Cultivo de pimentas – Um ‘tempero’ a mais na renda agrícola

Crédito Vera Tuchtechagen

Publicado em 20 de junho de 2017 às 19h53

Última atualização em 20 de junho de 2017 às 19h53

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Crédito Vera Tuchtechagen
Crédito Vera Tuchtechagen

O cultivo da pimenta tem sido o tempero principal para a economia da Agroindústria Sabor da Colônia, localizada nazona rural de Turuçu (RS). A empresária Vera Tuchtenhagen, bacharel em Química de Alimentos, produz pimentas há 15 anos, uma herança do avô, e modernizou investindo na industrialização e processamento de várias espécies do condimento,abrindo mercado para sua marca própria (Sabor da Colônia) e uma nova marca, ambas em fase de registro no INPI.

“Entramos neste ramo porque o município de Turuçu recebeu o título de ‘Capital Nacional da Pimenta Vermelha’ e havia a necessidade e a oportunidade de se fabricar produtos à base de pimenta. Então, realizamos treinamento na área em parceria com a Ematere a Universidade Federal de Pelotas, e encarramos o desafio, sendo as pimentas, hoje, nossos principais produtos“, relata.

No total, são produzidas cinco toneladas de pimenta ao ano das 11 variedades de pimenta: bhutjolokia, cayene (as duas de maior demanda), dedo de moça, calabresa, malagueta, habanero, jalapeño, bico doce, tabasco, bode e cumari do pará.

 A Agroindústria Sabor da Colônia, em Turuçu (RS), produz geleias, molhos de pimenta, pimenta em azeite de oliva, conserva
A Agroindústria Sabor da Colônia, em Turuçu (RS), produz geleias, molhos de pimenta, pimenta em azeite de oliva, conserva

Segundo Vera, a demanda pelas pimentas é bem grande. “Além de produzir estas pimentas, precisamos adquirir dos agricultores de Turuçu. A finalidade da nossa produção é especificamente para geleias, molhos de pimenta, pimenta em azeite de oliva, conservas e pimentas desidratadas com ervas finas“, relata ela, que dedica o sucesso do empreendimento à Emater-RS, Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Embrapa, APL-Alimentos Região Sul e Fetraf-RS.

A Agroindústria Sabor da Colônia, em Turuçu (RS), produz geleias, molhos de pimenta, pimenta em azeite de oliva, conserva
A Agroindústria Sabor da Colônia, em Turuçu (RS), produz geleias, molhos de pimenta, pimenta em azeite de oliva, conserva

Atuação

A atuação da Agroindústria Sabor da Colônia é nacional, mas a empresa tem como principal mercado a Casa da Pimenta, situada às margens da BR 116, em Turuçu, também sede da Cooperturuçu (Cooperativa das Atividades Agroindustriais e Artesanais dos Agricultores Familiares de Turuçu), criada para dar suporte às agroindústrias do município.

Os produtos de Vera também são comercializados em lojas de produtos coloniais na região sul do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Bagé, Bento Gonçalves, Caxias e Carlos Barbosa, além da cidade paulista de Pinheiros, no mercado municipal de lá, e no Bioma Pampa.

A Agroindústria Sabor da Colônia, em Turuçu (RS), produz geleias, molhos de pimenta, pimenta em azeite de oliva, conserva
A Agroindústria Sabor da Colônia, em Turuçu (RS), produz geleias, molhos de pimenta, pimenta em azeite de oliva, conserva

Aposta que deu certo

Para a produtora Vera Tuchtenhagen, a maior possibilidade de mercado das pimentas é a produção de molhos. “Cada vez mais os apreciadores de pimenta estão com o paladar mais apurado e, consequente, estão procurando por produtos de qualidade e as pimentas picantes são as preferidas. Outra possibilidade é o lançamento de novos produtos explorando nichos de mercados que buscam por produtos especializados de sabores marcantes“, considera.

A produtora Vera Tuchtechagen produzcinco toneladas de pimenta ao ano de 11 variedades - Crédito Vera Tuchtechagen
A produtora Vera Tuchtechagen produzcinco toneladas de pimenta ao ano de 11 variedades – Crédito Vera Tuchtechagen

Esmero na produção

Para agradar paladares cada vez mais aguçados, ela não descuida do manejo de suas lavouras. Para a produção de pimenta é necessário solo fértil,profundo, leve e bem drenado, com teores adequados de nutrientes e pH ente 5,5 e 6,8.

“Em clima tropical o ciclo de produção pode ser o ano todo, mas aqui no Rio Grande do Sul, onde o inverno é rigoroso, o plantio ocorre a partir de setembro. Utilizamos a aplicação de adubo orgânico para a nutrição das plantas, e para a irrigação preferimos o método do gotejamento, que aplica água apenas na zona radicular. No controle fitossanitário adotamos medidas preventivas, com a finalidade de evitar os agentes causadores de doenças.Para nós, a maior dificuldade no manejo da produção de pimentas é o plantio das mudas em dias muito quentes“, aponta Vera.

 A lavoura de pimenta requer muita mão de obra - Crédito Emater RS
A lavoura de pimenta requer muita mão de obra – Crédito Emater RS

Custo de produção x rentabilidade

Em geral, Vera Tuchtenhagen relata que o custo de produção até a colheita é em média R$ 7.000,00/ha, e após a colheita é dependente da variedade, que em alguns casos eleva o custo, devido à exigência em mão de obra. Além disso, certas variedades de pimenta têm rendimento muito baixo na colheita, como aquelas de frutos pequenos, como a cumari dopará, malagueta, tabasco e bode.

Entretanto, a produtora garante que a rentabilidade da produção é muito boa, mesmo em pequenos cultivos. “O fornecimento de pimenta para a produção de molhos é o que proporciona maior rentabilidade, devido a ser um produto em que se tem maior rendimento da utilização dos frutos de pimenta“, diz.

Ainda segundo Vera, a maior vantagem comercial do cultivo de pimenta é a demanda crescente de seus produtos, que ela acredita que seja devido ao sucesso desse condimento na culinária e às inovações crescentes de produtos à base de pimenta, o que sugere que seu cultivo ainda vai fazer muito sucesso no mundo gastronômico,citando ainda todos os benefícios que esta iguaria traz para a saúde humana.

Quando mais, melhor

Paulo Toledo de Sá Júnior é produtor de pimentas no Sítio São Emídio, em Presidente Prudente (SP), e comercializa sua produção com o nome Fogo na Boca. Suas lavouras contam com pimentas do tipo habanero vermelha (200 kg/mês), malagueta (120 kg/mês), biquinho (80 kg/mês) e dedo de moça (100 kg/mês), chegando a 500 kg/mês de pimentas.

Essa é parte da matéria de capa da revista Campo & Negócios Hortifrúti, edição de Julho 2017. Adquira a sua para leitura completa.

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