Chuvas no RS podem prejudicar ainda mais a safra de pêssego

Na medida em que o pêssego amadurece a firmeza da polpa diminui Créditos Pixabay

Publicado em 21 de dezembro de 2015 às 13h41

Última atualização em 21 de dezembro de 2015 às 13h41

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 Segundo a Climatempo, precipitações estão sendo agravadas pelo El Niño, que continuará atuando na região durante toda a colheita da fruta

 

Na medida em que o pêssego amadurece a firmeza da polpa diminui Créditos Pixabay
Créditos Pixabay

Nesta época, o pêssego é uma das frutas mais presentes nas mesas dos brasileiros, até porque, o calendário de plantio da cultura coincide com as festas de fim de ano, que fazem a demanda do pêssego aumentar. Em 2015, porém, já é possível observar uma pequena elevação no preço da fruta.

De acordo com dados da Ceasa RS, na segunda quinzena de dezembro de 2014, o quilo do pêssego era vendido, em média, por R$ 3,50. Atualmente, o preço da fruta está em torno dos R$ 4,00, e pode ser encontrado até por R$ 7,00. O aumento de 12,5% na média do preço de venda já pode ser atribuído ao fenômeno El Niño, que prejudicou a oferta justo quando a procura aumenta.

Mas os problemas climáticos que estão afetando os pessegueiros não são recentes. Em julho, período da florada no Rio Grande do Sul, responsável por cerca de 60% da produção nacional da fruta, o problema foi o calor, que antecipou a floração. “Tivemos altas temperaturas, que superaram os 30ºC. Além disso, a plantação também sofreu com a mudança brusca no tempo, pois tivemos calor intenso e geada em uma única semana“, revela Maria do Carmo Raseira, pesquisadora da Embrapa de Pelotas (RS).

Agora, na época da colheita, a principal preocupação são as chuvas, que não param de cair sobre o Rio Grande do Sul. O meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento, explica que a região Sul foi uma das que mais sofreu os impactos causados pelo El Niño, que já é o mais forte desde 1997 e que também atingiu a parte rural da capital Porto Alegre, onde o engenheiro agrônomo Antonio Conte, da Emater/RS, confirma os estragos. “O excesso de água não tem sido favorável, pois o pêssego é propicio de regiões áridas ou secas“, explica Conte, que ainda diz não ser possível falar quanto foi perdido, mas revela a estimativa de quebra de safra: “com base no que já foi colhido, os produtores esperam uma perda de até 30%“. Até o inicio da segunda quinzena de dezembro, quase 60% da área plantada ainda estava para colher.

As previsões da Climatempo indicam que as chuvas ainda acontecem em fevereiro, mas com menor frequencia se comparado a Janeiro: “ Não dá para descartar a ocorrência de granizo e fortes rajadas de vento, até o final do ano, que inclusive podem atingir Porto Alegre“, comenta Nascimento.

Além da chuva, também são esperadas temperaturas abaixo da média em todos os estados do Sul do país, que segundo Nascimento, “serão causadas por frentes frias e por sistemas de baixa pressão, que vão se formar sobre a região e ajudar a provocar mais chuva“. Com o céu cheio de nuvens, temperaturas baixas e pouco sol, mais da metade da safra que ainda não foi colhida, fica em estado de alerta.

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