Bicho-Mineiro: “Come quieto“ e devasta seu cafezal

Publicado em 30 de julho de 2015 às 10h51

Última atualização em 30 de julho de 2015 às 10h51

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Flávio Irokawa 

Por Flávio Irokawa, Engenheiro Agronômo gerente de Marketing de H&F da FMC Agricultural

 

Bebida saboreada há mais de mil anos pela humanidade e que cada vez é mais consumida pela população, o café tem grande relevância na economia mundial. Segundo dados da Organização Internacional do Café, a produção mundial da cultura deve alcançar 141,9 milhões de sacas em 2014/15.  Nos primeiros oito meses da safra 2014/15 (outubro de 2014 a maio de 2015) a exportação mundial de café chegou a 72,311 milhões de sacas. O consumo global em 2014 está projetado em 149,3 milhões de sacas, o que corresponde a um aumento de 2,3% ante o ano anterior (147,3 milhões de sacas). E nós brasileiros, temos a missão de superar 44 milhões de saca de produção em 2015, segundo perspectivas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Nesse contexto, nossa responsabilidade é grande e queremos contribuir com investimentos em novas tecnologias que ajudam o produtor a cuidar e proteger de doenças e pragas em nossos cafezais brasileiros.

Temos notado a enorme incidência do bicho-mineiro (Leucoptera Coffeella) nos cafezais. O curioso é que essa praga surgiu no Brasil por volta de 1869 de forma alarmante no Rio de Janeiro e se espalhou para outras regiões e ainda continua causando prejuízos até hoje nas lavouras e já é considerada a praga mais disseminada pelos cafeeiros no mundo. Aqui no Brasil, Em Irupi (ES), por exemplo, desde Dezembro do ano passado cafeicultores sofrem com perdas de produtividade por conta do bicho mineiro. Estudos realizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo indicaram uma redução de 37%, 53% e até 80% da capacidade produtiva do cafeeiro, respectivamente, dependendo da intensidade, duração do ataque e a época de sua ocorrência do bicho mineiro.

Como identificar

Segundo boletim técnico da EPAMIG, o bicho-mineiro é a lagarta de pequenas mariposas que medem de 5 a 6 mm de ponta a ponta das asas, e não passam de 2mm de comprimento total do corpo. A fêmea adulta deposita seus ovos na face superior das folhas do café, que é a única fonte de alimento das lagartas. Quando nascem, passam diretamente do ovo para o interior das folhas, de onde se alimentam do tecido existente entre as duas faces (epidermes) da folha.

O apetite voraz das lagartas vai deixando um espaço oco dentro da folha, formando pequenas câmaras, um tanto salientes e quebradiças. Por fora, o local por onde passa vai secando e adquirindo uma cor de ferrugem que se cedem ao apertar. É por isso que ganhou o nome de bicho-mineiro ” as lagartas ‘minam’ as folhas do cafeeiro. Uma vez desenvolvida, a lagarta faz um furinho na face inferior da folha, sai e tece seu casulo sustentado por uma pequena teia, onde vai permanecer até que atinja a fase adulta de mariposa. O ciclo recomeça quando ela se liberta do casulo e, fecundada, deposita seus ovos em outra folha.

A maior incidência do ataque da praga é nos períodos secos do ano, aumentando a partir de junho e outubro e pode aumentar nos meses de março ou abril, quando se verificam veranicos em janeiro e fevereiro. Muitos especialistas dizem que a intensidade do ataque depende de diversos fatores como chuva e ar úmido (reduzem o ataque da praga), lavouras mais arejadas e sujeitas a vento são atacadas mais facilmente, entre outros.

Casulo do bicho-mineiro construído por fios de seda no formato de X - Crédito Paulo Rebelles Reis
Casulo do bicho-mineiro construído por fios de seda no formato de X – Crédito Paulo Rebelles Reis

Dicas de Prevenção

 

Monitore as lavouras constantemente e verifique a presença de ovos nas folhas, lesões rasgadas por vespas e a presença de pequenas mariposas prateadas, que voam, ao tocar nas folhagens.

Com o resultado das inspeções, o produtor tem as indicações para decidir sobre a conveniência de se aplicar inseticida. O inseticida só deve ser aplicado, quando a porcentagem de folhas atacadas nos terços médios e superior dos cafeeiros for igual a 40% de folhas atacadas em épocas chuvosas e 20% em épocas secas.

Em viveiros de mudas e nos plantios novos, devido à pequena área foliar das plantas, a aplicação de inseticidas deve ser feita assim que a praga apareça. Na maioria das vezes, a aplicação de inseticida é necessária somente em alguns talhões das lavouras, enquanto continua a inspeção nos demais.

Inseticidas sistêmicos usados para evitar o ataque da praga devem ser aplicados no final das chuvas, pois necessitam de umidade no solo, para que as plantas o absorvam.

As lavouras devem ser inspecionadas constantemente na época crítica de ataque da praga, principalmente as muito expostas a ventos constantes. Na maioria das vezes, o controle é necessário somente em alguns talhões do cafezal, e as inspeções devem continuar até que comecem as chuvas mais frequentes e haja início de novas brotações nas plantas.

Adoção e investimento de tecnologias

 

A FMC hoje disponibiliza o manejo mais completo para controle de doenças e pragas para essa cultura do café que também poderão contribuir para produtividade do setor. Com a nossa equipe de campo poderemos realizar uma avaliação para aumentar a produtividade no campo e a qualidade do café brasileiro. E lembre-se consulte sempre um engenheiro agrônomo para que ele possa atendê-lo conforme sua real necessidade.

 

Controle biológico conservativo do bicho-mineiro em cafeeiro - Crédito Daniel Vieira
Controle biológico conservativo do bicho-mineiro em cafeeiro – Crédito Daniel Vieira

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