Quais as inovações em produção de mudas de morango?

Publicado em 19 de dezembro de 2019 às 12h22

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h43

Acompanhe tudo sobre Adubação, Bandeja, Colheita, Morango, Solo, Substrato e muito mais!

Autores

Mário Calvino Palombini
Engenheiro agrônomo e proprietário da Vermelho Natural
vermelhonatural@hotmail.com
Crédito: Shutterstock

A maioria das mudas de morango são importadas da Argentina e do Chile. Este fato nos coloca limitados a um tipo de muda – a de raiz nua, que é obrigatoriamente submetida a períodos muitas vezes excessivos de frigorificação, tanto nos baús térmicos em viagens como em câmara fria nos períodos de quarentena fitossanitária.

Atualmente, estão disponíveis no Brasil mudas da Espanha frigoconservadas (mudas congeladas), as quais se caracterizam por uma alteração hormonal, tendo como resultados a campo alteração da sua arquitetura, ocasionando uma florada inicial seguida de um período longo de crescimento vegetativo, com a emissão de estolões e perfilhamento, e só depois iniciando o período de produção intensivo.

A produção nacional de mudas, em sua maioria são produzidas sem o devido tratamento fitossanitário para doenças de solo e geralmente apresentam vigor mediano e, por consequência, uma produtividade proporcional.

Estas problemáticas criam a necessidade de reformular os processos produtivos, para que tenhamos mudas de alta produtividade, com mais uniformidade e sem os períodos de longo crescimento vegetativo.

Avanços

Como inovação, está sendo iniciada a produção de mudas frescas (sem passar por resfriamento) em substrato, tanto de raiz nua como as chamadas tray plants (mudas em bandeja). Estes sistemas, se forem adotadas as técnicas adequadas, permitem um equilíbrio hormonal, alterando a arquitetura da planta e possibilitando produções sem passar por longos períodos de crescimento vegetativo, com vigor suficiente para obter uma boa produtividade, claro, desde que adotado um adequado controle fitossanitário.

Pra obter este tipo de muda é necessário um investimento maior em infraestrutura, adubação diferenciada, com o equilíbrio nutricional adequado que permita maior vigor reprodutivo, substratos inertes diferenciados para cada tipo de muda, sem problemas fitossanitários e, no caso de raiz nua, que facilite a sua colheita.

Estas mudas, por possuírem potencial produtivo maior, necessitam de acompanhamento pós-venda, adubação condizente com o sistema, manejo diferenciado nas áreas de produção, variando os tratos culturais, o espaçamento entre plantas e, em caso de sistemas fora de solo, o tipo e a quantidade de substrato por planta.

Estes sistemas novos não inviabilizam os usados atualmente – somente aumentam as opções de produção e de estratégias comerciais. 

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

Cacau brasileiro garante espaço em ranking mundial de excelência

2

Frota de caminhões no Brasil cresce 23% em dez anos: 70% do volume de carga do agro passa pelas rodovias

3

SLC Agrícola anuncia a maior operação de mensuração de carbono (GEE) do agro brasileiro

4

Desafios para o crescimento do mercado de bioinsumos

5

CropLife e USP abrem inscrições para quarta edição de curso de combate ao mercado ilegal no agro

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

Nos estudos, foram feitos cruzamentos com plantas de folhagem normal, não ereta. A foto acima é ilustrativa e a cultivar mostrada não é de porte ereto / Foto: Leonardo Boiteux

Cientistas identificam gene associado ao porte ereto das folhas do tomateiro

Foto Shutterstock

Tecnologias pós-colheita em citros de mesa

Crédito SmartMip

Controle do psilídeo-dos-citros é estratégico na contenção do avanço do greening nos pomares do cinturão de SP e MG

Citrus,Tree,Background

FMC promove Experts Citros para debater desafios e oportunidades da citricultura