Como ser eficiente na adubação nitrogenada no milho

As estratégias para reduzir as perdas na aplicação de nitrogênio são a utilização de produtos que busquem um sincronismo entre a liberação pelo solo e a absorção pela planta.
Agriculture shot: rows of young corn plants growing on a vast field with dark fertile soil leading to the horizon

Publicado em 24 de novembro de 2023 às 11h00

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h05

Acompanhe tudo sobre adubação nitrogenada, extração de nutrientes, Milho, potencial produtivo e muito mais!

Antonio Santana Batista de Oliveira Filho
Professor e coordenador do curso de Agronomia e Agronegócio – UNIBALSAS
coord.agronomia@unibalsas.edu.br
Adriana Araujo Diniz
Professora adjunta de Agronomia – Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)
adrisolos2016@gmail.com

Para que possa expressar todo seu potencial produtivo, a cultura do milho requer que suas exigências nutricionais sejam plenamente atendidas, em virtude da grande extração de nutrientes do solo.

Créditos: Shutterstock

O nitrogênio é o nutriente exigido em maior quantidade pela cultura. Com teores adequados dos demais nutrientes essenciais no solo, o nitrogênio é o que apresenta os efeitos mais expressivos no aumento da produção de grãos.

Fontes nitrogenadas

As fontes nitrogenadas mais utilizadas na agricultura são a ureia e o sulfato de amônio. O milho apresenta grande probabilidade de resposta a esse nutriente, especialmente na produtividade.

É frequente a necessidade de adubação em cobertura para suplementar a adubação nitrogenada quando se deseja altas produtividades, pois a cultura extrai grandes quantidades do elemento.

O incremento da fertilização nitrogenada interfere em diversas características relacionadas ao crescimento e desenvolvimento da planta, como altura de plantas, inserção de espiga e diâmetro de colmo.

Todas essas características irão influenciar diretamente na produtividade final.

Pesquisas

Estudos têm indicado aumento da densidade populacional visando à maior disposição de plantas com maior interceptação de radiação solar, diminuindo a competição com plantas daninhas, o que resulta em mais produtividade.

No entanto, essa modificação do espaçamento entre linhas e aumento da população de plantas interfere na forma e na quantidade de N necessária para expressão do máximo potencial produtivo da cultura.

Assim, há a necessidade de novos estudos para definição de doses mais adequadas de N para máxima resposta das plantas sob densidades populacionais maiores.

Desafios

Os principais desafios para a adubação nitrogenada na cultura do milho são as altas taxas de perda de N na aplicação. Estima-se que a porcentagem de perda de ureia pode chegar até 30%, o que resulta em prejuízos para o produtor e aumento de adubação.

Um fator determinante nos melhores rendimentos na cultura do milho se refere ao parcelamento da adubação nitrogenada. Os solos, em geral, não suprem a demanda da cultura em termos de nitrogênio.

Manejo assertivo

O manejo deve ser pensado e manejado de maneira distinta entre os diferentes ambientes de produção agrícola, e não recomendado e manejado de maneira única e generalizada.

Tal fato faz com que o parcelamento da adubação nitrogenada se torne de extrema importância, exigindo estudos que determinem o quanto de nitrogênio é necessário aplicar em determinada situação, para que se atinja o nível produtivo adequado.

A escolha do momento certo de aplicação é de extrema relevância, pois afeta diretamente os rendimentos da cultura. Realizar uma aplicação na fase adequada da planta e no período do dia adequado reduz as perdas e aumenta a eficiência de absorção pela planta.

Estratégias

As estratégias para reduzir as perdas na aplicação de nitrogênio são a utilização de produtos que busquem um sincronismo entre a liberação pelo solo e a absorção pela planta. Em síntese, significa dizer que o produto aplicado deve liberar quantidades de nitrogênio de forma gradual, para que assim a planta consiga absorver em quantidades e frequência adequada.

Uma solução é o revestimento da ureia com polímeros, o que aumenta a liberação lenta do fertilizante. A manutenção adequada da umidade do solo também é uma forma de reduzir as perdas dos fertilizantes nitrogenados, pois quando em contato com a água, a possibilidade de volatilização desses fertilizantes é menor.

Essencialidade do N

A importância da adubação nitrogenada é observada na maior altura de inserção da primeira espiga. O nitrogênio aumenta o crescimento da planta, o número e comprimento dos internódios.

Isso porque é um nutriente que está envolvido em diversos processos fisiológicos das plantas. Pesquisadores, ao estudarem aspectos morfofisiológicos de plantas de milho em resposta à adubação nitrogenada e à inoculação, obtiveram nos tratamentos com a aplicação de doses de N, incremento em todos os atributos vegetativos analisados.

Destaque para o diâmetro do caule, enquanto na ausência do fertilizante, notou-se menor desenvolvimento vegetativo das plantas. Este comportamento demonstra a importância do N para as culturas, uma vez que é um macronutriente essencial.

Erros e acertos

Os principais erros na adubação nitrogenada são: aplicar em horários muito quentes e com pouca umidade, aplicar em períodos muito secos e quantidades do fertilizante sem a instrução correta de um profissional.

Avaliar desde o desenvolvimento inicial até o momento da colheita pode proporcionar aos agricultores dados concretos voltados à cultura, otimizando a produção mesmo em condições desfavoráveis para o desenvolvimento da mesma.

Portanto, o monitoramento deve ser realizado ao longo do desenvolvimento da cultura, verificando a presença de deficiências, e quando encontradas, proceder à adubação correta para solucionar o problema.

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