Produtor deve ter cautela ao optar pela adubação foliar na soja

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Publicado em 14 de outubro de 2015 às 19h58

Última atualização em 14 de outubro de 2015 às 19h58

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Gabriel Tadeu de Paiva Silva

Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras ” UFLA, membro associado ao NEPAFLOR/UFLA

Thales Lenzi Costa Nascimento

Giovani BeluttiVoltolini

giovanibelutti77@hotmail.com

Graduandos em Agronomia pela UFLA, membros do GHPD e do Núcleo de Estudos em Cafeicultura ” NECAF

 

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A agricultura tem relevante importância nos aspectos socioeconômicos do país, sendo responsável por grande parte do PIB nacional e gerando inúmeros empregos em sua cadeia produtiva. Sobretudo, a soja tem grande participação na agricultura nacional, com cerca de 30 milhões de hectares de cultivo e produção crescente, que se aproxima de 100 milhões de toneladas.

Neste sentido, a soja vem contribuindo de maneira significativa para a alimentação mundial, sendo então necessárias cada vez mais tecnologias que visam o aperfeiçoamento do cultivo e a elevação da produtividade.

Vantagens na aplicação dos sais solúveis

A aplicação de sais solúveis via foliar na soja deve ser feita de maneira criteriosa, visto que nos últimos anos a mesma vem sendo realizada indiscriminadamente.

As vantagens desta aplicação são observadas em campo, porém, a mesma deve ser realizada em pequenas concentrações e na época certa. O que se observa em campo é o uso demasiado de macronutrientes, como N, P e K, via foliar, em altas dosagens, causando frequente requeima nas folhas e, consequentemente, afetando o ciclo de desenvolvimento da cultura.

Por outro lado, o uso de manganês, cobalto e molibdênio tem se mostrado muito positivo em aplicações via foliar, principalmente no período que a planta requer maiores quantidades destes nutrientes, que é entre a florada e o enchimento dos grãos.

 A aplicação de sais solúveis via foliar na soja deve ser feita de maneira criteriosa - Créditos Shutterstock
A aplicação de sais solúveis via foliar na soja deve ser feita de maneira criteriosa – Créditos Shutterstock

Nutrição foliar na soja

A soja é uma cultura exigente em relação à questão nutricional e muito eficiente em absorver e utilizar os nutrientes contidos no solo, principalmente nitrogênio (N), potássio (K), cálcio (Ca), fósforo (P), magnésio (Mg) e enxofre (S). Os nutrientes exportados em maior quantidade são: N, K, S e P.

Para realizarmos a nutrição foliar devemos nos atentar ao período em que os nutrientes são absorvidos em maior quantidade, que corresponde à fase do desenvolvimento da planta em que as exigências nutricionais são maiores.

O período vai desde o desenvolvimento completo da primeira folha trifoliada (V2) até início de enchimento de grãos (R5). A velocidade de absorção aumenta durante a floração e início de enchimento dos grãos.

Há, também, critérios para que possamos realizar uma adubação eficiente:

ð Critério de segurança: consiste na aplicação de micronutrientes levando em conta as possíveis deficiências do solo;

ð  Critério de prescrição: possui uma recomendação mais equilibrada, evitando assim possíveis casos de fitotoxidez;

ð Critério de restituição: baseia-se na tabela de extração de nutrientes.

Com isso, podemos alcançar as principais vantagens da adubação foliar, que são: corrigir teores de micronutrientes considerados deficientes, uniformidade de aplicação e permitir aplicar pequenas doses de nutrientes.

Preparo da solução

 

Quando ocorre a condição de carência de manganês surge o aparecimento de clorose entre as nervuras das folhas mais novas, as quais se tornam verde-pálido e passam para amarelo-pálido.

Áreas necróticas marrons se expandem nas folhas à medida que há o aumento da deficiência. Neste caso, indica-se a aplicação de 350 gha-1 de Mn diluídos em 200 litros de água com 0,5% de ureia. Para o Co e Mo sugere-se a aplicação via foliar de 12 a 30 gha-1 de Mo e 2 a 3 gha-1 de Co, entre os estádios V3 e V5.

Resultados

Os resultados obtidos na prática têm sido muito inconsistentes quanto à sua eficiência, surgindo ainda inúmeros pontos a serem estudados, o que leva ao impedimento na utilização em larga escala.

As instituições de pesquisa obtiveram resultados de grande variabilidade na resposta da soja à sua aplicação. A Embrapa, por meio de pesquisas, tem demonstrado respostas significativas apenas para manganês (Mn), cobalto (Co) e molibdênio (Mo), razão pela qual não existe a recomendação para adubação foliar com outros nutrientes.

Custo

Os fertilizantes foliares, quando aplicados corretamente, se apresentam como um artifício de grande valia ao produtor, suprindo as exigências mais imediatas das plantas. Em termos de nutrientes absorvidos, a adubação foliar pode ser de sete a 20 vezes mais eficiente do que a feita via solo.

Contudo, é importante ressaltar que a adubação foliar, na maioria dos casos, deve ser feita com caráter complementar e\ou suplementar à adubação tradicional via solo.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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