Manejo nutricional otimiza produção da beterraba

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Publicado em 11 de setembro de 2018 às 07h06

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h29

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Bruno Novaes Menezes Martins

Engenheiro agrônomo e doutorando em Agronomia (Horticultura) – FCA/UNESP, campus de Botucatu (SP)

brunonovaes17@hotmail.com

Letícia Galhardo Jorge

Bióloga e mestranda em Botânica – IBB/UNESP, campus de Botucatu

leticia_1307@hotmail.com

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A cultura da beterraba situa-se entre as espécies hortícolas que mais respondem à calagem, bem como às adubações orgânica e mineral. A cultura apresenta um crescimento excessivo até os 80 dias após sua semeadura, sendo que tanto a parte aérea como a raiz continuam a crescer até o final do ciclo. A exigência nutricional da beterraba varia ao longo do ciclo, intensificando-se a partir dos 40 dias até a colheita, com maior magnitude a partir dos 60 dias após a semeadura.

Devido ao seu ciclo vegetativo curto e da intensa produção de matéria seca, torna-se uma cultura bastante exigente em nutrientes. Experimentos conduzidos no Brasil mostram o acúmulo e exportação total de nutrientes pela planta na seguinte ordem decrescente: K>N>Ca>Mg>P>S.

De acordo com diversas pesquisas (produtividades entre 20 e 65 t ha-1 de raízes + folhas) apresentam as seguintes quantidades de nutrientes extraídas pela planta (em kg ha-1): N = 78 a 275; P = 18 a 40 (41 a 92 de P2O5); K= 83 a 476 (100 a 571 de K2O); Ca = 20 a 74; Mg = 27 a 62.

Têm sido obtidas maiores respostas em produtividade aplicando-se K e N na adubação. Torna-se imprescindível a análise de solo para a realização da recomendação correta da adubação.

Em solos de fertilidade mediana ou baixa, na falta de dados regionais de pesquisa sugerem-se as seguintes doses de macronutrientes (kg/ha): 20; 200-350 e 100-150 kg ha¹ de N, P2O5 e K2O, respectivamente. A adubação em cobertura deve ser feita com 60-120 kg ha¹ de N e 30-60 kg ha¹de K2O parcelando-se essas doses totais em três aplicações, aos 15, 30 e 50 dias, aproximadamente, após a emergência.

A maior parte do N deve ser aplicada em cobertura, preferencialmente na forma nítrica, evitando assim danos à germinação. A cultura é bastante exigente em boro, razão pela qual quando o nível de B no solo for baixo sugere-se aplicar 02 – 04 kg ha¹ de B na forma de bórax (12% de B).

Dicas

Por ser uma raiz tuberosa, cuja raiz compõe a parte comestível, a maior parte de N deve ser aplicada em cobertura. Devido a sua alta mobilidade no solo, a quantidade total de nitrogênio adicionado aos fertilizantes nitrogenados deve ser aplicada de forma fracionada, de modo que as plantas os recebam nos períodos em que o N possa ser prontamente absorvido.

Ao contrário do potássio, que apresenta pouca mobilidade, deve-se aplicar a quantidade de potássio adicionado aos fertilizantes, próximo as plantas.

Outro ponto importante é a adubação orgânica, tendo em vista que a mesma desempenha um papel fundamental na manutenção das funções do solo, dada a sua influência na estrutura e estabilidade do solo, retenção de água, biodiversidade e como fonte de nutrientes para as plantas.

Recomenda-se a aplicação de 30-50 t. ha¹ de esterco de curral bem curtido ou composto orgânico, sendo a maior dose para solos arenosos. Pode-se utilizar também 1/4 dessas quantidades com outros fertilizantes orgânicos, tais como a cama de frango, o esterco de galinha, de suínos ou equinos. Todos devem ser bem incorporados ao solo, entre 30 e 40 dias antes da semeadura ou plantio da beterraba.

Pesquisas

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 Apesar da evolução do processo produtivo da beterraba, torna-se de extrema importância a necessidade de estudos que determinem a demanda e dose de nutrientes que proporcionem a melhor produção, de modo que permita manutenção contínua da sua produtividade ligada à redução de custos de produção.

O conhecimento da marcha de absorção de nutrientes pelas culturas pode fornecer subsídios para uma aplicação racional de fertilizantes, implicando na redução dos custos de produção e melhor aproveitamento dos fertilizantes pela planta, podendo gerar também aumento de produtividade.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

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