Sensor de inversão térmica evita deriva na pulverização

O sensor de inversão térmica é um equipamento composto por sensores meteorológicos, acoplados a um sistema de aquisição de dados (datalogger), permitindo o monitoramento da temperatura do ar em altitude, estando conectados não só em torres no campo, como em tratores, ou mesmo em aviões agrícolas.

Publicado em 9 de maio de 2019 às 11h20

Última atualização em 9 de maio de 2019 às 11h20

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Autor

Eduardo Nardini Gomes
Doutor e professor UNESP – Campus Experimental de Registro (SP)
engomes@registro.unesp.br

O sensor de inversão térmica é um equipamento composto por sensores meteorológicos, acoplados a um sistema de aquisição de dados (datalogger), permitindo o monitoramento da temperatura do ar em altitude, estando conectados não só em torres no campo, como em tratores, ou mesmo em aviões agrícolas.

Este sistema permite que se possa ter informações em tempo real sobre a ocorrência da inversão térmica (que é a presença de uma camada de temperatura do ar quente entre duas camadas de ar frio), indicando assim quais os horários do dia em que não se deve tomar decisão sobre pulverização, evitando a deriva (que é um erro de alvo na aplicação de agroquímicos), minimizando assim custos de produção.

Ainda, as informações geradas pelo sistema permitem que se possa ter uma tomada de decisão mais adequada sobre dias e horas mais propícios à pulverização das culturas. Desta forma, evita-se o gasto com produtos químicos, já que a deriva faz com que os herbicidas não atinjam o alvo específico durante o fenômeno da inversão térmica, evitando também o risco de contaminação do meio ambiente.

Culturas beneficiadas

São diversas as culturas beneficiadas pelo sistema, já que este fenômeno ocorre em diversas localidades, sendo muito típico em regiões como o Vale do Ribeira (SP), onde as lavouras dependem muito da pulverização aérea na aplicação de fungicidas, entre outros químicos.

Detalhes

A técnica consiste na instalação de sistema de aquisição de dados de temperatura em altitude. Estes equipamentos já estão disponíveis no mercado, tendo grande variabilidade de preço de aquisição e manutenção, com valores entre R$ 1 mil a R$ 30 mil, dependendo da qualidade dos produtos e sensores utilizados.

Contudo, a tendência é que se barateie o custo de aquisição destes equipamentos com o tempo, pois especula-se que, em um cenário futuro, as mudanças climáticas possam provocar o aumento da frequência deste tipo fenômeno atmosférico, permitindo o uso de tecnologia moderna para o desenvolvimento de equipamentos de baixo custo, como por exemplo, a utilização de microcontroladores, como no caso dos Arduínos.

Viabilidade

Uma vez implementado o sistema, será possível ter uma economia com gastos operacionais relacionados com defensivos e sistemas de pulverização.

Em termos de produtividade, podemos verificar que este equipamento permite que se faça menos aplicações de produtos químicos, sendo a efetividade das pulverizações um item muito importante nos cálculos operacionais de cada ciclo produtivo, fazendo com que se tenha uma otimização e enxugamento de custos.

Erros

Os erros mais frequentes estão relacionados com a descalibração dos sensores, o que pode mascarar os efeitos atmosféricos da inversão térmica, que são prejudiciais à pulverização.

Esses erros podem ser evitados com o devido suporte técnico da manutenção e calibração periódica dos equipamentos de medida, bem como dos demais itens necessários à operação correta do sistema, como painéis solares fotovoltaicos, bateria, etc.

Lembrando que este tipo de fenômeno ocorre em larga escala no País, necessitando inicialmente ser verificado em diversos locais específicos, com diferentes climas, culturas e épocas do ano, de forma a se evitar ao máximo a deriva, minimizando os gastos e os prejuízos ao meio ambiente.

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