Alerta geral para a mosca-branca

Crédito Ana Maria Diniz

Publicado em 18 de janeiro de 2016 às 15h29

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h40

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Edison Ryoiti Sujii

Engenheiro agrônomo, doutor em Ecologia, PhD e pesquisador na área de Controle Biológico da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen)

edison.sujii@embrapa.br

Pedro H. B. Togni

Biólogo, MSc. em Ecologia e doutorando da Universidade Federal de Viçosa

phbtogni@gmail.com

 

Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

Existem diversas espécies de mosca-branca no Brasil e no mundo. Contudo, a Bemisia tabaci biótipo (ou raça) B é a espécie predominante no campo e a que causa os prejuízos mais severos aos cultivos comerciais no Brasil. As moscas-brancas são insetos sugadores de seiva, assim como pulgões e percevejos, e podem causar diferentes tipos de danos às plantas.

Os adultos e ninfas do inseto, quando estão se alimentando, sugam a seiva (floema) das plantas e, em altas infestações, esse comportamento pode reduzir a quantidade de energia e nutrientes disponíveis para a planta, consequentemente, debilitando o seu desenvolvimento e produtividade.

Além disso, as ninfas e os adultos da mosca-branca possuem uma modificação no seu tubo digestivo que permite que fiquem sugando a seiva de forma contínua. O excesso de seiva que não é aproveitado pelo inseto durante a alimentação é excretado na forma de gotículas açucaradas através de um orifício localizado no dorso de seu corpo.

Quando essas gotículas se acumulam na superfície foliar, favorecem a formação de fumagina (fungos, geralmente pretos, que crescem sobre a superfície da folha). A fumagina reduz a área da planta disponível para a fotossíntese e, juntamente com a sucção da seiva pelo inseto, também pode ocasionar queima e queda das folhas e antecipação do final do ciclo da cultura.

Causas e consequências

Sintomas de mosca-branca - Crédito Luiz Bambini
Sintomas de mosca-branca – Crédito Luiz Bambini

Outras consequências fisiológicas do ataque da mosca-branca são: menor enchimento de grãos em culturas como soja, feijão e amendoim, contaminação das fibras do algodoeiro por açúcares e fumagina, maturação irregular dos frutos de tomate, frutos com consistência esponjosa e redução da quantidade de sólidos solúveis, como açúcares e sais minerais nos frutos, talo branco em couve e brócolis e prateamento de folhas na abóbora.

Além disso, os principais danos causados pela mosca-branca estão relacionados à transmissão de diversos tipos de viroses para os cultivos. Existem mais de 115 espécies de vírus conhecidos que podem ser transmitidos por moscas-brancas.

Somente a espécie B. tabaci biótipo B é capaz de transmitir 111 desses vírus. Contudo, nem todos esses vírus causam perdas econômicas, e os que causam prejuízos podem ter importância variada de acordo com a cultura em questão e a idade da planta.

Os vírus que causam o maior impacto na produção brasileira são os geminivírus, principalmente os do gênero Begomovirus. Podemos destacar alguns exemplos, como o mosaico dourado do feijoeiro, mosaico dourado do tomateiro, amarelão do melão, amarelecimento infeccioso da alface, entre outros.

Transmissão

Esses vírus são transmitidos pelos adultos (a forma móvel do inseto) e são adquiridos quando o inseto se alimenta de plantas infectadas no estágio de ninfa ou adulto. Após adquirir o vírus, a mosca-branca é capaz de transmiti-lo para diversas plantas sadias.

Vale ressaltar que quanto mais nova a cultura, maior é o dano causado por essas viroses. Os sintomas são bastante variados de acordo com a cultura, mas, de modo geral, podem causar o prateamento ou amarelecimento de folhas e nervuras, nanismo acentuado da planta e engruvinhamento das folhas.

Os principais danos causados pela mosca-branca estão relacionados à transmissão de diversos tipos de viroses - Crédito Pedro Togni
Os principais danos causados pela mosca-branca estão relacionados à transmissão de diversos tipos de viroses – Crédito Pedro Togni

Alvo da mosca-branca

A mosca-branca é considerada um inseto do tipo generalista (que possui muitos hospedeiros), sendo capaz de se alimentar e reproduzir em mais de 600 espécies de plantas distribuídas em 74 famílias botânicas.

No entanto, cerca de 50% das plantas hospedeiras se concentram em cinco famílias: Fabaceae, Malvaceae, Solanaceae, Asteraceae e Euforbiaceae. Praticamente todas as espécies de hortaliças são hospedeiras da mosca-branca, embora somente algumas favoreçam a criação de grandes populações do inseto.

As culturas em que são observadas maior incidência, prejuízos e reprodução da mosca-branca são: repolho e couve, entre as brássicas, tomate, berinjela e pimentão, entre as solanáceas, o pepino, melão, melancia, chuchu e abóboras, entre as cucurbitáceas.

Além dessas, o quiabeiro, feijões vagem e batata doce são fortemente atacadas e podem produzir grandes populações dessa praga. Entre as grandes culturas destacam-se o algodão, soja e feijão como aquelas que são colonizadas pela mosca-branca e podem favorecer a criação de grandes surtos populacionais.

Essas culturas podem servir como um “criadouro“ de moscas-brancas e viroses que servirão de fonte para a colonização de outros cultivos vizinhos, principalmente porque essas culturas são plantadas em áreas muito extensas no Brasil.

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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