Por que devemos ter atenção às dessecações e semeadura da soja?

Por que devemos ter atenção às dessecações e semeadura da soja?
Por que devemos ter atenção às dessecações e semeadura da soja?

Publicado em 22 de dezembro de 2019 às 10h15

Última atualização em 22 de dezembro de 2019 às 10h15

Acompanhe tudo sobre Água, Braquiária, Buva, Colheita, Dessecação, Herbicida, Manejo Integrado, Planta daninha, Semente, Soja, Tratamento de semente e muito mais!

Autores

Alfredo Jr. Paiola Albrecht
Laércio Augusto Pivetta
Engenheiros agrônomo, doutores e professores – Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Leandro Paiola Albrecht
André Felipe Moreira Silva
Engenheiros agrônomos, mestres e doutores em Agronomia
Enoir Cristiano Pellizzaro
Engenheiro agrônomo, mestre e pesquisador – Cooperativa Agroindustrial C. Vale
Crédito: Miriam Lins

A safra 2019/20 está iniciando, e muitas são as indagações no tocante às perspectivas de clima e mercado. No entanto, algo é fato – temos que começar bem e preparar da melhor forma possível o “caminho” para o cultivo da soja. Nesse sentido, a dessecação utilizando bons herbicidas no manejo de plantas daninhas é uma etapa essencial.

Uma constatação que vem assustando o setor produtivo é o surgimento de inúmeros casos de resistência, no qual espécies como a buva (Conyza spp.) vêm chamando atenção. Em Informativos do Supra Pesquisa já foram relatados vários casos de resistência, aqui e no Paraguai, em que pode ser observado uma planta de buva sobrevivente ao paraquat (indicativo de resistência a campo) ao lado de uma suscetível. Mas o que chama mais atenção nessa safra é a expansão e a frequência de alguns indicativos de resistência, como da buva ao paraquat e ao 2,4-D.

Foco

Especialmente no caso do 2,4-D, os resultados de campo em várias regiões do Paraná, Sul do MS e Paraguai vêm assustando. Há plantas com indicativo de resistência a 2,4-D, em que uma certa hipersensibilidade gera um efeito de “rápida necrose”, em um período de duas a cinco horas após a aplicação.

Essa “rápida necrose” indica que o produto, geralmente usado na primeira aplicação, não realizou o seu “trabalho”, comprometendo o processo de dessecação na pré-semeadura, para que a soja entre no limpo. Esse cenário leva a ações reativas imediatas, como a troca do herbicida por outro, e deveria levar a ações proativas contínuas, como a rotação de mecanismos de ação e outras estratégias dentro do manejo integrado de plantas daninhas.

Nesse contexto, vão algumas dicas para preparar o “caminho para a soja”:

Ü Se ainda não começaram as dessecações, inicie o quanto antes, e não deixe de realizar aplicações sequenciais (o ideal seria ter feito o manejo de entressafra ou “outonal” – logo após a colheita do milho);

Ü Não use sempre os mesmos herbicidas, procure rotacionar o mecanismo de ação, para evitar a pressão de seleção (“matando os fracos e deixando os fortes multiplicarem”);

Ü Use pré-emergente (bem posicionado em uma das sequências). Eles ajudam a rotacionar herbicidas, seguram os fluxos de emergência de plantas daninhas e favorecem a dianteira competitiva da cultura;

Ü Cuidado com o residual indesejado de alguns herbicidas. Aqueles que dão “fito” na soja (“carryover”), como os de alguns herbicidas hormonais (esses produtos exigem entre sete e 30 dias de intervalo entre a aplicação e semeadura);

Ü Se tem braquiária ou outra cobertura, desseque antecipado. Dependendo da massa verde, tem que aplicar herbicida pelo menos 15 dias antes;

Ü Evite baixo volume nas aplicações terrestres – trabalhe, no mínimo, entre 80 e 150 L/ha, dependendo do herbicida, e aplique no melhor horário do dia;

Ü Evite “semear no pó”, acompanhe a previsão do tempo, não caia na “síndrome do ronco do trator”, não semeie apenas porque o vizinho está semeando;

Ü Evite ao máximo a realização de “gradagem” pensando no manejo mecânico das plantas daninhas. Esta prática normalmente irá piorar nosso sistema de produção e trazer à tona problemas do passado;

Ü Use semente certificada, de alto vigor, faça um bom tratamento de sementes, não deixe de colocar inoculante, adeque o grupo de maturação à mesorregião, cuidado com o arranjo espacial (espaçamento e população). Ou seja, crie todas as condições que favoreçam o estabelecimento da cultura, pois o “principal controle para a planta daninha é a própria cultura”. Fechando cedo e no limpo, “a vida fica mais fácil”;

Ü E, não deixe de consultar o seu engenheiro agrônomo.

Lembre, nosso maior desafio é: Fazer a coisa certa, do jeito certo, na hora certa!

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