Pragas em eucalipto, como combater?

Pragas em eucalipto, como combater?
Pragas em eucalipto, como combater?

Publicado em 16 de agosto de 2019 às 17h04

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h53

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Autora

Katia Regina Pichelli
Analista da Embrapa Florestas
katia.pichelli@embrapa.br
Crédito Leonardo Rodrigues Barbosa

Entre as principais pragas do eucalipto destacam-se os pequenos insetos, tais como: pulgões, percevejos, psilídeos e microvespas. São insetos que se dispersam com facilidade, possuem ciclo de vida curto e muitas vezes passam despercebidos, em função de seu pequeno tamanho. Por isso, em muitos casos são detectados apenas quando o dano econômico já está avançado.

Sintomas

O percevejo bronzeado (Thaumastocoris peregrinus) é nativo da Austrália e foi detectado no Brasil em 2008. Trata-se de um inseto sugador, de aproximadamente 3,0 mm de comprimento quando adulto; tem corpo achatado de cor marrom clara.

Os ovos são de cor preta e normalmente são encontrados agrupados nas irregularidades das folhas das árvores, assemelhando-se a manchas enegrecidas, o que contribui para o reconhecimento das plantas infestadas.

Em grandes infestações, o inseto pode causar queda das folhas e, em alguns casos, a morte das árvores. Os sintomas associados ao dano são, inicialmente, o prateamento das folhas, que com o tempo passam para tons de marrom e vermelho, o que confere às árvores o aspecto bronzeado, possibilitando sua identificação à distância. Trata-se de uma praga com alta capacidade de dano e reprodução rápida.

Identificação e controle

A detecção e o monitoramento são realizados por meio de armadilha adesiva amarela, nas dimensões de 12,5 cm de altura por 11 cm de largura, instaladas a 1,80 m de altura do solo no interior de plantios ou em viveiros em todas as etapas de produção das mudas.

Pesquisas indicam o uso do parasitoide Clerucoides noackae no controle biológico do percevejo bronzeado. A criação do parasitoide já foi estabelecida e estão sendo feita liberações experimentais.

A vespa-da-galha foi detectada no Brasil em 2008 em Eucalyptus camaldulensis e alguns clones no Nordeste do Estado da Bahia, e posteriormente em Tocantins, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.

As larvas do inseto são encontradas no interior de galhas, enquanto os adultos são vistos próximos às brotações novas. Em árvores adultas, as galhas causam superbrotação, perda de crescimento e vigor, desfolhamento e secamento de ponteiros, podendo causar até a morte das árvores.

Os ovos são inseridos no interior de folhas e, após a sua eclosão, as larvas se desenvolvem no interior das galhas. As infestações do inseto são observadas durante todo o ano e a fêmea coloca de 80 a 100 ovos.

Lembrando que até o momento não existe nenhuma medida eficiente para o controle desse inseto e, a exemplo de outras pragas florestais no Brasil, não existem produtos registrados para o controle químico.

Assim, em mudas em viveiro ou em mini-jardins clonais, as plantas infestadas devem ser descartadas e queimadas. Em povoamentos já estabelecidos, deve-se podar as ponteiras e ramos atacados e queimá-los. Deve-se, também, monitorar a rebrota que poderá, inclusive, aumentar a infestação.

Alerta

São consideradas lagartas desfolhadoras os insetos da ordem Lepidoptera que, em sua fase larval, se alimentam de folhas. Podem ser citadas: Eacles imperialis magnifica (Lepidoptera: Saturniidae), Automeris spp. (Lepidoptera: Hemileucidae), Glena spp. (Lepidoptera: Geometridae), Eupseudosoma aberrans (Lepidoptera: Arctiidae), Sabulodes caberata caberata (Lepidoptera: Geometridae) e Sarcina violascens (Lepidoptera: Lymantriidae).

Devido à ocorrência esporádica de surtos de lepidópteros desfolhadores no Brasil, a utilização de parasitoides e parasitas não tem tido um controle efetivo das pragas. Dentre os patógenos, o mais utilizado é a bactéria Bacillus thuringiensis (Berliner).

A principal espécie de besouro desfolhador que apresenta importância para o setor florestal brasileiro é Costalimaita ferrugínea, que ataca folhas novas, roem ponteiros e galhos tenros de eucaliptos jovens.

As espécies de besouros desfolhadores mais frequentes são: Gonipterus gibberus (Coleoptera: Curculionidae), Gonipterus scutellatus (Coleoptera: Curculionidae), Sternocolaspis quatuordecimcostata (Coleoptera: Chrysomelidae), Costalimaita ferruginea vulgata (Coleoptera: Chrysomelidae), Bolax flavolineatus (Coleoptera: Scarabaeidae) e Psylloptera spp. (Coleoptera: Buprestidae).

O controle deste grupo de insetos inclui técnicas preventivas, como escolha de plantas resistentes e tratos culturais, por meio da aplicação de produtos registrados para a cultura de eucalipto.

As coleobrocas

As coleobrocas são insetos broqueadores que têm grande importância como praga florestal no Paraná. Os principais são: Platypus sulcatus (Coleoptera: Platipodidae), Phoracantha semipunctata (Coleoptera: Cerambycidae), Achryson surinamum (Coleoptera: Cerambycidae) e Mallodon spinibarbis (Coleoptera: Cerambycidae).

O controle de coleobrocas é baseado na eliminação das partes afetadas por meio da queima, evitando reinfestações.

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