Produção de leite pode entrar em colapso, alerta Tirso Meirelles

O presidente do sistema FAESP/SENAR-SP cobrou a definição de cota de importação do produto, além da liberação dos recursos prometidos pelo governo federal há quatro meses
A Comissão discutiu as perspectivas da produção de leite Foto: Divulgação FAESP/SENAR-SP

Publicado em 18 de março de 2024 às 12h50

Última atualização em 18 de março de 2024 às 12h50

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A Comissão discutiu as perspectivas da produção de leite Foto: Divulgação FAESP/SENAR-SP

A produção de leite paulista e nacional assa por momentos críticos e pequenos produtores começam a ter dificuldade para manterem-se na atividade. O alerta é do presidente do sistema FAESP/SENAR, Tirso Meirelles, que pontuou os principais problemas que estão afetando a bovinocultura leiteira, com preços baixos pago aos produtores e a concorrência de produtos importados. Ele frisou ainda que os recursos anunciados pelo governo federal há quatro meses, para socorrer cooperativas e pecuaristas, da ordem de R$ 1 bilhão, ainda não saíram do papel.

Meirelles já havia cobrado ação das autoridades durante a abertura da 4ª Alta Café – Feira de Negócios e Tecnologia da Alta Mogiana, em Franca. O Brasil, que hoje é o terceiro maior produtor de leite do mundo, não está olhando para o seu produtor. Hoje, reforçou, são cerca de 5,1 milhões de propriedades rurais e há registro da atividade leiteira em 99% dos municípios brasileiros, seja como principal atividade, complemento de renda ou subsistência.

“Estamos alertando as autoridades sobre o risco de colapso da produção de leite nacional, caso não seja definida uma cota para importação e o governo não agilize o socorro aos pecuaristas. Não estamos parados, mas é preciso que as autoridades tenham a consciência de que o produtor rural está chegando a um ponto crítico”, ressaltou Meirelles.

Durante a reunião da Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite o produtor João Bosco Andrade Pereira, de Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba, disse que alguns pecuaristas já abandonaram a produção. Os preços baixos e a falta de uma política que defenda a categoria estão levando ao desânimo e falta de perspectivas para o campo.

“Alguns pequenos produtores estão abandonando a produção, por não conseguir enxergar um futuro no campo. É urgente que o governo tome uma atitude, em resposta a todas as solicitações que estão sendo feitas pelos pecuaristas paulistas, por meio da FAESP”, concluiu Pereira.

REFORÇANDO OS PLEITOS

A FAESP também encaminhará dois oficios que visam o fortalecimento do setor, sendo um endereçado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e outro à Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA).

No primeiro, direcionado ao MAPA, solicitará a inclusão do segmento da pecuária leiteira no conjunto de medidas emergenciais já anunciadas pelo ministro, com publicação prevista para o final deste mês. Além disso, destacará a necessidade de desenvolver políticas públicas estruturantes para o setor, solicitando a inclusão de forma permanente o leite fluido nos programas de aquisição de alimentos das compras públicas do governo federal. Além do pedido de prorrogação dos prazos de pagamento das operações de custeio e investimento, bem como disponibilizar linhas de crédito para capital de giro e facilitar a renegociação de dívidas vencidas, abrangendo todos os produtores de leite.

Já no segundo, para a SAA, a Federação reforça os pedidos mencionados acima e adiciona a urgência na publicação do ato normativo que regulamentará o pagamento de um adicional de R$ 0,10 por litro de leite para os produtores que produzem até 300 litros por dia. Esse adicional representa um compromisso declarado pela Secretaria de Agricultura com o setor, cuja implementação é essencial para o equilíbrio econômico dos pequenos produtores.

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