Azospirillum brasilense fornece nitrogênio às plantas

Azospirillum brasiliense - Mais rendimento e baixo custo - Créditos Embrapa

Publicado em 22 de março de 2015 às 07h00

Última atualização em 22 de março de 2015 às 07h00

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Azospirillum brasiliense - Mais rendimento e baixo custo - Créditos Embrapa
Azospirillum brasiliense – Mais rendimento e baixo custo – Créditos Embrapa

O agricultor brasileiro está acostumado ao uso de rizóbios na agricultura, especialmente para leguminosas, como a soja, em uso no Brasil há mais de 70 anos, em que estirpes selecionadas pela pesquisa brasileira resultam em boa nodulação e altos rendimentos para o agricultor.

Mariangela Hungria, pesquisadora da Embrapa Soja, explica que a principal atividade dos rizóbios é contribuir para a fixação biológica do nitrogênio, substituindo os fertilizantes nitrogenados no suprimento de nitrogênio necessário para a soja, o feijoeiro e diversas outras leguminoas destinadas à adubação verde, cobertura do solo, pastagens e reflorestamento.

Promoção de crescimento

O Azospirillum brasilense está em outra classe de microrganismos, classificados como bactérias promotoras do crescimento de plantas. “Elas contribuem com uma série de benefícios para a planta, incluindo a fixação biológica do nitrogênio, embora com taxas inferiores às obtidas com leguminosas. A principal contribuição, porém, residena produção de fitormônios, como as auxinas e giberelinas, que são hormônios de crescimento de plantas, atuando particularmente no desenvolvimento das raízes. Eles atuam como um hormônio de natureza biológica“, esclarece a pesquisadora da Embrapa.

Ainda segundo Mariangela Hungria, com raízes maiores a planta consegue absorver mais água e nutrientes, tornando-se mais resistente a estresses hídricose, inclusive, apresentando maior resistência a doenças, uma vez que as plantas apresentam melhor balanço de nutrientes e água, portanto, são mais saudáveis.

Mariangela Hungria, pesquisadora da Embrapa Soja e especialista em inoculação - Créditos Embrapa
Mariangela Hungria, pesquisadora da Embrapa Soja e especialista em inoculação – Créditos Embrapa

Pesquisas

A Embrapa Soja realizou um trabalho que há mais de 15 anos seleciona bactérias que foram autorizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)para serem utilizadas nas culturas do milho e do trigo. Com produtos no mercado há mais de cinco anos, a tecnologia foi aprovada por agricultores e o mercado de inoculantes de Azospirillum vem crescendo a cada ano. “Estamos expandindo isso para outras gramíneas, e logo deveremos ter novidades“, diz a pesquisadora.

Além disso, os benefícios de promoção do crescimento são tão notáveis que os pesquisadores resolveram testar o Azospirillum junto com os rizóbios em leguminosas, tecnologia denominada coinoculação. “Os resultados foram excelentes, conseguimos dobrar os benefícios conseguidos exclusivamente com os rizóbios na soja e no feijoeiro e o registro foi concedido pelo MAPA“, pontua Mariangela Hungria.

Os agricultores também já aprovaram essa tecnologia de coinoculação, com vários relatos de benefícios particularmente sob condições de estresse hídrico, como foi esse ano. “São evidentes os benefícios de maior produção de raízes, nodulação precoce e maior nodulação no início da cultura da soja e do feijoeiro, o que impacta a produção final“, afirma a especialista.

Custo

O Azospirillum tem um custo um pouco mais elevado do que o rizóbio, por ser uma tecnologia nova e com maior complexidade para a produção na indústria.“Mesmo assim, o custo do Azospirillum é muito inferior ao gasto com fertilizantes nitrogenados. Além disso, o preço dos fertilizantes nitrogenados é atrelado ao dólar, uma vez que mais de 70% é importado, de modo que as perspectivas são negativas para as próximas safras. De qualquer forma, a aplicação do Azospirillum compensa muito. Por exemplo, no caso da soja, que em média precisa de 300kg de N por hectare, o preço do nitrogênio no mercado está em torno de R$ 700 mil por tonelada, ao passo que a bactéria custa R$ 5,00 ou R$ 6,00.O Azospirillum aumenta o rendimento em 10 a 20%, e o produtor ainda pode reduzir 25% a dose do nitrogênio, aumentando a tolerância a doenças e a estresse hídrico pelo preço de R$ 10,00 por hectare“, compara a especialista Mariangela Hungria.

Essas são as vantagens econômicas apontadas por ela, mas ainda existem vantagens ambientais, as quais estão sendo estudadas, como valorizar melhor em termos de crédito de carbono, de não poluição de rios, não poluição de lençóisfreáticos, principalmente pelo nitrato, que é altamente poluente.

A função dos rizóbios é contribuir para a fixação biológica do nitrogênio - Créditos Embrapa
A função dos rizóbios é contribuir para a fixação biológica do nitrogênio – Créditos Embrapa

Resultados

Como essas bactérias contribuem de várias formas para a planta, o trabalho da Embrapa Soja segue a linha que o agricultor espera. “Para altíssimas produtividades (acima de 10 mil toneladas de milho), colocamos todo o adubo e acrescentamos o Azospirilum para ter um acréscimo de 10 a 15% de aumento.Para seis ou oito mil toneladas, ele pode retirar 25% do nitrogênio que usa, e com o Azospirillumchega-se aos mesmos rendimentos, podendo até aumentar de 5 a 6%“, compara Mariangela Hungria.

No milho safrinha, a pesquisadora conta que conseguiu os mesmos rendimentos, aplicando o Azospirilum associado à adubação de 24kg de nitrogênio na base, com rendimentos de quatro mil quilos por hectare. E provavelmente os maiores benefícios podem ser conseguidos na agricultura familiar e orgânica, com rendimentos bastante superiores à média obtida por esses agricultores.

 

Azospirillum brasiliense - Mais rendimento e baixo custo - Créditos Embrapa
Azospirillum brasiliense – Mais rendimento e baixo custo – Créditos Embrapa

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