Micronutrientes em cana-de-açúcar – Benefícios da aplicação

Crédito José Alencar Magro

Publicado em 19 de janeiro de 2016 às 10h47

Última atualização em 19 de janeiro de 2016 às 10h47

Acompanhe tudo sobre Adubação, Adubação verde, Análise de solo, Boro, Calagem, Cana-de-açúcar, Fertirrigação, Irrigação, Manganês, NPK, Oliveira, Rentabilidade, Rotação de cultura, Zinco e muito mais!

Thiago Cardoso de Oliveira

thiagocardoso@agronomo.eng.br

Marco Antônio Pereira Ávila

Engenheiros agrônomos, mestrandos em Energia Nuclear na Agricultura e Ambiente pelo CENA/USP – Lab. de Fertilidade do Solo

Eduarda de Oliveira

Gustavo Diniz

Antonio Malvestitti Neto

Graduandos em Engenharia Agronômica – IFSULDEMINAS ” Campus Muzambinho e bolsistas de Iniciação Científica

Raul Henrique Sartori

Doutor em Ciências e professor do IFSULDEMINAS ” Campus Muzambinho

 

Crédito José Alencar Magro
Crédito José Alencar Magro

Quando se fala em micronutrientes na cultura da cana-de-açúcar, ouve-se logo a seguinte pergunta: a cana responde à aplicação de micronutrientes? Essa pergunta vem sendo mais bem trabalhada pelos técnicos da área de fertilidade do solo e nutrição de plantas.

Sabendo que a produtividade da cana-de-açúcar está ligada a muitos fatores, entre eles o ambiente de produção. Logo, essa produtividade será um reflexo do ambiente e do manejo aplicados à cultura. Com a expansão da cana em muitas áreas de baixa fertilidade, observou-se uma limitação ao aumento das produtividades decorrente do manejo de fertilidade do solo.

Uma frase do engenheiro agrônomo, consultor e pesquisador Dirceu Gassen nos leva a uma reflexão: a produtividade e a rentabilidade são proporcionais ao conhecimento aplicado por hectare. Com isso, vemos que devemos conhecer bem nossas práticas de manejo visando alcançar melhores produtividades e um canavial economicamente viável, com o cultivo de vários ciclos.

 

A cana exporta muitos nutrientes na forma de colmos - CréditoShutterstock
A cana exporta muitos nutrientes na forma de colmos – CréditoShutterstock

Exportação de nutrientes

A cana exporta na forma de colmos muitos nutrientes, sendo necessário repô-los, independentemente das quantidades extraídas, via prática da adubação. Ressalta-se que, independente de serem macro ou micronutrientes, cada um possui seu papel na fisiologia da planta, sendo que o excesso de um não suprirá a carência de outro, fato esse estabelecido por Sprengel e Liebig, via Lei do Mínimo.

Para o Brasil continuar com o título de maior produtor mundial da cultura, é necessário avançarmos no programa nutricional. A calagem, a adubação NPK, a rotação de culturas, a adubação verde e a adubação com micronutrientes são fatores-chave de manejo para o aumento da produtividade.

A fertirrigação é uma das formas de aplicar os nutrientes na cana - CréditoShutterstock
A fertirrigação é uma das formas de aplicar os nutrientes na cana – CréditoShutterstock

Sintomas de deficiência nutricional

Os micronutrientes desempenham várias funções fisiológicas, anatômicas e estruturais, influenciando no crescimento, perfilhamento, resistência a doenças, qualidade e produtividade.

Os micronutrientes que o produtor deve ter maior atenção na cultura da cana são o boro (B), cobre (Cu), zinco (Zn), manganês (Mn) e molibdênio (Mo), sendo que a disponibilidade deles no solo é influenciada pelo pH (diminui à medida que o pH aumenta).

A exportação de micronutrientes pela planta segue a seguinte ordem: Fe > Mn > Zn > Cu > B > Mo. O boro atua na rota de produção dos carboidratos, na sua complexação e transporte das folhas para os colmos; na divisão e diferenciação celular; na lignificação da parede celular; no crescimento e formação das raízes.

O boro tem mobilidade baixa dentro do floema, portanto, sua deficiência é visível nas folhas novas, tornando-as quebradiças, necrosadas e podendo haver morte no meristema apical.

O cobre atua como ativador de diversas enzimas de grande importância nas rotas fisiológicas (fenolase, lacase, polifenoxilidase), na fotossíntese e na resistência a doenças. Sua mobilidade no floema é considerada parcialmente móvel, fazendo com que a deficiência seja visualizada nas folhas novas. As folhas ficam cloróticas, murchas e com envergamento excessivo. Pode ser observada a perda de turgidez do colmo e do meristema, provocando quebra do ponteiro.

O zinco tem se apresentado como o micronutriente mais importante, visto a grande carência em nossos solos, de modo que sua deficiência é frequentemente observada na cana-de-açúcar. Ele influencia diretamente no perfilhamento e crescimento da planta, fatores estes de extrema importância na produtividade da cana e, por fim, na longevidade das soqueiras.

No metabolismo das plantas o zinco é fundamental para a síntese do triptofano, precursor do ácido indolacético que formará as enzimas responsáveis pelo alongamento e crescimento celular. É parcialmente móvel no floema, e sua deficiência ocorrerá primeiramente nas folhas mais novas.

Os sintomas de carência são estrias cloróticas na lâmina foliar, e quando acontecem casos mais severos ocorre necrose a partir da ponta, encurtamento dos internódios dos colmos, redução no perfilhamento e colmos mais finos.

 Para avaliar a nutrição da cana-de-açúcar em micronutrientes é necessária a análise foliar - CréditoShutterstock
Para avaliar a nutrição da cana-de-açúcar em micronutrientes é necessária a análise foliar – CréditoShutterstock

Recomendação de adubação

Para avaliar a nutrição da cana-de-açúcar em micronutrientes é necessária a análise foliar. Para realizar a análise é necessária a coleta de 30 folhas + 1 (diagnóstica) por talhão.

Essas folhas devem ser coletadas no período de máximo desenvolvimento vegetativo da cultura, por volta de 270 dias após o plantio ou corte. Deve-se coletar somente 20 cm da parte central da folha, desconsiderando a nervura central. Após a coleta, armazenar em saco de papel identificado e encaminhar ao laboratório de análise de solos e tecidos foliares.

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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