Adubos verdes em consorciação com culturas agrícolas

Crédito Claudinei Kappes

Publicado em 27 de setembro de 2015 às 07h00

Última atualização em 27 de setembro de 2015 às 07h00

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Otávio Duarte Giunti

Professor colaborador do IFSULDEMINAS, engenheiro agrônomo e mestrando em Agroecologia e Desenvolvimento Rural pela UFSCar/CCA

otaviogiunti@yahoo.com.br

Thiago Cardoso de Oliveira

Marco Antônio Pereira Ávila

Professores colaboradores do IFSULDEMINAS, engenheiros agrônomos e mestrandos em Ciências – Energia Nuclear na Agricultura e Ambiente pelo CENA/USP

 

Crédito Claudinei Kappes
Crédito Claudinei Kappes

Mesmo alcançando elevado rendimento produtivo nas últimas décadas, o sistema global de produção de alimentos é fonte de constante preocupação, uma vez que esse sucesso é baseado, muitas vezes, em ações que promovem uma excessiva simplificação do ambiente, gerando situações de desequilíbrio ambiental.

O desenvolvimento rural sustentável mostra-se como uma condição essencial para minimizar os efeitos dessa simplificação do ambiente e um dos mecanismos utilizados com sucesso é a elevação da diversidade funcional em ambientes agrícolas.

 Nesse sentido, a inclusão de culturas para adubação verde pode quebrar o predomínio de monoculturas, elevando a diversidade de sistemas produtivos. A adubação verde corresponde à prática de cultivo de plantas que, após atingirem determinado estádio fenológico, são incorporadas ou mantidas na superfície do solo, visando assegurar ou aumentar a capacidade produtiva desse solo.

Contribuem, também, para a manutenção e a melhoria das condições químicas, físicas e biológicas do solo, controle das erosões hídricas e eólicas, racionalização do uso dos recursos naturais como solo e água, redução das perdas dos nutrientes por volatilização e lixiviação, principalmente nitrogênio e potássio, promovem uma facilidade na assimilação de nutrientes, por meio de processos como mobilização e reciclagem dos nutrientes e controlam as variações térmicas das camadas superficiais do solo, entre outras.

Que espécie escolher?

Na escolha de adubos verdes em consorciação com culturas econômicas devem ser observados critérios que evitem ou minimizem a competição inter e intraespecífica.

Assim, as espécies escolhidas para o consorciamento devem apresentar características botânicas e fisiológicas diferentes da cultura principal, apresentar boa adaptabilidade às condições edafoclimáticas locais e também deve ser levada em consideração a finalidade a que se destina o adubo verde.

Os critérios técnicos utilizados para a escolha de adubos verdes quando em sistemas consorciados devem evitar uma competição entre os adubos verdes e as culturas principais e resultar, a partir do seu manejo, em melhorias no manejo das culturas principais.

Desse modo, esses critérios devem considerar características da cultura principal, no que diz respeito a ciclo e hábito de crescimento e, em relação ao adubo verde, características da espécie, seu sistema radicular, época de corte e produção de fitomassa.

Na escolha dos adubos verdes, devem ser observados aspectos que se relacionam à sua adaptação às condições edafoclimáticas e ao manejo (ciclo, porte, hábito, velocidade de crescimento e época de corte), espaçamento e densidade de plantio (tanto da espécie utilizada para adubo verde quanto da cultura principal), época de plantio (tanto do adubo verde, quanto da cultura econômica) cobertura do solo, produtividade de biomassa, facilidade de propagação, não serem hospedeiras de pragas e doenças, finalidade para a qual será utilizada e coordenação da disponibilização de nutrientes com a demanda nutricional da cultura principal.

É importante levar em consideração também a utilização de plantas com necessidades nutricionais e exigências fotossintéticas diferentes.

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