
Cultivar cebolas em grande escala no Brasil não é tarefa simples e exige técnica, resiliência e uma boa dose de visão estratégica. No Grupo Fugita esses ingredientes vêm garantindo bons resultados no campo.
Com uma área média de 300 ha/ano dedicados exclusivamente ao cultivo da hortaliça, a empresa tem mantido sua produção estável nos últimos anos, mas com olhos atentos ao futuro. Quem está à frente das áreas de cultivo é Luiz Gustavo Grecco, sócio e gerente agrícola da divisão de cebolas, que conversou conosco sobre os bastidores e desafios dessa operação de alto desempenho.
Produtividade de respeito
A média de produtividade anual de 82 ton/ha com plantios distribuídos de janeiro a abril alcançada pelo Grupo Fugita impressiona. E não é fruto do acaso. Segundo Gustavo, o segredo está no posicionamento correto de cada variedade na sua melhor época de plantio, para que expressem seu máximo potencial. Nas palavras dele, “o planejamento técnico e o conhecimento agronômico são o fio condutor para o sucesso”.
No campo, o Grupo Fugita aposta pesado em variedades híbridas, que se destacam pela genética avançada. “Elas apresentam maior potencial produtivo, padronização de bulbos, maior adaptabilidade às diferentes regiões, épocas de semeadura, entre outras qualidades que garantem desempenho superior às variedades OP”, afirma o gerente. Isso tem refletido diretamente na qualidade nos campos e na comercialização.
Solo analisado, nutrição ajustada
Outro pilar da produção é o manejo nutricional estratégico para cada híbrido. Gustavo explica que todas as decisões são baseadas em análises de solo específicas para cada ambiente de cultivo. O uso de fertirrigação e de bioestimulantes também fazem parte da rotina da lavoura, garantindo que as plantas recebam os nutrientes certos, no momento ideal.
Se por um lado genética, planejamento e manejo correto são fatores aliados, o clima tem sido o vilão. “Os desafios climáticos estão cada vez mais difíceis de lidar. O clima é o fator principal para a produção agrícola, e por ser instável, afeta diretamente a produção, deixando as plantas mais suscetíveis aos problemas de desenvolvimento, doenças, pragas, etc.”, relata Gustavo. Esse cenário exige vigilância constante e estratégia .
Aposta na mecanização
Apesar de a cebola ainda apresentar gargalos na mecanização, especialmente quando comparada a outras culturas, O Grupo Fugita tem investido de forma contínua nesse aspecto. “A mão de obra está cada vez mais escassa, e por isso investimos na mecanização, principalmente na colheita, que demanda a maior quantidade de mão de obra e representa uma grande fatia dos custos” explica o gerente.
O objetivo é claro: aumentar a eficiência e reduzir a dependência de recursos humanos em momentos críticos da safra.

Mercado favorável, mas com alerta ligado
No campo econômico, Gustavo se mostra moderadamente otimista. “O mercado tem sido favorável na média dos últimos anos, mas os custos de produção aumentaram demasiadamente. Isso torna tudo mais arriscado e exige um controle muito mais rigoroso do planejamento, da execução e obrigação de boas produtividades”, afirma.
A busca por rentabilidade, hoje, passa necessariamente por decisões técnicas bem embasadas e muito controle de custos.
Visão de futuro
O foco agora está em investimentos em mais eficiência e rentabilidade, com destaque para a mecanização da colheita. “É um passo essencial para mantermos competitividade diante da escassez de mão de obra e da pressão dos custos crescentes”, ressalta Gustavo.
Enquanto o mercado de cebolas segue desafiador, o Grupo Fugita mostra que é possível colher resultados com ciência, estratégia e uma pitada de ousadia. Porque, no fim das contas, quem planta decisão certa, colhe produtividade.