Aminoácidos proporcionam maturação uniforme do café

Crédito Ivanir Maia

Publicado em 18 de julho de 2017 às 07h57

Última atualização em 18 de julho de 2017 às 07h57

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Daniela Andrade

Mestre em Fitotecnia e coordenadora de operações agrícolas

daniela.agronomia@outlook.com

Crédito Ivanir Maia
Crédito Ivanir Maia

Uma das características mais desejáveis na cafeicultura brasileira é a maturação uniforme dos frutos, pois facilita a colheita e viabiliza a qualidade do café. Os especialistas em qualidade de café dizem que devemos colher sempre a maior quantidade de maduros possíveis, indicando iniciar a colheita em áreas com índices de verde menores que 20%.

Isso se deve ao sabor típico do café maduro, que é caracterizado pela presença de teores dos múltiplos constituintes químicos voláteis e não-voláteis (ácidos, aldeídos, cetonas, açúcares, proteínas, aminoácidos, ácidos graxos, compostos fenólicos, além da ação de enzimas).

Entretanto, quando os frutos são colhidos verdes e imaturos, proporcionam adstringência à bebida. Por outro lado, os frutos secos em fase de senescência, por estarem em processo de fermentação, alteram o sabor e prejudicam a qualidade da bebida. Por isso, é recomendada a utilização de recursos que levem uniformidade à maturação do café.

 

Os aminoácidos

A maturação dos grãos pode ser afetada por inúmeros fatores, como: fertilidade do solo, disponibilidade de água, espaçamento, cultivares, incidência luz e altitude.

O cafeeiro expressa a carga genética das plantas conforme o manejo que for dado. Para tanto, se tivermos um tratamento com aminoácidos pode melhorar a efetividade de diversos outros tratamentos adotados, pelo seu poder de catalisação (aumento na velocidade nas reações químicas) durante o ciclo produtivo.

Desta forma, ao fornecê-los às plantas, pode haver uma economia de energia metabólica. Consequentemente, o cafeeiro poderá direcionar sua necessidade conforme a fisiologia exigida pelo estádio de desenvolvimento.

Os aminoácidos possuem a característica de transporte de minerais através da planta, exemplificado pelo enxofre, mineral categórico na produtividade de um cafezal. Este é transportado na forma de metionina ou cisteína, dois aminoácidos sulfurados.

O cobre, por sua vez, é transportado complexado com aminoácidos e proteínas. Os aminoácidos também são precursores de hormônios, incluindo o etileno, responsável pelo amadurecimento e senescência de folhas, flores e frutos. Nos frutos esse hormônio é responsável pela “quebra“ das moléculas de açúcares que são responsáveis pela bebida de alta qualidade.

Os aminoácidos podem manter as características de sólidos solúveis totais e sua acidez devido à indução deste hormônio. Sendo assim, os aminoácidos possuem diversas funções que, juntas, podem levar à uniformização da maturação dos grãos de café.

Quando aplicar

Existem vários produtos no mercado, basta adequar a melhor solução à sua realidade. A aplicação deve ser feita de acordo com a recomendação do engenheiro agrônomo, que reconhece a verdadeira necessidade da lavoura em questão.

Entretanto, os aminoácidos que encontramos no mercado têm recomendações entre duas (1° outubro/novembro e 2° fevereiro/março ” granação) e quatro aplicações (início das chuvas, no intervalo de 30 dias) do produto comercial.

As dosagens precisam seguir as indicações dos produtos comerciais, pois cada um possui concentrações variadas, com composições de aminoácidos e matéria orgânica, podendo variar entre 500 a 800 kg/ha (via solo) e 2,0 a 4,0 L/ha (via foliar).

Essa matéria você encontra na edição de Julho 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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