Manjericão roxo: tempero gourmet que une sabor e saúde

Rico em antocianinas e sabor marcante, o manjericão roxo ganha espaço na culinária e mais.

Publicado em 30 de outubro de 2025 às 11h16

Última atualização em 4 de novembro de 2025 às 08h48

Acompanhe tudo sobre o agronegócio no Brasil e muito mais!

O manjericão roxo (Ocimum basilicum L.) é uma das ervas aromáticas mais apreciadas da gastronomia. Além de aromatizar e temperar alimentos, o manjericão roxo agrega valor nutricional e pode contribuir para a prevenção de doenças cardiovasculares, devido à presença de compostos antioxidantes e bioativos.

Usado em dietas hipossódicas e hipolipídicas, ele melhora o sabor das refeições sem elevar o consumo de sal ou gordura. A coloração roxa das folhas vem das antocianinas, pigmentos naturais com alta capacidade antioxidante que ajudam a proteger o organismo contra radicais livres e o envelhecimento celular.

O manjericão é um condimento para temperar e aromatizar os alimentos - Crédito Isla Sementes
O manjericão é um condimento para temperar e aromatizar os alimentos – Crédito Isla Sementes

Uso culinário e propriedades nutracêuticas

Na cozinha gourmet, o manjericão roxo é um ingrediente versátil. Suas folhas frescas combinam perfeitamente com peixes, legumes, massas e pães artesanais. Também podem ser utilizadas secas ou processadas, mantendo o aroma característico. As sementes podem ser adicionadas a pães e massas, ampliando o valor nutricional.

Por suas propriedades nutracêuticas e condimentares, o manjericão roxo vem despertando o interesse de produtores e chefs, com potencial para cultivo durante todo o ano no Brasil, graças ao clima tropical. O setor alimentício já o considera um produto gourmet diferenciado, com espaço crescente no mercado de ervas frescas e temperos naturais.

Quem é o manjericão roxo

O manjericão pertence à família Lamiaceae, a mesma do alecrim, orégano e hortelã. É uma planta herbácea perene, de crescimento ereto, podendo atingir até 1 metro de altura.

Segundo Almeida (2006), existem duas subespécies principais:

  • Ocimum basilicum subsp. basilicum, que inclui o manjericão de folhas verdes (Latifolium) e o manjericão roxo (Purpureum);
  • Ocimum basilicum subsp. minimum, conhecida como manjerico, usada como planta ornamental.

O manjericão roxo se destaca justamente pela cor intensa e pelo aroma marcante, tornando-se uma opção tanto culinária quanto ornamental.

Características botânicas

As folhas de manjericão roxo são pilosas, ovais, com nervuras salientes e formato de coração.
A coloração roxa vem da alta concentração de antocianinas, responsáveis não só pela pigmentação, mas também pelos benefícios antioxidantes e anti-inflamatórios.

As flores pequenas, que variam do branco ao púrpura, surgem nas axilas dos ramos e são importantes para a produção de sementes.
Originário da Índia e Ásia Central, o manjericão é considerado planta sagrada em várias culturas — símbolo de amor na Itália e de luto na Grécia.

Produção mundial e no Brasil

A produção mundial de manjericão é estimada em 830 toneladas por ano, com destaque para o mercado de óleos essenciais, que movimenta cerca de US$ 6,5 milhões.
No Brasil, o manjericão é a segunda erva aromática mais comercializada na Ceagesp, com 5.000 a 7.000 maços por mês, a preços médios de R$ 0,40 (atacado) e R$ 1,50 a R$ 3,00 (varejo).

O manjericão roxo representa 15% a 20% da produção nacional, mas enfrenta desafios — como exigência nutricional mais alta e dificuldade na germinação das sementes —, o que limita a oferta no mercado.

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Exemplo de produção: sucesso em Holambra (SP)

Em Holambra (SP), o produtor Deric Vermeulen, da Vermeulen Hortaliças e Plantas Ornamentais, cultiva 1,5 hectare de ervas aromáticas, sendo 10% dedicados ao manjericão roxo desde 2006.

“Entramos no cultivo de manjericão depois de observar uma crescente demanda por temperos diferentes e saudáveis”, explica Deric.

O valor médio de venda do manjericão roxo fresco é de R$ 7,00/kg, com custo de produção médio de R$ 4,00/kg. O produto é comercializado para a Ceagesp de São Paulo e restaurantes especializados.

Apesar da aceitação ainda limitada, o potencial de mercado é grande, especialmente entre consumidores que valorizam produtos naturais e funcionais.

Manejo e cultivo do manjericão roxo

O plantio é feito em canteiros com mulching, para manter a umidade e controlar plantas daninhas.
A irrigação pode ser feita por fitas de gotejo ou aspersão, e a fertirrigação é aplicada duas vezes por semana.
A colheita é manual e escalonada, garantindo produção contínua o ano todo.

Entre os principais desafios estão os ataques de nematoides, controlados por tratamentos biológicos e manejo preventivo.

O manjericão roxo é comestível?

Sim. O manjericão roxo é totalmente comestível, tanto as folhas quanto as sementes. Ele pertence à mesma espécie do manjericão tradicional (Ocimum basilicum), amplamente utilizado na culinária mundial.

As folhas do manjericão roxo podem ser consumidas frescas, secas ou processadas, sendo ideais para massas, molhos, peixes, saladas e pães artesanais. Além do sabor levemente adocicado e picante, elas conferem aroma marcante e coloração diferenciada aos pratos.

Já as sementes do manjericão roxo também são comestíveis e podem ser utilizadas em receitas de pães, bebidas e sobremesas, por possuírem textura gelatinosa e alto teor de fibras.

O consumo é seguro, desde que as plantas não sejam tratadas com defensivos químicos inadequados para uso alimentar. Por isso, recomenda-se sempre cultivar o manjericão roxo de forma orgânica ou adquirir de produtores certificados.

Conclusão

O manjericão roxo é uma cultura de alto valor agregado, com forte apelo gastronômico e nutricional.
Seu cultivo no Brasil une sabor, saúde e sustentabilidade, sendo uma excelente alternativa para produtores de ervas aromáticas e para o público que busca alimentos funcionais e naturais.

Alface roxa: benefícios, cultivo e mercado dessa folhosa atrativa

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

TSV Sementes inicia nova fase com portfólio ampliado

2

Microverdes: sistemas de cultivo, colheita, custos e mais

3

Pragas e doenças no abacateiro: prevenção e controle

4

Celso Moretti, membro do CCAS e primeiro brasileiro a presidir o CGIAR, destaca o que o agro espera da COP30

5

Aspersores Plasbohn: eficiência e praticidade na irrigação de precisão

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

TSV Sementes inicia nova fase com portfólio ampliado
Agristar do Brasil

TSV Sementes inicia nova fase com portfólio ampliado

Microverdes

Microverdes: sistemas de cultivo, colheita, custos e mais

imagem_2022-06-30_145124434

Pragas e doenças no abacateiro: prevenção e controle

plasbohn

Aspersores Plasbohn: eficiência e praticidade na irrigação de precisão