Profissionalismo na classificação das batatas

Lavador de batata em processo de beneficiamento - Crédito Luize Hess

Publicado em 14 de novembro de 2014 às 12h17

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h44

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A importância de classificar as batatas se dá pela exigência do mercado brasileiro em qualidade e tamanho dos tubérculos, além do seu aspecto visual

 

Lavador de batata em processo de beneficiamento - Crédito Luize Hess
Lavador de batata em processo de beneficiamento – Crédito Luize Hess

Existem dois mercados que absorvem a produção de batatas no Brasil – indústria e mesa, os quais têm exigências distintas. O mercado de mesa exige que a batata seja de calibre acima de 45 mm, até no máximo 110 mm, tamanho esses calibrados mecanicamente.

Batatas muito grandes não apresentam valor comercial e são separadas das demais, assim como as batatas verdes, cortadas, machucadas, deformadas, com ataque de insetos e rachadas, ou com qualquer tipo de dano externo que possa comprometer a qualidade do produto final.

Equipamentos para classificação da batata

Um bom equipamento para a classificação de batatas garante melhor qualidade de serviço, além de maior valorização do produto final. “É evidente que a máquina trabalha em função da qualidade do produto que tem no campo e, quanto melhor a batata no campo, melhor a classificação feita pela máquina“, diz Paulo Roberto Popp, engenheiro agrônomo e consultor na área de batatas.

A classificação quanto ao tamanho é feita mecanicamente por peneira, mas os defeitos são separados à mão. Atualmente, já estão disponíveis para os produtores máquinas importadas que fazem a seleção por fotocélula, muito utilizadas na Europa. A classificação é feita tanto por tamanho como por defeito, e praticamente dois operadores na máquina fazem todo o processo de classificação.

“A seleção é feita por um leitor óptico, que trabalha quatro ou cinco pontos de cada produto que passa. Essa opção está disponível para a cenoura, batata, cebola, frutos, e outros. No Brasil, a tecnologia é utilizada para a classificação de maçã e tomate, e custa € 300 mil, na Europa. No Brasil ela chega a custar R$ 1,6 milhão, e é uma tendência na agricultura. O investimento total em tecnologia pode chegar a até R$ 5 milhões“, calcula Paulo Popp.

Passo a passo

No Brasil, depois que a batata sai do campo, vai para a chamada unidade de beneficiamento, ou lavadora, onde há um tanque de recebimento para tirar a areia mais argilosa que fica impregnada na batata. Por isso, explica Paulo Popp, a batata é lavada com esguicho grosso. Depois passa por uma esteira, onde recebe mais água, a qual é reciclada.

Infelizmente, nem todas as lavadoras/classificadoras contam com o eliminador de torrões na entrada – geralmente são de produtores que estão trabalhando com colheita mecanizada. “As batatas passam por esse processo de lavação secundária para melhorar o acabamento, depois por uma mesa que tem jatos de água e escovas pra deixar a pele bem limpinha, e segue para os secadores e classificadores de peneiras“, detalha o especialista.

Quanto custa

Incluindo a construção civil do galpão, Paulo Popp estima o investimento em torno de R$ 1 milhão, incluindo a linha de máquinas de processamento.

Agregado de valor

Os produtores menores costumam vender a batata no campo, suja, a preços inferiores. Por outro lado, existem produtores que investem em estruturas de beneficiamento, e compram essa batata suja para classificá-la, vendendo-a por um preço maior. Também prestam serviços para outros produtores, lavando a batata.

Segundo Paulo Popp, a partir de 800 hectares já é viável o produtor investir em packing houses, área que produzirá um volume suficiente para manter o funcionamento da máquina de maneira que se pague. “É certo que o valor agregado da batata beneficiada é em torno de 25% se comparada à batata comercializada no campo. Mas, é bom lembrar que é preciso ter escala para fazer o investimento em beneficiamento“, conclui.

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