Cafeeiro: Prática de esparramação dos resíduos vegetais

Publicado em 8 de fevereiro de 2020 às 10h22

Última atualização em 8 de fevereiro de 2020 às 10h22

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Autores

Dalyse Toledo Castanheira
Professora da Universidade Federal de Viçosa (UFV)
dalysecastanheira@hotmail.com
Raphael Comanducci da Silva Carvalho
Engenheiro agrícola

A cafeicultura atual passa por enormes desafios relacionados, principalmente, ao equilíbrio econômico, ambiental e social. Umas das etapas no cultivo do café que mais onera o custo de produção, com implicações diretas na sustentabilidade da atividade, é a colheita, fato esse que pode ser justificado pelos inúmeros procedimentos que são realizados nesta etapa.

A colheita, principalmente quando realizada na forma de derriça, necessita de práticas adicionais de forma a otimizar o processo produtivo. Neste cenário, cita-se a esparramação, também conhecida como ‘chegada de cisco’, em que, logo após a derriça e a varrição do café, o material vegetal presente na entrelinha do cafeeiro é destinado para a linha de plantio, ou seja, para debaixo da “saia” das plantas de café.

Essa prática é o inverso da arruação, procedimento que antecede a derriça do café, em que são retirados todos os resíduos vegetais que estavam na projeção da copa do cafeeiro e são depositados no meio da entrelinha.

Realidade

É importante comentar que, devido à dificuldade de mão de obra e aos altos custos de produção, a esparramação tem sido muitas vezes desconsiderada pelos cafeicultores. Essa decisão, na maioria das vezes, é adotada em virtude do maior gasto com contratação de pessoas ou necessidade de utilização de mais horas-máquina para executá-la.

No entanto, na maioria das ocasiões não são analisados os benefícios da esparramação no sistema de produção do café como um todo. É necessário, portanto, analisar criteriosamente a viabilidade de executar ou não essa prática, já considerada como tradicional na cafeicultura, conforme as características de cultivo e tipo de colheita de cada propriedade.

Recomendações

De forma geral, quando se opta por realizar a arruação do café, prática anterior à derriça, aconselha-se prosseguir com a esparramação logo após a varrição do café, evitando que o cafeeiro seja cultivado com o solo exposto (nu).

Em alguns casos, realiza-se o primeiro parcelamento das adubações antes da esparramação, aumentando assim o aproveitamento e a eficiência de alguns fertilizantes.

Os resíduos vegetais, também chamados de ciscos, que são ano a ano depositados embaixo da saia do cafeeiro, são parte de folhas, ramos e frutos das plantas de café em que foram acumulados macro e micronutrientes aplicados anteriormente na lavoura.

Esse material funciona como cobertura morta do solo, exercendo papel fundamental na ciclagem de nutrientes, na incorporação de matéria orgânica e na manutenção da umidade, aspectos esses que proporcionam incrementos diretos na produção, principalmente quando ocorrem adversidades climáticas.

Quando a casca de café é aplicada junto a esses resíduos vegetais na linha do cafeeiro, as melhorias e os incrementos em produtividade são ainda maiores.

Mecanização

Atualmente, para reduzir os gastos pertinentes à esparramação, já existem implementos que podem ser acoplados ao trator ou equipamentos manuais capazes de mecanizar e semi-mecanizar essa operação.

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