Desrama de árvores na produção de madeira para serraria: Inimiga ou aliada?

Floresta plantada - Crédito Bela Vista Florestal

Publicado em 11 de novembro de 2014 às 10h15

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h55

Acompanhe tudo sobre Cedro, Cedro australiano, Clone, Madeira, Pinus, Poda e muito mais!

 

Eduardo Stehling

Biólogo da Bela Vista Florestal

 

Floresta plantada - Crédito Bela Vista Florestal
Floresta plantada – Crédito Bela Vista Florestal

Quando o assunto é produzir madeira para serraria, independente da espécie cultivada, é inevitável que em algum momento apareça a recomendação: “Tem que fazer desrama“.

A desrama, ou poda de galhos, até hoje é um assunto tão controverso e enigmático que, dependendo do tom que for utilizado para sugerí-la, pode entusiasmar ou afastar o produtor interessado. O objetivo deste texto é ajudar a desmistificar a operação de desrama e ajudar os produtores que tem interesse em produzir madeira para serraria.

O primeiro passo

Precisa-se fazer a desrama. Mas e agora? E se eu não podar? Quanto eu tiro? Quando eu tiro? Onde eu corto? Preciso passar alguma coisa? Até que altura? Até qual idade? O que faço com os galhos? Cortei demais? Estas são apenas algumas dúvidas que rondam os produtores de madeira, que quando associadas com a falta de conhecimento técnico sobre o manejo das diversas espécies, normalmente terminam em prejuízos para o silvicultor iniciante.

Como produtor, me iniciei nesta atividade há oito anos e passei pelas mesmas dúvidas na cultura do cedro australiano, trabalhando inicialmente no material seminal. Hoje, com o advento dos clones, a desrama ficou muito simplificada na cultura. A fim de compartilhar o que aprendi e ajudar a formar o bom senso do produtor em relação a esta operação, começaremos do básico.

A madeira

Normalmente, na produção de madeira para serraria, a parte mais nobre do tronco é destinada à produção de pranchas. O valor agregado na madeira serrada é maior se esta não apresentar nós, que nada mais são do que parte de galhos mortos que foram englobados durante o crescimento diamétrico da planta.

Os nós, em decomposição ou não, se desprendem facilmente na seção da tábua, deixando furos. Isso ocorre devido ao revestimento de casca morta do galho, que também é englobado. Nós causados por galhos mortos são muito comuns na madeira de pinus, consequentemente usada para caixotaria.

Então é preciso que fique claro – são os galhos mortos que causam os nós, e não os vivos, sendo prioritário tirá-los. Galhos vivos aumentam o volume de copa das árvores, influenciando diretamente na sua produtividade e, consequentemente, o incremento diamétrico abaixo deles.

Com maior volume de folhas, mais área fotossintética, mais transpiração na planta e mais raízes, será maior o transporte de nutrientes e o diâmetro do tronco. Simples assim.

Quase todas as espécies de árvores produzem galhos em sua arquitetura, e para uma boa saúde das plantas devemos aceitá-los como aliados, e não inimigos. Enquanto o galho ainda está vivo, existe madeira sendo formada onde ele está inserido.

  

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