Doenças da parte aérea – Controle a tempo no trigo

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Publicado em 15 de dezembro de 2018 às 14h47

Última atualização em 15 de dezembro de 2018 às 14h47

Acompanhe tudo sobre Fusariose, Laranja, Rotação de cultura, Trigo, Triticale e muito mais!

Flávio M. Santana

Maria Imaculada P. M. Lima

João L. N. Maciel

Pesquisadores da Embrapa Trigo

Crédito Shutterstock

São muitas as doenças bióticas que causam danos à cultura do trigo no Brasil, entretanto, as mais importantes e comuns são causadas por fungos. Nesse sentido, destaca-se o fato de que as manchas foliares, a giberela e a brusone têm gerado maior preocupação devido às dificuldades que têm sido verificadas para o controle das mesmas nas lavouras.

Tais dificuldades aumentam muito em anos que ocorrem chuvas constantes e frequentes, especialmente a partir da emissão das espigas.

 

Manchas foliares

 

O complexo de manchas foliares do trigo tem como agentes principais dois patógenos: Drechsleratritici-repentis, que causa a mancha amarela e Bipolarissorkiniana, que causa a mancha marrom. Com menos frequência, ocorre no Brasil a mancha causada por Stagonosporanodorum.

Os sintomas mais característicos de mancha amarela são lesões que possuem um aspecto ovalado, podendo haver ou não um halo amarelo, resultante da interação entre toxinas do patógeno e o hospedeiro. As lesões causadas por B. sorokiniana, em geral, são mais escuras, iniciando-se como pontos de coloração marrom a negra e podem apresentar um centro de coloração pálida.

 

Controle

 

Entre as medidas de controle da doença, destaca-se a rotação de culturas, como forma de eliminar a principal fonte de inóculo, que são os restos culturais de trigo, a fim de interromper o ciclo de D. tritici-repentis no campo.

No caso da mancha marrom, é importante que se utilize sementes livres do patógeno. É importante que seja feito tratamento fungicida das sementes antes do plantio. Também é importante que se utilize cultivares resistentes, sempre que possível.

Há diversos fungicidas registrados. Uma lista dos mais indicados está disponível para consulta no documento oficial da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (Informações Técnicas para Trigo e Triticale), disponível no seguinte endereço eletrônico:https://www.embrapa.br/documents/1355291/1729833/Livro+Trigo+e+Triticale+-+21-05-14.pdf/.

 

Giberela

 

A giberela ou fusariose, causada por Gibberellazeae (Fusarium graminearum), afeta espigas e grãos de trigo. Além de reduzir o rendimento, compromete a qualidade, principalmente devido às micotoxinas (Deoxinivalenol, Zearalenona e Nivalenol).

Os sintomas característicos são espiguetas despigmentadas, de coloração esbranquiçada ou cor de palha, cujas aristas desviam do sentido normal das aristas de espiguetas sadias.

Em genótipos muito suscetíveis toda espiga pode ser afetada, inclusive o pedúnculo, que adquire coloração amarronzada. Às vezes, sinais do patógeno, identificados pela cor alaranjada, ocorrerem.

A giberela também pode apresentar sintomas semelhantes aos de brusone. Os grãos com sintomas típicos de giberela são chochos, enrugados, de coloração branco-rosada a pardo-clara.

As condições climáticas de precipitação pluvial e temperatura acima da média (20-25ºC) são decisivas para epidemia de giberela. Em anos de ocorrência do fenômeno La Niña a doença não é considerada problema, enquanto que os anos de El Niño são extremamente favoráveis.

Atualmente, por não existir cultivar resistente, a rotação de culturas e o controle químico, isoladamente, não terem a eficiência desejada, a integração com outras medidas de manejo, como o uso de cultivares moderadamente resistentes, o escalonamento da época de semeadura e cultivares com ciclos diferentes ao espigamento são indicados com o objetivo de escape da doença, em parte da lavoura.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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