação desses insetos. Além de garantirem a manutenção da biodiversidade e a segurança alimentar, as abelhas também contribuem para a economia, com a produção de mel, própolis e outros derivados cada vez mais valorizados no mercado.

Além das espécies mais conhecidas, como a abelha africanizada (Apis mellifera), o semiárido nordestino abriga uma variedade de abelhas nativas sem ferrão, fundamentais para a manutenção dos ecossistemas da Caatinga. A criação dessas abelhas é conhecida como meliponicultura, atividade que gera renda e contribui para a conservação do bioma. É nesse contexto que a Associação Caatinga atua fortalecendo a meliponicultura por meio do projeto No Clima da Caatinga (NCC), iniciativa realizada desde 2011 em parceria com a Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.

O trabalho da Associação Caatinga com meliponicultura começou em 2007, com capacitações e distribuição de enxames de abelha da espécie Jandaíra (Melipona subnitida). Com o apoio do NCC, essas iniciativas ganharam força e consolidaram a meliponicultura como uma tecnologia social sustentável para as comunidades do entorno da Reserva Natural Serra das Almas, uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), localizada entre Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI) e gerida pela Associação Caatinga.

Em 2022, o projeto implantou meliponários nas comunidades, oferecendo estruturas para aumentar a produção de mel e fortalecer a economia local. Além de preservar as abelhas nativas do semiárido, a iniciativa valoriza a floresta em pé e mostra como os produtos da bioeconomia podem gerar renda aliada à conservação ambiental.

Desde a implementação do projeto, os resultados alcançados reforçam o impacto da iniciativa: foram 260 caixas de enxames distribuídas, 341 pessoas capacitadas e 11 meliponários construídos nas comunidades do entorno da Reserva Natural Serra das Almas. “Essas ações fortalecem a meliponicultura local, promovem geração de renda sustentável e contribuem para a conservação das abelhas nativas e do ecossistema da região”, destaca Carlito Lima, analista de projetos socioambientais da Associação Caatinga e especialista em meliponicultura.

Atualmente, a Associação Caatinga acompanha 79 meliponicultores em suas atividades. O mel da abelha Jandaíra (Melipona subnitida) pode ser vendido por até R$150 o litro, garantindo renda extra às famílias. Além do valor econômico, a atividade contribui para a conservação da Caatinga, pois as abelhas polinizam plantas nativas e auxiliam na regeneração da vegetação. O projeto também resgata o valor cultural e medicinal do mel, tradicionalmente utilizado contra inflamações e infecções respiratórias.

“Antes, meu meliponário comportava cinco ou seis caixas. Agora, aumentou, dá até para 25 caixas. Minha produção vai crescer bastante e vai melhorar muito para mim. É uma renda extra importante”, destaca Moacir Lima Filho, meliponicultor apoiado pelo projeto.

Lucilene Cardoso, também meliponicultora, comemora a expansão da estrutura de criação: “Sou muito grata ao projeto No Clima da Caatinga, porque ganhei este meliponário. Ele ajudou a aumentar o número de colmeias, e mais abelhas significam mais mel, o que se traduz em uma renda melhor para mim”.

Em setembro deste ano, foi iniciada a quinta fase do No Clima da Caatinga, com novas ações para fortalecer ainda mais a meliponicultura na região. Estão previstas a implantação de cinco novos meliponários familiares, além da produção de um manual de capacitação e oficinas práticas para os meliponicultores. O projeto também oferece assistência técnica continuada aos produtores apoiados em fases anteriores e o lançamento de uma cartilha digital sobre a criação da abelha Jandaíra.

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