Eventos transgênicos – O futuro já começou

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Publicado em 17 de novembro de 2017 às 19h54

Última atualização em 17 de novembro de 2017 às 19h54

Acompanhe tudo sobre Água, Herbicida, Transgênico e muito mais!

 

Carla Helena Ribeiro dos Santos

carlahelenaribeiro615@gmail.com

Thales Lenzi Costa Nascimento

Graduandos em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) e membros do Grupo de Estudo em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia (GHPD)

thaleslenzic@gmail.com

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A população mundial cresce, em média, 83 milhões de pessoas por ano. Caso essa tendência se mantenha, em 2050 haverá nove bilhões de pessoas no planeta, e até o final do século serão mais de 10 bilhões.

Esse crescente aumento populacional promove uma subida na demanda da produção de alimentos em todo o mundo. O Brasil, como um grande exportador de produtos agrícolas, principalmente grãos, vem avançando em pesquisas que auxiliem no aumento da produtividade de suas lavouras.

Dentre os grandes avanços já descobertos encontram-se os produtos transgênicos. A utilização desses produtos se mostra uma ferramenta importante para o aumento dessa produtividade, pois eles possuem características que lhes conferem, por exemplo, resistência a algum tipo de praga, doenças e tolerância a algum herbicida, o que também promove redução nos custos de produção.

O que são?

Plantas transgênicas são aquelas que passaram pelo processo de modificação genética, em que foram introduzidos um ou mais genes vindos de outro organismo (como plantas, animais, bactérias, entre outros) por meio de técnicas da engenharia genética.

Os objetivos de se obter plantas transgênicas são, principalmente, o aumento de alguma qualidade nutricional do produto e a diminuição dos custos de produção, o que ocorre devido à característica de resistência a pragas, doenças e herbicidas que essas plantas apresentam.

A obtenção de plantas transgênicas se dá pela transferência de genes que codificam para características desejáveis de um organismo para outro organismo ou espécie que se queira transformar. Após a identificação e o isolamento do gene de interesse, ele é transferido para uma célula da planta que se quer transformar. Essa transferência pode ser feita utilizando algumas técnicas, como a Agrobacteriumtumefaciens e o bombardeamento de genes, entre outros.

Eventos resistentes

No Brasil, atualmente, estão liberados quatro produtos com tecnologia no combate a plantas invasoras. No entanto, o CTNBio (órgão responsável pela aprovação de eventos transgênicos no País) pretende aumentar o número de alternativas disponíveis para os agricultores no campo de herbicidas.

O uso de plantas geneticamente modificadas auxilia na preservação ambiental, uma vez que as lavouras transgênicas disponíveis diminuem a necessidade de aplicação de defensivos agrícolas e, consequentemente, menos água e combustíveis são usados.

O Brasil, por ser dono de uma das maiores riquezas naturais do mundo, só tem a ganhar com o uso de sementes transgênicas. Segundo a consultoria Céleres, nos próximos 10 anos ocorrerá a redução no consumo de 1,1 bilhão de litros de diesel, 2,9 milhões de toneladas de CO2deixarão de ser lançadas na atmosfera e haverá a economia de 133,9 milhões de litros de água.

Além disso, a biotecnologia tem permitido o desenvolvimento de plantas resistentes a insetos e tolerantes a herbicidas, resultando assim em maior produtividade. Essas características reduzem a necessidade de expansão de área, e o uso de transgênicos ocasiona economia de horas de trabalho por hectare.

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Biossegurança

Todo alimento transgênico, antes de chegar ao consumidor, deve passar por uma série de testes que visam avaliar a segurança para o meio ambiente e para a saúde humana e animal. Ainda não há registros de impactos negativos devido ao uso dos transgênicos, já que tais produtos são exaustivamente analisados por meio de testes em campo e laboratórios.

A biotecnologia agrega vários benefícios aos alimentos que consumimos, por meio de bactérias, enzimas, leveduras e outros microrganismos. É estimado que quase 100% dos alimentos que são processados tenham em sua constituição um ingrediente derivado de soja ou milho transgênico.

Isso ocorre porque mais de 80% da soja cultivada em território nacional é geneticamente modificada.

Custo x benefício

 

A opção pelo cultivo de plantas geneticamente modificadas está mais relacionada à preservação ambiental do que propriamente ao custo de produção, já que lavouras transgênicas necessitam de menos defensivos agrícolas, ao contrário do que vemos em lavouras convencionais.

A parte onerosa que o produtor encontrará quando optar por sementes geneticamente modificadas é justamente a aquisição das mesmas, que possuem valor superior às sementes convencionais.

Segundo estudos na área de produção de soja transgênica, o custo de produção é de 7 a 20% menor quando comparamos com a soja convencional, justamente pelo fato de ser necessário menor gasto com defensivos.

Essa matéria você encontra na edição de novembro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

 

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