Produção de tomate hidropônico em vaso

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Publicado em 29 de maio de 2017 às 19h59

Última atualização em 29 de maio de 2017 às 19h59

Acompanhe tudo sobre Adubação, Água, Coco, Cultivo protegido, Filme, Hidroponia, Lucro, Nematoide, Nutrição, Substrato, Tela, Tomate e muito mais!

 

João Ricardo Rodrigues da Silva

Engenheiro agrônomo – ICIAG-UFU

joaoragr@hotmail.com

Ernane Miranda Lemes

Engenheiro agrônomo, fitopatologista e doutor em Produção Vegetal

ernanelemes@yahoo.com.br

Diego Tolentino de Lima

diegotolentino10@hotmail.com

Daniel Lucas Magalhães Machado

danielmagalhaes_agro@yahoo.com.br

Engenheiro agrônomo e doutorando em Produção Vegetal – ICIAG-UFU

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O tomate é, sem dúvida, uma das hortaliças de maior importância econômica. Presente quase que diariamente na mesa dos brasileiros, a cultura do tomateiro também chama a atenção dos produtores pela elevada produtividade e possibilidade de se obter altos lucros, por ser um fruto de alto valor agregado.

Porém, assim como outras hortaliças, há uma grande flutuação de preço durante o ano, ditada pela oferta do fruto no mercado. E isso se torna um desafio para os produtores que encaram a cultura.

Mercado

O período de janeiro a junho tende a apresentar um preço bem maior que a média anual do fruto, uma vez que as chuvas constantes do verão aumentam significativamente a incidência de doenças causadas por fungos e bactérias nas plantas a campo.

Além disso, as populações de insetos-praga e vetores de doenças também são maiores, já que nesses meses o ciclo de vida dos insetos costuma ser mais curto devido à elevada temperatura.

Com essas dificuldades, é natural que ocorra uma expressiva queda na produtividade, que por sua vez acarreta em uma menor oferta e aumento do preço de venda.

Cultivo em vasos

Sendo assim, produtores que investem no cultivo em ambiente protegido ganham espaço ao conseguir abastecer o mercado em épocas de comum desabastecimento, obtendo bons preços de venda. Neste sentido, uma técnica tem mostrado excelente desempenho: a produção de tomate hidropônico em vaso (comumente chamado de cultivo semi-hidropônico).

A técnica consiste na produção em vasos individualizados por planta, fertirrigados com solução nutritiva e alocados em estufas com características específicas para o cultivo do tomate.

O sucesso dessa técnica se baseia na junção dos benefícios proporcionados pelo cultivo protegido com os da hidroponia, alicerçados por materiais genéticos mais produtivos e de maior valor agregado.

Benefícios

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A interferência climática é um dos principais fatores que dificulta o desenvolvimento da cultura. Com o cultivo em estufa, pode-se controlar fatores como umidade, temperatura e ventos, criando-se um microclima ideal ” ou o mais próximo disso ” para a condução das plantas e sua proteção contra intempéries que ocorrem comumente a campo.

É indicado que a estufa tenha pé direito alto (de quatro a seis metros), telas refletoras para manejo da luminosidade, filme agrícola limpo e de qualidade, e que seja provida de alguns equipamentos (o que vai depender da estufa escolhida e da localidade), para regulação das condições microclimáticas dentro da estufa, como ventiladores, nebulizadores, lanternim, dentre outros.

A temperatura deverá ficar em torno de 30°C, e a estufa deve ter boa ventilação.

Fitossanidade

Como se trata de um ambiente fechado, a ocorrência de pragas é muito pequena e de mais fácil controle, comparada ao cultivo convencional. Os patógenos também ocorrem em menor incidência, mas é necessário que seja feito um monitoramento constante a fim de não deixar a situação fugir do controle, uma vez que o ambiente é mais favorável à reprodução e disseminação dos patógenos e de insetos.

Um dos aspectos chave do sistema é o controle da nutrição da planta. A solução nutritiva fertirrigada é balanceada e fornece todos os nutrientes disponíveis à planta, com especificidades para fases fenológicas diferentes da planta.

No desenvolvimento vegetativo, a condutividade elétrica da solução nutritiva é menor, e na fase reprodutiva condutividades mais elevadas ajudam a aumentar o peso e a qualidade dos frutos.

Um dos grandes benefícios do cultivo em vaso é de se fornecer à planta um substrato totalmente inerte e livre de microrganismos. Sendo assim, a planta terá uma adubação equilibrada, e no que depender do substrato, não sofrerá com o ataque de fitopatógenos de solo, como fungos, bactérias e nematoides, que tanto prejudicam o desenvolvimento do tomateiro.

Substrato ideal

O substrato deve ter boa capacidade de retenção de água, boa aeração, baixa salinidade, ser facilmente disponível no mercado e ter baixo custo.

Areia, fibra de coco e diversas misturas comerciais são exemplos de substratos utilizados. Se o sistema for bem manejado há, inclusive, a possibilidade de se reaproveitar o substrato em ciclos subsequentes, mas a troca do mesmo representa a segurança de se cultivar em substrato livre de contaminação microbiológica e com acúmulo de sais não absorvidos.

As mudas

A escolha das mudas é fundamental para o desempenho do cultivo. Como no campo, tem-se a possibilidade de trabalhar com mudas enxertadas, mudas de uma, duas, três ou quatro hastes.

Porém, nota-se que plantas com um menor número de hastes produzem frutos maiores e de maior peso, sendo assim preferidas pelos produtores que buscam no sistema produzir frutos mais pesados e de maior qualidade, aumentando o valor agregado do produto final. Deve-se ressaltar a importância de se optar por materiais de alto potencial genético e de boa aceitabilidade no mercado, o que pode variar de região para região.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de junho 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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