Técnicas de corte podem influenciar na produtividade

Crédito Fibria

Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 07h28

Última atualização em 9 de fevereiro de 2017 às 07h28

Acompanhe tudo sobre Água, Colheita, Madeira, Maquinário, Pós-colheita, Traça e muito mais!

Daniel da Silva Souza

Geógrafo, consultor ambiental e graduando em Engenharia Florestal

geocentrosul@gmail.com

 

Crédito Fibria
Crédito Fibria

Com o novo programa de manejo das áreas florestais, introduzido pelo Ibama, o corte das árvores é seletivo. Deve-se lembrar que este procedimento não é muito comum entre os madeireiros, pois a maioria o desrespeita.

Antes do corte a equipe realiza um planejamento de como fará a exploração e só então entra na mata, corta os cipós mais grossos e faz a orientação da colheita, sinalizando as estradas com estacas ou fitas plásticas. Este procedimento é feito para que depois as máquinas possam realizar a abertura das trilhas com segurança.

Como funciona

O Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) avalia todas as fases da atividade florestal e seleciona as melhores técnicas para cada unidade de trabalho. Para se chegar a um bom PMFS é imprescindível a realização do inventário florestal da área a ser explorada.

Com os dados do inventário em mãos, é hora de verificar a distribuição geográfica das espécies de interesse econômico e traçar a melhor estratégia de corte e extração da madeira do interior da floresta.

Conhecer o relevo da floresta, os cursos d’água, a composição e a estrutura da floresta ajuda o gestor a tomar a melhor decisão sobre a alocação do pátio, o melhor caminho para arraste da madeira, o tamanho da equipe e até mesmo quais maquinários devem ser utilizados. Com o planejamento da colheita evitam-se surpresas, os custos são reduzidos e a maior preservação da biodiversidade ecossistêmica é garantida.

Corte

O corte das árvores é uma das atividades mais sensíveis e durante muito tempo a retirada de uma árvore de interesse econômico significava a destruição de várias outras, gerando um grande impacto ambiental. Mas, atualmente, as colheitas com impacto reduzido ganham cada vez mais espaço e são parte da exigência para se ter certificação ambiental.

Menores impactos na área explorada significam que um novo ciclo de corte pode ser realizado em menor tempo, o que garante maior rendimento por unidade de área. Na prática, isso acontece porque a colheita com impacto reduzido preserva ao máximo as árvores adjacentes.

Com abertura da clareira, as árvores remanescentes irão se desenvolver mais rapidamente, e logo poderão ser exploradas economicamente. A resolução 406 do CONAMA permite que o tempo do ciclo de corte seja reduzido, caso as árvores atinjam o diâmetro mínimo para corte antes do esperado, situação muito provável quando se utiliza a colheita com baixo impacto.

No desmatamento ilegal ou no corte convencional, muitas árvores com potencial de corte futuro são destruídas para retirada de uma única árvore de interesse. O PMFS vai dizer qual o volume a ser explorado de cada espécie e quais árvores serão selecionadas para o corte.

Menores impactos na área explorada significam que um novo ciclo de corte pode ser realizado em menor tempo
Menores impactos na área explorada significam que um novo ciclo de corte pode ser realizado em menor tempo ” Crédito Painel Florestal

A seleção

Sugere-se que a árvore tenha no mínimo 50 cm de diâmetro para ser selecionada para corte. O volume de madeira a ser explorado deve ser compatível com o estoque disponível e a taxa de crescimento da floresta.

Já se sabe que várias espécies florestais de interesse comercial possuem polinizador e dispersor de sementes específicos. Isso significa que há uma dependência muito grande entre a árvore e esses animais. Se você retira todas as árvores desta espécie de uma área, o polinizador e o dispersor de sementes tendem a desaparecer.

Por isso, é importante que 10% das árvores de cada espécie, com diâmetro para corte, sejam mantidas na área. Essa prática garantirá a permanência do polinizador e do dispersor, assegurando a reprodução natural da árvore de valor econômico, além de gerar maior produtividade a médio e longo prazos.

Além de não retirar todas as árvores, a queda da árvore deve ser direcionada. A extração das unidades abatidas ocorre de maneira mais econômica e eficiente quando os troncos estão dispostos no mesmo sentido.

Retirada dos cipós

A colheita florestal é dividida em três fases: limpeza, corte e pós-colheita. É na fase de limpeza que ocorre a retirada dos cipós. Não se deve retirar todos os cipós, pois eles também têm importância ecológica.

Sugere-se a retirada apenas dos cipós que estão nas árvores a serem abatidas e na área de queda, desde que atendam aos seguintes critérios: diâmetro igual ou superior a 02 cm e grande resistência mecânica.

Cortar os demais cipós significa maior custo e maior dispêndio de tempo, sem o devido retorno econômico. Funcionários treinados facilmente distinguem quais cipós lenhosos devem ser eliminados realizando dois cortes: um rente ao chão e o outro o mais alto possível.

Passo a passo

As técnicas de corte são intimamente ligadas ao método de extração e devem ser planejadas conjuntamente. Desgalhar a árvore ainda em pé contribui significativamente para a conservação das árvores vizinhas. Neste caso, é necessário que o operador da motosserra escale a árvore e retire o máximo de galhos possível.

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro/fevereiro 2017  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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