Controle biológico como alternativa para o manejo do vírus do vira-cabeça do tomateiro

Crédito Ana Maria Diniz

Publicado em 10 de agosto de 2015 às 07h00

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h40

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Rodrigo Vieira da Silva

Doutor em Fitopatologia e professor do IF Goiano ” Câmpus Morrinhos

rodrigo.silva@ifgoiano.edu.br

Bruno Eduardo Cardozo de Miranda

Doutor em Fitopatologia e bolsista DCR (CNPq/FAPEG) do IF Goiano ” Câmpus Morrinhos

Lílian Lúcia Costa

Doutora em Produção Vegetal e professora do IF Goiano ” Câmpus Morrinhos

Jair Ricardo de Sousa Junior

Estudante do Curso de Agronomia do IF Goiano ” Câmpus Morrinhos

 

Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

As hortaliças, de maneira geral, são atacadas por diversos microrganismos causadores de doenças e insetos-praga. Isto ocorre, principalmente, pelo fato de serem vegetais que possuem alto teor de água e nutrientes, além de possuírem tecidos vegetais tenros, tornando-os propícios ao ataque de agentes bióticos, como os fungos, bactérias, vírus, nematoides e uma infinidade de insetos.

O tomateiro é uma das principais hortaliças cultivadas no Brasil e apresenta um importante papel socioeconômico nas principais regiões produtoras, gerando renda e empregos para milhares de trabalhadores do setor.

Além disso, praticamente todos os dias o tomate está presente na mesa dos brasileiros, em suas múltiplas formas de consumo, seja in natura ou industrializado, na constituição de molhos para massas, catchups, dentre outros.

Tomaticultura

A produção de tomate é considerada atividade de alto risco, principalmente devido à grande variedade de ambientes e sistemas em que é cultivado, alta suscetibilidade ao ataque de pragas e doenças e exigência em insumos e serviços, acarretando elevado investimento de recursos financeiros por unidade de área.

Vira-cabeça em tomate - Crédito Luiz Henrique Bambini
Vira-cabeça em tomate – Crédito Luiz Henrique Bambini

Fator limitante à produção

A doença conhecida como vira-cabeça do tomateiro é causada por um complexo de vírus do gênero Tospovírus, pertencente à família Bunya viridae. A gama de hospedeiros é muito ampla, compreendendo mais de 1.000 espécies, principalmente pertencentes às famílias Solanaceae (tomateiro) e Asteraceae, como a alface, que também tem sofrido com surtos de vira-cabeça nas últimas safras.

O TSWV, abreviatura do nome em inglês Tomato spotted wilt vírus, é considerado o mais disseminado na cultura do tomateiro e responsável por uma das mais sérias doenças, devido aos elevados prejuízos econômicos que pode acarretar à cultura.

Os Tospovírus são transmitidos por tripes e se multiplicam no inseto vetor. O vírus somente é adquirido pelo tripes no estádio de larva, e este permanece durante toda a vida no corpo do inseto.

Em geral, quando a infecção por Tospovírus ocorre no início do ciclo da cultura do tomateiro, as perdas são totais. Não existem evidências de transmissão destes vírus por semente.

Os sintomas causados por tospovírus variam de acordo com a cultivar de tomate, idade em que a planta foi inoculada, temperatura e espécie de vírus envolvido. A importância do patógeno se dá pela rápida disseminação na área cultivada e à ineficiência dos controles cultural e químico. Este último, embora reduza as populações dos tripes vetores, não tem sido efetivo no controle da doença.

Sintomas da doença no fruto - Crédito Luiz Henrique Bambini
Sintomas da doença no fruto – Crédito Luiz Henrique Bambini

Inseto vetor do vírus

O vírus do vira-cabeça é disseminado por um inseto vetor que proporciona o deslocamento do patógeno de uma planta infectada para uma outra sadia. O agente responsável por esta transmissão no vira-cabeça é o inseto denominado de tripes e a eficiência da transmissão está relacionada à polifagia, em que o inseto pode se hospedar em mais de mil espécies de plantas, dentre as quais aquelas cultivadas, como tomate, alface, pepino, pimentão, amendoim, girassol, melancia, soja, plantas ornamentais e plantas daninhas, como a falsa serralha, sendo que as últimas atuam como reservatórios do vírus e como colonizadoras do vetor, na ausência das culturas no campo.

Outros fatores que contribuem são a facilidade de reprodução, número de ovos produzidos e capacidade de difusão rápida na natureza. O vírus é adquirido pelo inseto obrigatoriamente no estágio larval, em um período de alimentação de no mínimo 15 minutos, sendo que após este processo o inseto será portador do vírus pelo resto do seu ciclo de vida, e as partículas virais se multiplicam no seu organismo. Portanto, a transmissão será do tipo circulativa/propagativa.

Os sintomas causados por tospovírus variam de acordo com a cultivar de tomate - Crédito Wellington Brito
Os sintomas causados por tospovírus variam de acordo com a cultivar de tomate – Crédito Wellington Brito

Sintomas, epidemia e perdas

Os surtos da doença e consequentes perdas elevadas ocorrem nos meses mais quentes e secos do ano, pois é a época mais favorável ao tripes, podendo ocorrer também em regiões em que baixas temperaturas estejam associadas à estiagem.

Mudas de tomateiro infectadas em sementeiras perdem a capacidade produtiva e podem servir de fonte de inóculo para outras plantas. De maneira geral, quando a infecção pelo vírus ocorre no início do ciclo da cultura as perdas são totais.

Entre as culturas mais afetadas estão o tomate e a alface, que podem acarretar prejuízos de até 100% devido à morte rápida das plantas.

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