Alternativas que amenizam o déficit hídrico

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Publicado em 16 de março de 2015 às 09h30

Última atualização em 16 de março de 2015 às 09h30

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Boa parte dos produtores rurais tem sua parcela de participação no processo de degradação da natureza. Outros, porém, já adquiriram consciência a respeito da importância de tomarem atitudes práticas para mudar este quadro

 

O clima é definido por uma média dos tempos atmosféricos de uma determinada região. O estado do tempo atmosférico, por sua vez, é influenciado pela quantidade de energia nos sistema.

Nossa maior fonte de energia é o Sol, que nos manda cerca de 1.367 watt/m², que chega ao limite externo da atmosfera terrestre. De acordo com a altitude e os componentes da atmosfera, essa radiação “entra“ mais ou menos na atmosfera. “Com mais energia proveniente do Sol, sempre teremos mais movimentação de ar, bem como maior velocidade no ciclo de mudanças de estado físico da água. O clima, portanto, é consequência de quanta energia o sol emite em direção ao planeta Terra e quanto dessa energia solar entra na atmosfera terrestre“, explica Cícero Leite, engenheiro agrônomo, PhD e consultor da All Bright.

Culturas que demandam grandes áreas têm sido condenadas pelos ambientalistas pelo uso da água -  Crédito Shutterstock
Culturas que demandam grandes áreas têm sido condenadas pelos ambientalistas pelo uso da água – Crédito Shutterstock

Aquecimento

Em uma situação onde temos muitos buracos de ozônio, as ondas ultravioletas, que carregam muita energia, acabam adentrando em maior proporção e causando o aquecimento do planeta, sobretudo das águas. Por outro lado, Cícero Leite conta que uma maior concentração de gás carbônico no ar impede que o planeta perca calor pela emissão de ondas longas, que permanecem na atmosfera, aquecendo-a.

Dentro de um quadro assim, o que se espera são chuvas mais pesadas, ventos mais fortes, que por sua vez implicam em períodos de estiagem maiores ou, em outras palavras, maiores probabilidades de ocorrência de secas em algumas regiões do globo terrestre, cujas chuvas dependam do deslocamento moderado das massas de ar.

Preservar as nascentes dos rios é um bom começo para mudar o cenário - Crédito Grupo Leópolis
Preservar as nascentes dos rios é um bom começo para mudar o cenário – Crédito Grupo Leópolis

Consequências da falta de chuvas

Segundo Cícero Leite, as consequências da falta de chuvas para a agricultura são as mais variadas possíveis. “Desde o agricultor até o consumidor final, passando por toda a cadeia, encontrarão dificuldades com a falta de chuvas. Do ponto de vista do agricultor, que planta a chamada lavoura de sequeiro, a escolha da variedade e época de plantio será fundamental, além de lançar mão de todas as técnicas disponíveis para que sua lavoura possa atravessar o maior período de estiagem possível com menos danos. Para aquele que irriga, atenção especial deve ser dada à fonte de água, que pode ser restrita por órgãos públicos em um momento onde também haja falta d´água em áreas urbanas“, alerta o especialista.

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Culturas prejudicadas

Culturas como soja, milho e cana-de-açúcar tiveram quedas consideráveis de produção, com as oscilações climáticas, variando de 8 a 40%. Mesmo culturas perenes, como o café, que supostamente tem um sistema radicular mais profundo, sofreu cerca de 30% de quebra de safra em Minas Gerais.

Os impactos das quebras de produção devido à seca são refletidos no PIB, e até mesmo na inflação.

Além dos prejuízos diretos às lavouras que atravessaram o período de seca, o atraso no plantio da soja de 2014/15, por exemplo, inviabilizou, ou pelo menos diminuiu as condições ideais para plantio do milho safrinha de 2015.

Cícero Leite, engenheiro agrônomo, PhD e consultor da All Bright
Cícero Leite, engenheiro agrônomo, PhD e consultor da All Bright

Alternativas

Claro que o uso da irrigação com monitoramento das condições hídricas é o primeiro recurso a se pensar em um ano de seca. A afirmativa de Cícero Leite não exclui outros recursos, como a escolha das variedades mais adaptadas a condições de estresse, bem como o manejo do solo e da cultura de modo a aprofundar ao máximo o sistema radicular.

“Há, ainda, outros recursos e produtos para ajudar a planta a passar pelos períodos de estiagem, como os antiestressantes fisiológicos, antitranspirantes e afins“, enumera Cícero Leite.

Ainda segundo ele, por ajudar a carregar as bases do solo, principalmente o cálcio, para profundidades maiores, o gesso tem ajudado a neutralização do alumínio tóxico, ou mesmo de sódio, corroborando para o maior crescimento das raízes, que ao se aprofundarem podem captar água das camadas mais profundas do solo, as quais normalmente são inacessíveis à planta em solos não tratados.

O investimento na formação e conservação do solo deve ser considerado por qualquer propriedade que queira permanecer lucrativa no longo prazo. O uso de gesso agrícola e calcário, bem como adubação verde, incorporação de matéria orgânica e a tecnologia do plantio direto, só vêm melhorar as condições de armazenamento de água pelo solo e o acesso da raiz à água que está armazenada nas camadas mais profundas“, considera Cícero Leite.

Essa é parte da matéria de capa da revista Campo & Negócios Grãos, edição de março. Adquira já a sua para leitura completa.

 

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