Tratamento de sementes do milho safrinha

Crédito Marcelo Madalosso

Publicado em 26 de dezembro de 2017 às 07h38

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h02

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Atualmente, em termos de inseticidas registrados para uso na cultura do milho, são mais de 250 opções. Para Paulo Afonso Viana, pesquisador da área de entomologia da Embrapa Milho e Sorgo, “e entre essa opções há um grupo grande usado para o tratamento de sementes, que tem por objetivo oferecer proteção à planta quanto às pragas que atacam a semente logo após o plantio, o sistema radicular e controlar as pragas iniciais da cultura do milho. Acredito que haja, hoje, mais de 40 produtos no mercado para o tratamento de semente do milho“, calcula.

Para a escolha do tratamento de semente, o produtor precisa conhecer o histórico da área que será plantada e, principalmente, a praga predominante ao longo dos anos. Isso porque as pragas iniciais geralmente causam redução de número de plantas por hectare, que resulta em baixa população por área na lavoura, refletindo diretamente na produtividade.

Assim, tem-se que, se o indivíduo usa uma população média de plantas de 50 a 60 mil por hectare, mas não faz o controle das pragas iniciais, ao final poderá ter por exemplo, 35 mil plantas por hectare. “Isso pode acontecer por outros fatores, mas na maioria dos casos é pela presença de pragas subterrâneas e/ou iniciais da lavoura que atacam, danificam e matam a planta, reduzindo a população da lavoura“, pontua Paulo Afonso.

Estratégia eficaz

Para as pragas de solo que atacam a semente e as raízes, o método mais eficaz de fazer o controle é pelo tratamento de sementes, que tem um custo relativamente baixo, pois exige uma pequena quantidade de produto por área, que resulta, além de eficiência de controle, menor risco para o operador e meio ambiente, e mais facilidade de aplicação.

Alerta geral

As pragas de solo mais comuns do milho são o coró, o cupim e a larva-arame, que danificam o sistema radicular. Dependendo da região do Brasil, principalmente no Sule Centro-oeste, há infestação da larva diabrótica em regiões irrigadas, que têm mais matéria orgânica.

Existem, ainda, as pragas que atacam a região do colo da planta, tanto em milho quanto em sorgo, soja e feijão, como a lagarta-elasmo,principalmenteem regiões aonde o solo é mais arenoso, com chuvas irregulares. “O problema é sério porque elas danificam a região de crescimento do interior da planta, que seca e morre, resultando em falhas dentro da lavoura. A lagarta-elasmo é considerada uma das principais pragas do milho“, considera o pesquisador.

Crédito Shutterstock
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Produtos

Existe uma larga quantidade de produtos com diferentes ingredientes ativos para serem usados contra esses grupos de pragas de solo e pragas iniciais. Entretanto, Paulo Afonso avisa que o primeiro passo é identificar devidamente o problema da área para que a escolha do produto seja certa e o controle eficiente.

“Em uma área que ficou parada por muito tempo ou que tinha plantio de braquiária, minha recomendação é que o produtor se preocupe com o cupim, cujos grupos de produtos são diferentes dos utilizados para combater a lagarta-elasmo.Por isso, é preciso identificar o problema para utilizar o produto mais eficiente para determinado problema“, determina o pesquisador.

Por outro lado, existem sementes no mercado que já saem da indústria com o tratamento de semente realizado, mas pode ser que não seja o mais adequado para ogrupo de pragas que ocorre na região do produtor.

Existe, ainda, a possibilidade de a revenda fazer o tratamento de sementes, e uma terceira situação que é o indivíduo fazer a operaçãona propriedade. “Nesse caso, o plantio deve acontecer imediatamente após o tratamento. Não é recomendado fazer o tratamento de semente na propriedade e armazenar a semente, pois determinados grupos de produtos podem reduzir o poder germinativo e o vigor da semente, se ficar armazenado muito tempo. Lembrando que é muito importante que os operadores utilizem os EPIs ” Equipamentos de Proteção Individual“, destaca Paulo Afonso.

Custo

O custo do tratamento de sementes geralmente é baixo. “Mas, os produtos novos que ainda possuem patentes, o custo pode ficar um pouco mais elevado. Há produtos para tratamento de sementes que o litro custa de R$ 80,00 a R$ 100,00, e outros que chegam a custar R$ 700,00 o litro.As doses são diferentes, e por isso o custo tem que ser baseado na praga que o produtor quer controlar. Nessa hora, o técnico da fazenda deve escolher o grupo que será mais eficiente“, ensina o especialista.

Ainda segundo Paulo Afonso, para quem tem problemas com pragas na lavoura, o tratamento de sementes compensa demais. “Um problema de pragas pode reduzir drasticamente a população de plantas. Por exemplo, se o produtor já investiu em maquinário, preparo de solo, herbicida, semente e fertilizante, se não tiver uma boa produtividade, o que está relacionado ao número de plantas na lavoura, não será viável o cultivo. E o tratamento de semente ajuda muito no estabelecimento do estande“, finaliza.

Essa matéria você encontra na edição de janeiro 2018 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

 

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