Gesso enriquece as camadas subsuperficiais do solo

Publicado em 28 de abril de 2015 às 07h00

Última atualização em 28 de abril de 2015 às 07h00

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Ernani Lopes Possato

Engenheiro florestal e doutor da Universidade Federal de Uberlândia ” Campus de Monte Carmelo

epossato@yahoo.com.br

Gesso enriquece as camadas subsuperficiais do solo - CréditoNutrion
Gesso enriquece as camadas subsuperficiais do solo – CréditoNutrion

O gesso contém sulfato em sua composição, e por isso passa a enriquecer as camadas subsuperficiais do solo, aumentando os conteúdos de cálcio, magnésio e enxofre. Contudo, a exigência nutricional das espécies florestais varia entre espécies e até mesmo entre os materiais genéticos utilizados. Assim, é imprescindível que se tenha planejamento da lavoura, tanto no que tange a forma como o tipo de manejo.

Importância do gesso para a floresta

Diferentemente das culturas agronômicas anuais, as espécies florestais possuem sistema radicular profundo, com presença de raízes em camadas superiores a 2,0 metros de profundidade.

Contudo, a biomassa radicular possui um gradiente de concentração no sentido da superfície para as camadas subsuperficiais do solo, em que é possível notar maior densidade de raízes nos primeiros 40 cm de profundidade, principalmente das raízes finas, responsáveis pela maior parte de absorção de nutrientes.

A maior densidade de raízes nas camadas superficiais do solo ocorre em função de vários fatores como, por exemplo, a presença de matéria orgânica, de microrganismos e da maior concentração dos nutrientes disponíveis.

A prática de adubações subsequentes e a própria ciclagem de nutrientes que ocorre em grande intensidade junto à superfície nos solos florestais pode aumentar ainda mais a concentração de nutrientes nas primeiras camadas de solo e, consequentemente, a concentração da densidade de raízes.

Soma-se a isto a absorção e exportação de nutrientes das camadas subsuperficiais que não são repostos por meio da prática de adubação superficial em função da baixa mobilidade da maior parte dos nutrientes disponibilizados via fertilização ou mineralização e da dinâmica biogeoquímica nas primeiras camadas de solo.

Neste sentido, a aplicação de gesso agrícola (CaSO4.H2O) tem sido uma prática utilizada como condicionante das camadas mais profundas do solo, com intuito de reposição de nutrientes ou melhoria das características químicas ao logo do perfil, além de proporcionar a adição direta de enxofre e cálcio ao sistema produtivo.

A aplicação de gesso agrícola tem sido uma prática utilizada como condicionante das camadas mais profundas do solo - Shutterstock
A aplicação de gesso agrícola tem sido uma prática utilizada como condicionante das camadas mais profundas do solo – Shutterstock

Como funciona

Ao aumentar o teor de nutrientes ao longo do perfil do solo, a presença de raízes em camadas mais profundas é favorecida, sendo de fundamental importância, principalmente, em situações onde ocorre déficit hídrico prolongado, uma vez que nestas camadas a presença de água disponível às plantas permanece por mais tempo que na superfície do solo.

É importante lembrar que a presença de água não só é importante para manutenção da turgescência das plantas, mas também permite a absorção dos nutrientes, uma vez que o fluxo de água no sentido solo-planta é a principal forma de absorção de muitos nutrientes essenciais à planta (transporte via fluxo de massa).

Assim, as plantas que crescem em condições de melhor fertilidade e todo o perfil do solo tende a não apresentar deficiências nutricionais ou perda foliar, mesmo em períodos desfavorável ao crescimento, como as estações secas.

Quando aplicar

A definição de aplicar ou não o gesso depende da análise do solo em camadas subsuperficiais. Na maioria das vezes, as amostras tradicionais de solo contemplam as camadas de 0 a 20 cm e, em alguns casos, de 20 a 40 cm, suficientes para a maioria das culturas agrícolas anuais.

Para determinação da necessidade de aplicação de gesso, as camadas de solo nos intervalos de 40 a 60 cm ou mesmo de 60 a 80 cm devem ser contempladas na amostragem do solo para análise das condições químicas nestes intervalos de profundidade.

Em geral, os teores de Ca2+ e Mg2+, a saturação por base e alumínio e a textura do solo são utilizados como referências para definir a necessidade ou não e também a quantidade necessária para aplicação do gesso.

Uma referência que consta na literatura quanto à decisão para aplicação de gesso corresponde aos valores do teor de cálcio inferiores a 0,5 cmolc dm-3 ou de saturação de alumínio maiores do que 20%, considerando a camada mais profunda amostrada (40 a 60 cm ou 60 a 80 cm).

Nestas condições, a adição de gesso provavelmente aumentará o incremento em produtividade por meio da melhoria das características químicas no perfil do solo.

Essa matéria completa você encontra na edição de abril/maio da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira a sua para leitura completa.

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