Secagem do café – A hora de acertar é agora

O cafeeiro (Coffea arabica L.) é uma das principais plantas cultivadas no Brasil, tanto sob o ponto de vista econômico, gerando divisas pela exportação, quanto pelo aspecto social, sendo um dos poucos produtos cujo valor é aumentado em função da melhoria da qualidade, em que a qualidade inferior pode influenciar diretamente em significativa redução em seu valor de comercialização.

Publicado em 25 de outubro de 2017 às 07h02

Última atualização em 25 de outubro de 2017 às 07h02

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Ademilson de Oliveira Alecrim

Doutorando em Fitotecnia ” Universidade Federal de Lavras (UFLA), membro do GHPD e NECAF

ademilsonagronomia@gmail.com

Ricardo Nascimento Lutfala Paulino

Graduando em Agronomia (UFLA), membro do GHPD E NECAF

Vinicius de Carvalho Leite

Graduando Agronomia (UFLA) e membro do NECAF

 

O cafeeiro (Coffea arabica L.) é uma das principais plantas cultivadas no Brasil, tanto sob o ponto de vista econômico, gerando divisas pela exportação, quanto pelo aspecto social, sendo um dos poucos produtos cujo valor é aumentado em função da melhoria da qualidade, em que a qualidade inferior pode influenciar diretamente em significativa redução em seu valor de comercialização.

Nesse sentido, para obtenção de café com qualidade superior é necessário empregar técnicas adequadas de produção, desde o plantio até a colheita, e somar a estas, práticas de processamento que possam preservar a sua qualidade. Deste modo, os processos pós-colheita, como a secagem, podem apresentar contribuições expressivas sobre a qualidade final do produto.

 

Secagem correta influencia qualidade do café

 

A secagem tem grande importância na garantia das qualidades físicas e químicas do café, sendo empregada como forma de manter as características originais dos grãos, uma vez que ela proporciona a redução da atividade biológica e das mudanças físicas e químicas que podem ocorrer durante todas as etapas da pós-colheita, como consequência da diminuição do teor de água dos frutos.

Então, assim como outras etapas de pós-colheita, a secagem não melhora a qualidade do café, mas mantém os atributos já existentes em sua constituição. Desta forma, é de grande importância realizar a secagem de forma adequada, pois quando realizada inadequadamente pode acarretar grandes prejuízos ao cafeicultor, como o surgimento de defeitos e danos aos grãos de café, com comprometimento da aparência e da qualidade final da bebida.

Além disso, quando conduzida inadequadamente, pode levar à deterioração dos grãos, degradando os atributos de qualidade obtidos no campo, resultando em cafés de pior qualidade e, consequentemente, de menor preço.

O método de secagem escolhido deve estar aliado à estrutura apresentada pelo cafeicultor e ao manejo adotado.

Secador rotativo - Crédito Diego Egídio Ribeiro
Secador rotativo – Crédito Diego Egídio Ribeiro

Secagem em terreiros

 

O tempo de secagem em terreiros é variável, pois está diretamente relacionado a fatores que, na maioria das vezes, são difíceis de controlar, tais como condições climáticas, tipo de terreiro, tipo de processamento, espessura da camada e a quantidade de revolvimento, ou seja, o manejo.

 

Secagem de cereja natural

 

Na chegada dos frutos da lavoura, deve-se espalhar o caféno terreiro, grão a grão. Não revolver esse café em média por dois dias, até que sua casca esteja mais murcha e rígida, pois assim a água superficial será removida com rapidez.

Apresentadas essas condições, por volta do terceiro dia, durante a manhã, quando a água absorvida durante a noite já tiver secado, reduzir o espaço utilizado no terreiro em 50%, ou seja, “dobrar a camada“, e revolver durante todo o dia pelo menos 12 vezes, no sentido da projeção da sombra, para que a secagem fique homogênea.

Nos próximos dois dias (quarto e quinto dia), durante a manhã, após a “cerração“, secar, repetir o processo, “dobrar a camada“, e revolver pelo dia todo. Deve-se quebrar a leiras menores e manter uma única camada de secagem.

Já no sexto dia deve-se continuar com o revolvimento, mas não “dobrar a camada“. Por volta do sétimo dia, ao atingir a “meia-seca“, quando a casca estiver mais seca, em torno das 15 horas, cobrir o café com pano e lona, para manter o calor absorvido durante o dia. No dia seguinte, espalha-se o café novamente e continua esse processo até atingir a umidade desejada.

Secador de leito fixo - Crédito Necaf - UFLA
Secador de leito fixo – Crédito Necaf – UFLA

Secagem de cereja descascado

 

Espalhado o café grão a grão no terreiro, manter revolvimento constante desde o primeiro dia, com uma intensidade maior, pelo menos 15 vezes para que a secagem seja homogênea e rápida. No segundo dia, durante a manhã, quando a água absorvida durante a noite já tiver secado, “dobrar a camada“, pois com uma camada mais fina pode ocorrer superaquecimento.

Continuar com o revolvimento intenso e no sentido da projeção da sombra. Por volta do segundo ou terceiro dia, cobrir o café durante a noite com pano, para que não absorva mais umidade. Ao ponto de “meia-seca“, em torno das 15 horas, deve-se amontoar e cobrir o café com pano e lona, para manter o calor absorvido durante o dia, continuando o processo até atingir 11% de teor de água.

 

Secagem de café verde

 

Espalhado o café grão a grão no terreiro, manter revolvimento constante desde o primeiro dia, com uma intensidade maior, pelo menos 15 vezes ao dia, até atingirem a “meia seca“, para que a secagem seja homogênea, pela rigidez da casca, e evitar o aparecimento do defeito preto verde, classificado como ardido.

 

 

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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