Fosfito no manejo de doenças do cafeeiro

Crédito Daniel Vieira

Publicado em 12 de setembro de 2018 às 19h40

Última atualização em 12 de setembro de 2018 às 19h40

Acompanhe tudo sobre Água, Café, Ferrugem, Fosfito, Germinação, Irrigação, Nematoide, Viveiro e muito mais!

Manoel Batista da Silva Júnior

mjunior_agroufla@yahoo.com.br

Deila Magna dos Santos Botelho

Pós-doutorandos- DFP” Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Gustavo César Dias Silveira

Mestrando – DFP- UFLA

Crédito Daniel Vieira
Crédito Daniel Vieira

O cafeeiro é uma das culturas mais importantes do Brasil, sendo de grande importância social e econômica pela geração de renda e empregos nas regiões produtoras.

Segundo dados da Conab (2018), a produção vem crescendo a cada ano, tendo sido colhidas 39 milhões de sacas em 2004 e a perspectiva para 2018 é de 56 milhões de sacas.

Porém, as altas produtividades nem sempre são alcançadas devido a fatores adversos, entre os quais se destacam as doenças, como ferrugem, cercosporiose, mancha de phoma, mancha aureolada e as doenças causadas por nematoides. A ferrugem, a cercosporiose e a mancha de phoma são doenças causadas por fungos e resultam em intensos danos ao cafeeiro.

Condições para a doença

Nas pústulas ficam os uredósporos ou urediniósporos, inóculo inicial do patógeno da ferrugem que pode ser disseminado pelo vento, associado ou não a chuvas/irrigação, resultando em infecção de novas folhas ou plantas.

As condições favoráveis à doença são temperaturas entre 22 e 26°C (favoráveis à germinação dos uredósporos), alta carga pendente na lavoura, plantios adensados, molhamento foliar e deficiências nutricionais. A alta carga pendente faz as plantas direcionarem todas as reservas das folhas para os frutos, assim, as folhas ficam mais suscetíveis ao ataque do fungo.

Os plantios densos causam maior sombreamento e retenção de água na superfície foliar, favorecendo a germinação dos uredósporos. Já as deficiências nutricionais impedem que a planta forme adequadamente as barreiras de defesa, como camada de cera e formação de compostos fenólicos tóxicos aos patógenos, reduzindo assim a imunidade basal das plantas.

Danos

Os principais danos do ataque da doença são a desfolha, redução na fotossíntese, seca dos ramos e redução na longevidade das lavouras. Caso a doença não seja controlada ao longo das safras, estes danos irão reduzir o potencial produtivo e a longevidade da lavoura. As perdas podem alcançar até 50% da produção.

Cercosporiose

A cercosporiose é causada pelo fungo Cercospora coffeicola e pode atacar plantas adultas no campo e mudas no viveiro. Os sintomas da doença nas folhas são lesões necróticas de coloração castanho com centro claro, circundadas ou não por um halo amarelado. Ao evoluírem estas lesões levam à queda das folhas. Nos frutos podem ser observadas lesões elípticas de coloração castanho escuro deprimidas devido à aderência da casca ao fruto.

Nas lesões o fungo forma os conidióforos, estruturas onde são formados e liberados os conídios, que são os esporos do fungo. Estes esporos são disseminados por vento, associado ou não à água de chuva ou irrigação, e infectam folhas e frutos sadios.

A doença é favorecida por temperaturas de 10 a 25°C, plantios espaçados, molhamento foliar e deficiências nutricionais. Com exceção dos plantios adensados, as outras condições são as mesmas que favorecem também a ferrugem.

No caso da cercosporiose, o fungo utiliza uma toxina chamada cercosporina, que é ativada pela luz e é necessária para que ocorra a infecção. Sendo assim, os plantios adensados desfavorecem a manifestação da doença.

Esta doença pode causar desfolha e raquitismo de mudas no viveiro. O avanço no tamanho das lesões causadas pelo fungo leva à desfolha nas mudas, o que reduz a fotossíntese, atrasando assim seu desenvolvimento. No campo ocorre seca de ramos, queda de frutos, depreciação da bebida e desfolha.

Ataques severos do fungo nos frutos podem induzir à queda destes, e ao aderir à casca dos grãos o fungo deprecia a qualidade na bebida. O não controle da doença ao longo dos anos pode reduzir a longevidade da lavoura. As perdas podem chegar à redução de 30% na produtividade do cafeeiro.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

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