Adubação nitrogenada e potássica com fertilizantes de liberação controlada

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Publicado em 28 de julho de 2018 às 07h23

Última atualização em 28 de julho de 2018 às 07h23

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Evaldo Kazushi Takizawa

Engenheiro agrônomo e consultor da Ceres Consultoria Agronômica

evaldo@ceresconsultoria.com.br

 

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Os nutrientes, ao mesmo tempo em que são absorvidos e utilizados pelas plantas, podem também ser imobilizados no solo ou perdidos por lixiviação, volatilização e desnitrificação, especialmente o nitrogênio. O desenvolvimento de fertilizantes com eficiência aumentada e, consequentemente, que proporcionam a redução de perdas é de extrema importância para o cultivo agrícola.

Nitrogênio x potássio

Antes de fazer a referência da liberação controlada, devemos separar o nitrogênio do potássio, dois nutrientes que devem ser vistos de forma diferente, pois possuem características distintas.

O parcelamento da adubação na prática é usado para minimizar os riscos de perda muito comum na agricultura tropical, principalmente provocada pela chuva e outros eventos meteorológicos. A liberação controlada tem o mesmo objetivo de minimizar os problemas de perdas, sem necessariamente realizar o parcelamento do fertilizante.

Quando aplicar

A aplicação deve ser feita atendendo as características ou as exigências de cada cultura, buscando oferecer o nutriente na época de demanda da planta, além de observar outros pontos, como os atributos do solo e a previsão de tempo posterior ao uso de fertilizantes.

Devo criar um ambiente para que o fertilizante expresse sua melhor eficiência agronômica, e normalmente esses fertilizantes são utilizados como qualquer adubo, apenas com maior segurança de seu aproveitamento.

No mercado há vários fertilizantes nitrogenados e potássicos com a proposta de liberação lenta e diante desta diversidade. Cabe ao usuário contratar o fornecedor para receber as orientações.Lembrando que não podemos generalizar os produtos – são especialidades e devem ser tratados como tal.

Na dose certa

As doses dos nutrientes são definidas pela exigência da cultura para meta de produtividade e exportação dos nutrientes. A quantidade de adubo considera o fornecimento do solo, as condições climáticas, aproveitamento da planta, a tecnologia de aplicação e a eficiência agronômica do fertilizante – neste último ponto, o fertilizante de liberação lenta pode atuar.

Pensando em maior eficiência agronômica, muitas empresas propõem reduzir a dose de fertilizantes em 20 a 30%, porém, isto deve ser submetido a testes para validação. Em suma, as doses não podem ser transmitidas sem um conhecimento profundo.Por exemplo, um milho de alta tecnologia com potencial acima de 9.000 kg/ha, pode ser trabalhado com 150 kg de nitrogênio por hectare, porém, num milho de 6.000 kg/ha a dose pode ser de 100 kg por hectare.

As doses dos nutrientes são definidas pela exigência da cultura - Fotos Shutterstock
As doses dos nutrientes são definidas pela exigência da cultura – Fotos Shutterstock

Ganho produtivo

O ganho de produtividade é resultado de uma série de eventos positivos, isto é, uso de fertilizante de qualidade aplicado na época certa, na quantidade certa e distribuído no lugar certo. O fertilizante de liberação lenta é um componente positivo neste processo.

A demanda da planta não altera, mas com um melhor aproveitamento de nutrientes as adubações podem ser menores. Entretanto, como já salientado, a redução de fertilizantes de liberação lenta depende de pesquisa para validar.

Custo

Os custos de fertilizantes de liberação lenta, comparando a mesma concentração de nutrientes com fertilizantes convencionais, podem ser 25 a 30% mais caros. Este é o empecilho para adoção em massa desta tecnologia.

O custo e benefício dependem de mais trabalhos de comparação entre o fertilizante tradicional e o de liberação lenta.Quando o agricultor segue todos os procedimentos de boas práticas agronômicas e é beneficiado por um clima favorável, pode não haver ganho. Ao contrário, um fenômeno ambiental não esperado pode favorecer o fertilizante de liberação lenta.

Conceito

Não se pode generalizar os fertilizantes de liberação lenta. São várias tecnologias no mercado e grandes distinções entre elas. Cabe ao agricultor analisar qual é o fator de maior causa das perdas de nutrientes.Como cada produto age liberando lentamente e protegendo o nitrogênio de uma forma, nem todos atendem a todas as necessidades.

Estamos na era da informação, tecnologia e diversidade de produtos para atender as diversas demandas – basta saber descartar e escolher aquele que atenda os objetivos do agricultor.

Essa matéria você encontra na edição de julho de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar.

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