Culturas de inverno alternativas ao milho

Os Estados do Sul estão empenhados em um projeto que busca fomentar a ampliação das áreas com culturas de inverno.

Publicado em 31 de maio de 2021 às 10h01

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h06

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Crédito Divulgação Biotrigo

Os Estados do Sul estão empenhados em um projeto que busca fomentar a ampliação das áreas com culturas de inverno. Cereais como o trigo e triticale podem, por exemplo, substituir até 100% do milho na ração animal e baratear os custos de produção de suínos e aves, diminuindo a dependência do grão.

O projeto reuniu líderes agropecuários gaúchos para uma nova rodada de troca de informações. No encontro, a Embrapa Trigo (Passo Fundo/RS) apresentou pesquisas sobre o grão e outros cereais alternativos ao milho para panificação e composição da ração de aves e suínos.

Participaram do encontro virtual a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e outras três unidades da empresa brasileira de pesquisa agropecuária.

Eles puderam avaliar os resultados de equivalência nutricional do trigo para ração de aves e suínos. O Chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, demonstrou análises de equivalência nutricional dos cereais, com base nas pesquisas conduzidas na unidade de Suínos e Aves em Concórdia (SC).

Segundo ele, com a utilização de trigo é possível substituir até 100% do milho na ração animal. No uso do triticale, também é possível substituir totalmente o milho na suinocultura e em até 85% na ração avícola. Já o uso de trigo, triticale e cevada em silagem tem potencial produtivo de 10 mil quilos de massa seca por hectare.

No pastejo, trigo e centeio têm potencial de 10 mil quilos de massa seca por hectare. A silagem e o pasto à base de cereais de inverno podem representar um custo quatro vezes menor do que o uso de rações e concentrados. O quadro abaixo demonstra melhor o desempenho.

“Os números no balanço nutricional são apenas um indicativo, já que podem sofrer ajustes na indústria, variando em função da fase de desenvolvimento dos animais, da mesma forma que os resultados dos grãos podem variar a cada safra”, explica Lemainski.

Um dos coordenadores do projeto, o presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), ex-ministro Francisco Turra, se empolgou com os resultados da Embrapa Trigo e a repercussão do projeto. “Essa ideia ganhou uma proporção incrível, com a adesão de muita gente. Hoje, além da alternativa viável do trigo, triticale, aveia e cevada na metade Norte, temos o milho nas terras baixas, viabilizado pela Embrapa Clima Temperado. A participação da Embrapa é fundamental para hoje estarmos mais próximos,” comemorou.

Resultados

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santin, ressaltou a importância dos resultados em um momento de alta complexidade para a produção de aves e suínos no RS e SC, em razão da forte alta especulativa nos custos da ração animal. “Este é um momento delicado para o setor produtivo e para o País. A alta histórica dos custos de produção soma-se aos custos de manter o abastecimento em meio à pandemia, impactando os preços dos produtos para o consumidor. Por isto, este trabalho de buscas por insumos alternativos para a cadeia produtiva de proteína animal é fundamental e estratégico para a produção de alimentos”, analisa.

O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, ressaltou o protagonismo gaúcho ao liderar o projeto que une as metades Norte e Sul do Rio Grande do Sul, distintas do ponto de vista da produção agropecuária, mas também Santa Catarina, por meio da Federação da Agricultura local (FAESC).

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