Nutrição ideal do maracujazeiro

Fotos Agrocinco

Publicado em 16 de março de 2018 às 19h07

Última atualização em 16 de março de 2018 às 19h07

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Elisamara Caldeira do Nascimento

Talita de Santana Matos

Doutoras em Agronomia – UFRRJ

Rafael Campagnol

Professor de Olericultura – UFMT

Glaucio da Cruz Genuncio

Professor de Fruticultura – UFMT

glauciogenuncio@gmail.com

 

Fotos Agrocinco
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O maracujazeiro é uma das culturas mais promissoras e rentáveis da fruticultura e, quando conduzido com técnica e tecnologia, destaca-se pela possibilidade de se alcançar produtividades próximas a 45 t/ha.

Assim, a adubação correta, a partir do preparo do solo baseado na análise química e física, além do uso da irrigação por gotejamento, da condução por tutoramento, uma vez que a planta é uma trepadeira lenhosa de rápido crescimento e desenvolvimento e, do efetivo controle de pragas e doenças, e adoção do manejo integrado são variáveis técnicas fundamentais e necessárias para que o produtor alcance rentabilidade na cultura.

Por outro lado, o que se observa no Brasil são as baixas produtividades para a cultura, com média de 15 t/ha. Um dos fatores que favorece é o inadequado manejo nutricional, somando-se a irrigação inadequada, com deficiência hídrica para a cultura.

Exigências

O maracujazeiro é exigente em termos nutricionais, sendo o N, o K e o Ca os macronutrientes de maior demanda e o Fe, Mn e B os micronutrientes mais demandados.

De modo geral, para um cultivo com 380 dias e 1.550 plantas/ha, existe uma necessidade de, aproximadamente, 200 kg de N/ha, 190 kg de K/ha, 160 kg de Ca/ha, assim como 0,80 kg de Fe/ha e 0,30 kg de Mn e B/ha. Vale ressaltar que o K se apresenta como o macronutriente mais exportado pela cultura, no momento da colheita.

Estes dados são fundamentais, pois o K e o B são os elementos que em deficiência afetarão o conteúdo de sólidos solúveis totais no fruto do maracujazeiro. Assim, suprir de forma adequada todos os nutrientes e, em especifico estes dois, é a forma de garantir o Brix do maracujazeiro, que deve ser acima de 16.

Critérios qualitativos

É importante ressaltar que, para a indústria, características organolépticas como rendimento de suco (acima de 40%), índice de fecundação, tamanho, diâmetro equatorial, pH da polpa (Entre 2,7 e 3,1), acidez titulável (5% de ácido cítrico) e constituição dos açúcares (conteúdos de sacarose, glicose, frutose) são critérios qualitativos para a aquisição do fruto para a produção de sucos.

Assim, cabe ao produtor garantir tais qualidades organolépticas com a adubação adequada, assim como o uso de genética apropriada, manejos adequados de irrigação e fitossanidade, adequado tempo de colheita (ponto de colheita agronômico) e eficiência no armazenamento pós-colheita.

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Preparo de solo

A análise química do solo é de fundamental importância para a cultura, e é a partir dela que há a recomendação apropriada de calagem e adubação.

Por se tratar de uma cultura frutífera de ciclo médio, existe a necessidade de adubação de plantio e adubações de desenvolvimento, as quais visam atender a demanda de fases (vegetativa e reprodutiva).

Estas adubações também são denominadas de cobertura. As recomendações para o maracujazeiro estão bem estabelecidas nos manuais de adubação por Estado e são variáveis de acordo com o que é observado no solo.

Por exemplo, para o Espírito Santo, caso na análise do solo o técnico constate uma quantidade de K (mg/kg) entre 45 a 80 e de P entre 10-20 (mg/kg), a recomendação das doses de N, P2O5 e K2O é a de 30-40-30 g/cova ou g/planta, respectivamente, com N e K2O parcelados em 30, 60 e 150 dias.

Já para o Rio de Janeiro, as recomendações de N e K2O são: aos 30 dias após plantio (DAP) 10 g de N/planta, aos 60 DAP, 15 g de N/planta, aos 90 DAP 20 g de N e K2O/planta e aos 120 DAP 30 g de N e de K2O/planta. Esta recomendação é considerada para a fase vegetativa da planta. Estes dados estão descritos no livro intitulado ‘Maracujá: produção e qualidade na passicultura’, cujos autores são Lima & Cunha (Embrapa, 2004).

Manejo

Os adubos mais utilizados para o maracujá são, na forma de sais simples: ureia, supersimples e cloreto de potássio ou adubos em mistura, os famosos NPK. Porém, com a tecnificação da cultura e a adoção da fertirrigação, os fertilizantes devem possuir pureza e solubilidade.

Dentre os mais utilizados, podemos elencar: nitrato de cálcio, de potássio e de magnésio, MAP, MKP, sulfato de potássio e cloreto de potássio branco. Ressalta-se, ainda, que algumas empresas estão investindo em formulações prontas para a cultura.Assim, tem-se a formulação proposta para a cultura mais o nitrato de cálcio (devido à incompatibilidade do cálcio com o enxofre e o fósforo), fe-quelatado e micronutrientes.

Essa matéria completa você encontra na edição de março 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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