Fertirrigação traz múltiplas vantagens ao canavial

Créditos HidroEng

Publicado em 11 de janeiro de 2017 às 07h24

Última atualização em 11 de janeiro de 2017 às 07h24

Acompanhe tudo sobre Adubação, Água, Cana-de-açúcar, Colheita, Etanol, Fertirrigação, Irrigação, Matéria orgânica, Nitrogênio, Pós-colheita, Processamento, Sustentabilidade, Traça e muito mais!

Osvaldo Arce de Brito

Engenheiro agrícola, gerente de projetos e consultor técnico na HidroEng Consultoria em Fertirrigação e Irrigação

osvaldo@hidroeng.com.br

 

Créditos HidroEng
Créditos HidroEng

O uso de fertilizantes dissolvidos na própria água de irrigação, a chamada fertirrigação, traz vários resultados positivos ao canavial, como economia em adubação mineral; melhoria contínua no condicionamento do solo; ganhos de produtividade e de longevidade; destinação final racional da vinhaça; garantindo assim um sistema de produção com maior sustentabilidade.

Fertirrigação + vinhaça

A fertirrigação utilizando a vinhaça como fertilizante é uma operação agrícola já consolidada nas usinas de produção de açúcar, etanol e energia elétrica, em função da disponibilidade do subproduto vinhaça pós o processamento da cana-de-açúcar.

A fertirrigação utilizando a vinhaça, que apresenta em sua composição água, matéria orgânica e alguns nutrientes, destaque para o potássio, tem a capacidade de suprir parte do déficit hídrico da cultura na fase pós-colheita (época do tratamento de fertirrigação), auxiliando no restabelecimento da cultura em um novo ciclo fisiológico, melhorias contínuas do condicionamento do solo e suprir total ou parcialmente a necessidade da cultura em relação a alguns nutrientes.

Cuidados

Primeiramente, se faz necessário a análise do solo x ciclo da cultura para definição da dosagem a ser aplicada. No caso da vinhaça, é o potássio que define essa dosagem, mas é importante verificar a legislação estadual sobre o Plano de Aplicação de Vinhaça (PAV), o qual define os limites de dosagem em função da concentração da vinhaça e extração da cultura. Operacionalmente, se faz necessário:

– Que a vinhaça esteja resfriada;

– Conhecimento do teor de potássio;

– Planejamento das áreas atendidas x produção de vinhaça;

– Domínio sobre o projeto de transporte por adutoras, canais, etc.

– Aferição e conhecimento sobre os equipamentos de aplicação (sistemas de irrigação);

– Capacitação da equipe operacional de fertirrigação.

 

A técnica de fertirrigação utilizando a vinhaça permite uma destinação final racional a esse subproduto - Créditos HidroEng
A técnica de fertirrigação utilizando a vinhaça permite uma destinação final racional a esse subproduto – Créditos HidroEng

Check-list

É necessário um planejamento das áreas atendidas versus a produção de vinhaça, ou seja, a liberação de área deve ser feita em função da produção de vinhaça. É importante, também, fazer a checagem dos volumes de produção x sistema de transporte x sistema de aplicação. O produtor ainda deve definir as frentes de aplicação e de montagem de sistemas móveis compatíveis com cada projeto e produção de vinhaça.

Manejo

O manejo deve obedecer à dosagem pré-definida, com a aplicação logo após a colheita. Quanto menor o intervalo entre a colheita e a aplicação, melhores são os benefícios, principalmente referentes a minimizar o déficit hídrico.

Investimento

O custo de implantação de sistemas de transporte via adutora e sistema de aplicação via aspersão por carretel enrolador varia em função da topografia e distribuição das áreas. Os valores dos investimentos podem variar de R$ 1.500 a R$ 3.000 por hectare.

O custo operacional do sistema mencionado pode variar de R$ 0,80a R$ 1,30 por metro cúbico aplicado em um hectare.

Viabilidade

A técnica de fertirrigação utilizando a vinhaça permite uma destinação final racional a esse subproduto, caracterizando reciclagem de nutrientes (não necessitando da compra de formulação mineral referente ao potássio e redução de outros nutrientes, a exemplo do nitrogênio).

Melhorias contínuas no condicionamento do solo e a melhor absorção pela cultura de nutrientes traz como consequência direta o aumento de produtividade (TCH) e de longevidade (pelos menos um corte a mais).

Essa matéria você encontra na edição de janeiro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

Uva: inovações no manejo da mosca-branca

2

Cultivo de goiaba garante sucessão na região Central de Minas Gerais 

3

John Deere desenvolve soluções que reduzemos efeitos da cintilação em máquinas agrícolas

4

Entregas de fertilizantes cresceram 10,7% de janeiro a julho de 2025

5

Cafeicultura: Jacto aposta em inovação e mecanização

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

jacto (2)

Cafeicultura: Jacto aposta em inovação e mecanização

Divulgação

Potássio, cálcio, boro e enxofre na cultura do trigo: como esses nutrientes influenciam na qualidade e produtividade

Divulgação

Amendoim: exportação registra marca história de 180 mil toneladas

Parceria entre Cargill e USP contará com as investigações de 11 mestres e doutores sobre plantas de cobertura e seus efeitos na agricultura brasileira

Cargill e CCarbon/USP firmam parceria para pesquisar plantas de cobertura em sistemas de produção de grãos