Doenças do pinus prejudicam produção

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Publicado em 10 de abril de 2017 às 07h14

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h54

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Rodrigo Lima

Professor, doutor em Engenharia Florestal e Consultor do SENAI

 

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As principais doenças do pinus são as seguintes: tombamento de mudas, armilariose, podridão de raízes, podridão de estacas, queima de ponteiros de mudas, seca de ponteiros, queima de acículas, mancha azulada e ausência de micorrizas e fumagina. Entre estas, destacam-se como mais importantes da cultura no País a armilariose causada por Armillariasp.; a seca de ponteiros causada por Sphaeropsissapinea e a queima de acículas causada por Cylindrocladiumpteridis.

Prejuízos

O estudo realizado por Rodigheriet al. (2005) em dois municípios do Estado do Paraná e em um município de Santa Catarina revelou que a armilariose causa impactos negativos nos aspectos ambientais, como danos potenciais ao meio ambiente decorrentes da necessidade de controle de formigas e plantas daninhas e a redução do sequestro de carbono pela floresta.

Economicamente, a incidência da armilariose contribui para redução da produção de madeira, bem como da renda dos produtores. Já no aspecto social, os autores apontaram como principal prejuízo causado por doenças em viveiros a redução potencial do emprego e da renda recebida pelos trabalhadores rurais da região.

Avaliando aspectos ambientais, econômicos e sociais dos danos causados pela armilariose em plantios de pinus no Sul do Brasil, Rodigheriet al. (2005) relataram que os produtores de pinus da região deixariam de colher 189,6 mil m3, 379,2 mil m3 e 568,7 mil m3 de madeiras anuais, ao final da rotação, simulando mortalidades de 10%, 20% e 30% causadas por armilaria, respectivamente.

Prevenção

A Embrapa Florestas (2014) recomenda que o controle cultural do tombamento de mudas e da podridão de raízes seja realizado com o uso de sementes e água de irrigação livres de patógenos.

Devem-se usar substratos comerciais que propiciem boa drenagem, semear diretamente em recipientes (tubetes) suspensos nas bandejas, evitar o sombreamento excessivo das mudas, ralear as plantas o mais cedo possível, descartar as mudas que apresentam sintomas de doença, as mudas mortas e aplicar adubação equilibrada.

No caso do controle químico, recomenda-se fumigar o substrato com produtos de amplo espectro de ação e aplicar fungicidas. Já o controle físico pode ser efetuado com a desinfestação do substrato pela ação do calor (alta temperatura) do sol, da água aquecida ou do vapor.

De acordo com o Centro de Inteligência em Florestas (2016), o controle da seca de ponteiros causado por Sphaeropsis é realizado por meio do plantio de espécies ou de procedências mais resistentes.

Deve-se efetuar, também, o manejo adequado dos plantios (recomenda-se a realização de desramas e desbastes, entretanto, torna-se essencial evitar a desrama em períodos muito quentes e com elevada umidade do ar) e da madeira após a colheita ou usar produtos químicos (caso do azulamento da madeira).

Para a queima de ponteiros de mudas, deve-se adotar o uso de sombrites ou tela para a proteção das mudas de pinus muito jovens, em época de inverno rigoroso com geadas.

No caso da armilariose, o controle efetivo pode ser adotado por meio da remoção do excesso de resíduos deixados em áreas recém-colhidas, na ocasião do preparo do solo para plantio. Deve-se evitar o plantio de mudas muito velhas ou com sistema radicular enovelado, e ainda recomenda-se plantar espécies suscetíveis em áreas isentas do patógeno ou já cultivadas com espécies agrícolas não hospedeiras do fungo.

Modernização

Atualmente, as empresas de grande porte têm investido na automação dos viveiros florestais. O objetivo é evitar perdas e preservar a integridade das mudas. A proposta dos viveiros automatizados segue conceitos de sustentabilidade, redução de resíduos e de impacto ambiental, com a substituição dos antigos tubetes de plástico das bandejas de produção de mudas por materiais mais modernos, feitos de papel biodegradável.

Os projetos de viveiros providos de alta tecnologia encontrados no mercado têm o objetivo de automatizar os processos de transporte, manuseio, seleção, irrigação, nutrição e controle meteorológico.Além disso, na segunda etapa, na qual é realizada a seleção das mudas para acomodá-las em espaço adequado ao seu crescimento, o sistema de máquinas do viveiro, com visão 3D, vai monitorar a evolução das mudas e gerar eficiência no cultivo das plantas.

Dessa forma, a automatização das operações realizadas nos viveiros florestais surge como alternativa na prevenção e controle de doenças, visto que o maior controle das variáveis do ambiente contribuirá com o pleno desenvolvimento das mudas em todas as etapas do processo produtivo.

Essa matéria você encontra na edição de março/abril 2017  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua.

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