Qual o correto manejo de pulgões na cultura do tomateiro?

Publicado em 27 de janeiro de 2020 às 14h10

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h44

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Autores

Dirceu Pratissoli
Pesquisador – NUDEMAFI/ Depto de Agronomia – Centro de Ciências Agrárias e Engenharias/ UFES
pratissoli@cca.ufes.br
Regiane Cristina Oliveira de Freitas Bueno
Doutora e professora – Departamento de Proteção Vegetal – Faculdade de Ciências Agronômicas – FCA, Campus de Botucatu – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP
Crédito: Luize Hess

Os pulgões são pequenos insetos, com dimensão que varia de 1,0 a 6,0 mm de comprimento; apresentam corpo mole e coloração variada. Possuem como característica a presença de três apêndices localizados na parte distal do abdome, sendo dois nas laterais, denominados sifúnculos, e um central denominado codícola, pelo qual eliminam um líquido açucarado. Apresentam um par de antenas filiformes.

A duração do ciclo dos pulgões depende diretamente da temperatura, que em média entre 23 e 24ºC é de cinco a oito dias, com longevidade média de 20 dias. Nas regiões tropicais esses insetos se reproduzem de forma assexuada durante o ano todo, por partenogênese telítoca, ou seja, só a produção de fêmeas. Cada uma tem a capacidade de gerar 80 descendentes.

Estes insetos têm o hábito de viver em colônias, sendo a maioria formada por indivíduos sem asas (ápteros). Quando a colônia se torna superpopulosa, por meio genético, dá-se início a geração de indivíduos alados, os quais são os responsáveis por migrarem para formarem novas colônias. O habitat de preferência dessas colônias são as zonas de crescimento do vegetal, como as brotações e folhas novas.

O tomate

Na cultura do tomateiro ocorrem duas espécies, Myzus persicae, vulgarmente conhecido como pulgão verde, e Macrosiphum euphorbiae, vulgarmente conhecido por pulgão da batatinha. Dentre estas espécies, a primeira é a que ataca o maior número de culturas: melancia; couve; alface; repolho; fumo; feijoeiro, maracujá, mamão, abóbora, abobrinha, batata, berinjela, brássicas, chuchu, jiló, pepino, pimentão, tomate, pimenta, gérbera algodoeiro e pessegueiro.

Já a segunda tem uma ocorrência mais restrita à batata, tomate, berinjela, pimentão, alface e fumo. A maior incidência e intensidade de infestação tem ocorrido nas regiões sudeste e sul do Brasil.

Alerta

Em um plantio, o período crítico em que as plantas podem estar suscetíveis ao ataque dessas pragas é até os 60 dias após o transplantio. No tomateiro, estas espécies podem provocar dois tipos de danos: um “direto” e um “indireto”.

O primeiro tipo de dano ocorre sempre no terço superior da planta devido à injeção de toxina e ao succionamento contínuo de seiva, o que provoca um estresse fisiológico na planta e prejudica o crescimento da mesma. 

Sintomas

Os sintomas são visíveis nos folíolos, pois estes se tornam enrolados, encarquilhados e com perda da cor esverdeada. Já o segundo dano ocorre com a “picada de prova” do inseto, que favorece a inoculação de vírus causadores de moléstias.

Nessa cultura já foi constatada a presença de três tipos de viroses, sendo duas denominadas de mosaico amarelo, que são o topo amarelo e o amarelo baixeiro, além da virose conhecida como vírus Y. Os sintomas também são facilmente identificados, pois as plantas passam a ter seus folíolos deformados, com aspectos de rugosidade e amarelados.    

Controle

Para que possamos efetuar com sucesso o manejo dessa praga devemos implementar o monitoramento da mesma. Esse monitoramento pode ser pela colocação de placas adesivas de cor amarela, na borda da cultura, para se detectar a presença dos adultos alados.

O segundo tipo de monitoramento e por meio de amostragens na área. Para isso, deve-se caminhar, na cultura, em zigue-zague, sendo que em cada ponto deve-se fazer a contagem de indivíduos em cinco plantas, pelo método de batida do ponteiro e uma bandeja; se o número médio de indivíduos por planta for 1,0, esse índice indica que teremos prejuízos.

As táticas de manejo podem ser pela implementação de uma barreira mecânica, pelo plantio de uma faixa de três metros de sorgo ao redor da área, 60 dias antes do transplantio de tomate. Essa barreira impedirá que os pulgões atinjam a cultura.

Uma outra tática é evitar o plantio de tomate em áreas vizinhas a culturas que são hospedeiras alternativas desses pulgões. A tática que deve ser implementada por último é o uso de inseticidas, mas só quando o nível de indivíduos na área for igual ou superior a 1,0.


Recomendações

De recomendações, para ter sucesso no manejo de pulgões, podemos sugerir que:

– O inseticida a ser usado deve ser seletivo tanto à praga como para inimigos naturais;

– Fazer uso de inseticidas com menor carência, isto para evitar resíduos nos frutos;

– Concentrar a aplicação no terço superior da planta;

– Dirigir o jato de pulverização para a face inferior das folhas, visto que as colônias de pulgões se alojam nessa região.

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