Nanofertilizantes – O novo conceito em nutrição de plantas

Os nanofertilizantes são constituídos por polímeros semipermeáveis de liberação lenta e controlada e não há acúmulo além da concentração necessária pela planta. O uso da nanotecnologia é a mais nova aposta de pesquisa para atenuar um dos maiores problemas de aplicação de fertilizantes - a volatilização e a lixiviação.

Publicado em 9 de maio de 2019 às 13h03

Última atualização em 9 de maio de 2019 às 13h03

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Autores

Herika Paula Pessoa
Engenheira agrônoma, mestre e doutoranda em Fitotecnia – Universidade Federal de Viçosa (UFV)
herika.paula@ufv.br
Ronaldo Machado Junior
Engenheiro agrônomo, mestre em Fitotecnia e doutorando em Genética e Melhoramento – UFV
ronaldo.juniior@ufv.br
Louise Pinto Guisolfi
Engenheira agrônoma e mestranda em Fitotecnia – UFV
louise.guisolfi@ufv.br B

Os nanofertilizantes são constituídos por polímeros semipermeáveis de liberação lenta e controlada e não há acúmulo além da concentração necessária pela planta. O uso da nanotecnologia é a mais nova aposta de pesquisa para atenuar um dos maiores problemas de aplicação de fertilizantes – a volatilização e a lixiviação.

O primeiro diz respeito à transformação de fertilizantes em gases, enquanto o segundo se refere ao produto transportado pela água, e ambos são responsáveis por perdas de até 50% de todos os fertilizantes que os agricultores brasileiros aplicam em suas lavouras. O resultado é que os fertilizantes aplicados dessa maneira prolongam o efeito da adubação e reduzem o acúmulo de substância no solo, significando mais economia e menor impacto ambiental.

A tecnologia para a formulação desse novo fertilizante foi desenvolvida a partir de pesquisas conduzidas pelas redes: “Nanotecnologia aplicada ao Agronegócio” (AgroNano) e “Tecnologias para o aumento da eficiência de fertilizantes e identificação de fontes alternativas de nutrientes para a agricultura brasileira” (FertBrasil), e cooperação da Embrapa Instrumentação e Embrapa Pecuária Sudeste. 

Made in Brasil

Após uma década de estudos, pesquisadores desenvolveram uma tecnologia pioneira no País. Trata-se de um produto completo para usar na lavoura que possui nutrientes balanceados, potencial de aumentar a produtividade e reduzir aplicações de fertilizantes.

Este novo conceito de fertilizante é constituído por uma película formada por micronutrientes em grande concentração que recobrem de forma homogênea grânulos dos macronutrientes nitrogênio, fósforo e potássio, contribuindo para que a planta receba todos os elementos de que precisa de forma balanceada.

A formulação pode aumentar a produtividade, uma vez que o fornecimento de macro e micronutrientes, de modo simultâneo, permite às plantas produzirem próximo ao seu potencial genético.

Para a produção do fertilizante de liberação controlada foi desenvolvido um material resistente, uma película de micronutrientes com a função de recobrir a superfície do grão, que será usado para levar o outro fertilizante junto. Ainda, que este, quando fosse aplicado, não se separasse dos fertilizantes NPK.

Tal estratégia permite maior controle do tempo de liberação do nutriente e a possibilidade de incluir outros compostos em sua estrutura, incluindo vários tipos de fertilizantes, como os micro fertilizantes.

O fertilizante de liberação controlada pode ser utilizado em qualquer cultura agrícola, e sua dosagem deve ser ajustada, a depender da marcha de absorção de nutrientes da cultura envolvida.

Diferencial

Como dito no início, fertilizantes são suscetíveis a perdas por lixiviação e escoamento superficial, mas com a nova tecnologia todas essas perdas são minimizadas, devido à liberação lenta do fertilizante. 

A liberação é controlada tanto por fatores físicos quando químicos. Os fatores físicos são relacionados ao confinamento do fertilizante entre as lamelas nanométricas, o que aumenta o tempo necessário para que o nutriente se difunda no meio.

Os fatores químicos são relacionados às interações químicas do fertilizante com as cargas superficiais do mineral argiloso. Nesse caso, a liberação do fertilizante depende da dinâmica dos íons do solo. No processo, um íon no solo substitui o fertilizante entre as lamelas, permitindo que ele seja quimicamente dissolvido, e assim liberado.

Eficiência

A expectativa é que os nanofertilizantes sejam muito mais eficientes do que os fertilizantes convencionais devido à razão entre a área de cobertura e volume necessário. O desenvolvimento de um material com alta quantidade de fertilizante em nanopartículas por grama do produto final, que fique no solo por mais tempo, possibilita reduzir o custo de produção.

Atualmente, o fator que causa maior aumento do custo aos fertilizantes tradicionais para os agricultores é o frete. Entretanto, a nova tecnologia pode reduzir o número de aplicações de fertilizantes, impactando diretamente nos custos da produção agrícola, além de ter o potencial de fornecer as condições ideais de nutrição para as plantas.

Outros benefícios:

² Alta aderência dos micronutrientes nos grânulos de fertilizantes NPK;

² Elimina a segregação dos micronutrientes;

² Maior eficiência nutricional, possibilitando que as plantas expressem todo o seu potencial genético;

² Uniformidade e praticidade no processo de plantio;

² Maior produtividade e rentabilidade ao produtor rural.

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